01 - Petter Harris

148 20 17
                                    

Petter Harris

Desde o dia que sai atrás dela por que tivemos a infeliz ideia de interferir no relacionamento dela com o Tanaka me sinto o maior cretino que existe e não posso negar que a Helena é uma mulher linda, a vi crescendo ao lado do alvo do meu amigo Henrique estava tão fudido quanto eu, não podia negar isso a mim mesmo.

Mas diferente dele, não tinha uma vingança me cegando, assim como a nossa amiga Faína achava que ele deveria usar o casamento para poder se vingar, mas era de conhecimento de todos que o Henrique acabará cedendo ao sentimento que ele não quer aceitar, mesmo estando na cara dele que está apaixonado por seu alvo.

Saber que estaria novamente com aquela morena com os cabelos cacheados até a cintura estava me enlouquecendo, sabia que não iria suportar ficar tão próximo dela e não tocar. Mesmo não sendo irmã de sangue do Henrique, ela era tão importante quanto, sei que se a magoar ele me mata com uma puta tortura.

Ainda sinto o remorso me corroendo por ela sentir a desejar a morte naquela noite, tive a sorte de encontrar o taxista que a levou para longe da festa, cheguei no instante que ela começou a entrar no mar e quando vi que ela sumiu em meio as ondas entrei no mar correndo.

Demorei para encontrar o seu corpo, quando finalmente a encontrei ela já estava embaixo da água por muitos minutos, a carreguei para a praia, olhar para o rosto molhado e os lábios azuis fez com que meu coração palpitar frenético.

— Vamos Helena... — Comecei a massagear o seu peito tentando reanimá-la.

Lembro do motorista do táxi se aproximou e me ajudando em reanimar, revezamos quando comecei a me cansar na massagem, toquei em seu rosto e deixei as lágrimas escorrem, o sentimento de culpa começou a me consumir.

Finalmente ela puxou o ar com força e começou a tossir, assustando a mim e o motorista, a peguei no colo e sai correndo entrando com ela no táxi, meu celular, procuro o celular no bolso do terno e percebo que não estava funcionando já que entrei com ele no mar, pedi o celular do homem desconhecido e liguei para o Henrique, para que ele nos encontrasse no hospital.

Durante o percusso fiquei fazendo carinho em seu rosto e vendo a merda que fizemos no coração dela, Helena tinha o seu príncipe encantado, ela já tinha a vida toda planejada na sua cabeça e fizemos essa merda com seus sonhos.

Depois que a deixei no hospital não tive condições de ficar por perto, lembro que passei vários dias entrando e saindo do bar por me sentir culpado, aquela garota não merecia morrer por que destruímos a sua história encantada. O único que sabia por onde estava e vinha me socorrer quando sequer conseguia chegar em nosso hotel era Zakhar, o russo entendia o que estava sentindo mesmo ele não dando a sua opinião sobre o que deveria fazer, ele assim como todos tinha uma convicção de que estávamos fazendo as coisas erradas.

Saber que ela caiu em uma depressão profunda me corroeu de uma forma diferente que ao Henrique, me sentia duplamente responsável pelo que estava acontecendo com a pequena princesa que agora vivia chorando pelos cantos, parecia melhorar apenas quando ela passava um tempo a mais com a Laís no Brasil ou no campus de Harvard.

Hoje trabalhando lado a lado com o Henrique, mantendo a ordem no submundo em Nova York e toda a costa Leste americana, estava debaixo do comando da Casa Carter na organização mafiosa "First". Tinha uma renda boa e meus próprios homens de confiança, pessoas que sei que dariam a vida a mim e minha família. Meu pai Charles me passou seus melhores contatos e os divido com o Henrique.

Já que sou o seu braço direito e jurei lealdade ao líder da casa Carter e sem contar que ele é meu melhor amigo, desde a época que fui para o Brasil para ficar de olho nele a mando do seu pai James. Nossa amizade apenas cresceu e se fortaleceu a cada dia, a cada missão, a cada dor e a cada sangue perdido, nos transformou em monstros.

Proibida para Mim(LIVRO 02 - A Voz do Destino)Onde histórias criam vida. Descubra agora