Léia.
O fedor de sangue me enche as narinas, urros horripilantes dos lobisomens me ensurdecem. Eu não posso assimilar o que vejo à minha frente. Minha família morta. Meus pais mortos, com suas gargantas destroçadas. Meus irmãos foram mutilados e parcialmente devorados. NÃO. Isso não pode estar acontecendo, não com minha família, não com meus amigos, não com minha aldeia.
...
PORQUÊ?
Eu havia saído de casa para procurar meu gatinho, Hilbert. Acabei me afastando um pouco e comecei a andar pela floresta chamando meu felino, é então que noto, naquela noite, os vagalumes não cantavam. ALGO ESTÁ ERRADO. Dentre as folhas de um arbusto, sai meu gatinho Hilbert, miando assustado. seguro ele em meus braços e ando em direção à minha aldeia. É então que escuto gritos de socorro desesperados e urros tão sombrios que gelaram meu sangue, Hilbert me dá um miado desesperado e se contorce em meus braço, ele arranha meu rosto e foge floresta à dentro. Ouço um voz muito familiar implorando.
SOCORRO!!!
Os pelos do meu braço se arrepiam, e eu não posso acreditar, É A MINHA MÃE!!!
Meus pensamentos estão em branco, corro desesperada em direção aos gritos, é então que a pior noite da minha vida começa. Lobos humanoides estão por toda parte, dilacerando e devorando aldeões, lágrimas brotam de meus olhos e caem como cachoeiras. Corro o máximo que posso até em casa, a porta de madeira foi estraçalhada e lá dentro, minha família foi destroçada e parcialmente devorada. Nada à minha volta mais me importava, minha vida acabou naquele fatídico instante. Um grito de dor e tristeza escapa de meus lábios, junto de tantas lágrimas que mal posso enxergar, o humanoide então percebe minha presença e levanta-se em seus três metros de altura, rugindo ameaçadoramente. Sangue e saliva escorrem de suas presas à mostra, em minha visão turva, vejo que aproxima-se de mim, devagar, com calma, rosnando baixo, como se saboreando meus medo e desespero. Então, finalmente está em minha frente, sinto seu hálito repulsivo em meu rosto. Fecho meus olhos quando vejo sua pata levando, pronta para golpear-me.
CHEGOU MINHA HORA.- Logo encontrarei vocês...- sussurro.
É então que sinto uma dor aguda em meus estômago e peito, sinto o vento frio da noite em minhas costas, sou arremessada com o impacto. Minhas costas ardem com o impacto, como se estivessem partindo-se ao meio. Os urros e gritos aos poucos vão cessando, tudo que posso ouvir agora é um ruído em meus ouvidos e minha visão aos poucos escurece, tudo que posso ver agora são duas patas gigantes aproximando-se de mim. Fecho meus olhos e espero minha morte. QUE SEJA RÁPIDA... tudo fica em silêncio.
...
Um calor me envolve todo o corpo, percebo que meu corpo está sendo carregado. Com a última grama de energia que me resta, entreabro meus olhos. Um rapaz forte e louro, me carrega em seus braços. Posso ouvir como se ao longe uma grave mas suave voz dizendo-me para descansar. Eu queria lhe agradecer, mas não pude, minha voz não saiu. Meus olhos pesaram e minha mente se esvaeceu.
...
NOTA DA AUTORA: À cada capítulo desta história, irei compartilhando algumas músicas de minha preferência, que acredito combinarem com este enredo. Espero que gostem.
A primeira se chama: Castle- Halsey.
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Ceifadores- Almas sangrentas
FantasyNeste fantástico mundo de fantasia, a humanidade tem que sobreviver dia a dia em confrontos com criaturas das trevas, corrupções, pobreza, fome e desigualdade. Os Ceifadores são a única linha entre o bem e o mal, mas tudo muda quando verdades horrip...