Maldição da Pedra de Jade

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CAPÍTULO ÚNICO

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CAPÍTULO ÚNICO

      No coração da China imperial, no vilarejo Shuguang entre as montanhas, morava um casal de camponeses, viventes de uma pacata vida como coletores de sementes. Apesar de tudo, sonhavam em um dia alcançar uma vida mais abastada para finalmente criar o tão esperado primogênito.


Certo dia, Huang Wei acordou sobressaltado, passando a mão pelo rosto suado. Durante a terceira vez naquela semana tivera o mesmo enigmático sonho. Virou-se de lado na cama, no intuito de contar do pesadelo à sua jovem esposa mas já não a encontrou deitada ali. Ela, como de praxe, já encontrava-se desperta, conduzindo a lida matinal. Levantou-se ainda trêmulo e desorientado, à sua procura, buscando entender o que acabara de acontecer.

— Minha Mei Ling?

— Sim, meu esposo? - Ao vê-lo naquele estado, já presumia a razão. — Aquilo de novo, estou certa?

Mei Ling ocupava-se com o preparo do desjejum, se valendo dos poucos mantimentos que ainda existiam na despensa. O sol não havia despontado no horizonte, ao que já deixara tudo pronto para o marido ir ao mercado central trocar as parcas sementes por farinha e ovos, caso tivesse boa sorte naquele dia.

— Sempre o mesmo sonho! Com a tal pedra dos desejos. Ouço uma voz suave, como se viesse do fundo do mar, me pedindo para procurá-la e destruir uma maldição, antes que o mal a toque.

Ela olhava para seu marido com certa apreensão. Sabia que nenhum humano, sem um grande preparo, conseguiria chegar até onde a pedra de jade se encontrava e sem sofrer das possíveis consequências.

— Somos pobres, Wei. Sequer temos o que comer, às vezes! Como vamos viajar e abandonar o pouco que temos, querido?

— Vou até o mercado de Shuguang trocar os sacos de sementes e tentar arrecadar o suficiente para a viagem. Você sabe tanto quanto eu, que a pedra poderá realizar um desejo para aquele que a tocar!

— Meu marido! Isto é reservado para os guerreiros mais poderosos... E a maldição, já se esqueceu?

— Teremos uma vida melhor. Ou isso, ou estaremos mortos de fome e de frio, no próximo inverno rigoroso. — Ele baixou os olhos, por um instante, erguendo-os novamente para olhá-la dentro dos olhos: — Se eu sonhei três vezes, é porque os deuses nos escolheram de alguma forma, querida. Confie em mim!

Mei Ling, com as mãos apoiadas na cintura, soltou um longo suspiro e com alguma resignação no semblante, voltou sua atenção à xícara fumegante de chá de funcho e aquele prato de sopa de arroz, que a olhava como se apontando a sua condição desfavorável.
Arrumou tudo à mesa, ofertando ao marido e sentando-se ao seu lado imersa em um silêncio religioso.

A PEDRA DOS DESEJOS: Cuidado com o que desejaOnde histórias criam vida. Descubra agora