El Campamento Soñado

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Depois de uma longa e cansativa viagem de ônibus, chegamos a um campo verde com várias casas de madeiras, devem ser esses os alojamentos que a tal Rafaela estava falando. E falando em Rafaela, nós vinhemos o caminho todo em uma conversa animada, descobrimos que tínhamos algumas coisas em comum, outras nem tanto assim, como por exemplo, ela amar laços (quem em pleno séc. XXI ainda gosta de laços?), ama socializar com as pessoas, ama passear no shopping com seus amigos, o que é bem diferente de mim, começando já pelo fato de que eu não tenho tantos amigos.

Muitos dizem que ser antissocial é ruim para o psicológico do ser humano, o que eu acho totalmente equivocado de se dizer. Eu mesma, sou antissocial e isso não trouxe problema algum para o meu psicológico, e sabem outra coisa que temos em comum? Amamos comer e também gostamos das mesmas bandas.

Quando descemos do ônibus, todo mundo ficou perto do homem que eu passei a chamar de "inspetor de acampamento", ele começou a falar sobre a história do acampamento e quando foi criado, quando foi inaugurado para se poder acampar, e essas baboseiras todas, mas, o que realmente me chamou atenção foi o nome do acampamento, que por incrível que pareça, eu não tinha prestado atenção na hora em que entramos. O nome era bem peculiar, se posso assim dizer, "El campamento soñado", sim, o nome era em espanhol, então quer dizer que o dono era espanhol, certo? Certo! E bom, para aqueles que não pronunciam espanhol, a tradução quer dizer "O acampamento dos sonhos", o por que deste nome? Não faço a menor ideia. Porque eu não prestei atenção nenhuma no que o inspetor de acampamento estava dizendo mesmo? A claro, era porque estava tedioso de mais o que aquele cara estava dizendo, mas, o que ele disse por último me fez prestar bastante atenção.

-Bom, gente..., as duplas dos alojamentos serão as duplas dos ônibus, para que não haja tanto fuzuê para as escolhas de dupla, está bem desse modo para vocês? - e dito isso, um coro de "sim" foi escutado.

E como ele disse, quem veio junto no ônibus iria dividir também o alojamento, e pelo menos nisso eu dei sorte, não iria ter que dividir com um adolescente chato e fedido, bom, mas é claro que eu também não poderia dizer que era "best friend" da Rafaela. Tínhamos nos conectado e também, ela não me parecia ser uma pessoa que fedia a suor.


Depois de tudo ser esclarecido para todos os jovens ali presente, eu peguei minha mala e fui em direção ao alojamento que foi me passado "247", quando entrei no mesmo, a "Rafa" como disse-me que prefere ser chamada, já estava com a sua mala sobre uma das camas, o que me restou colocar a minha mala sobre a outra.

-Rafa, por que o nome do acampamento do seu pai é "O acampamento dos sonhos"? - pergunto a garota à minha frente.

-Você fala espanhol? - me pergunta surpresa.

-Apenas o básico. - digo simples.

-A sim. - diz e fica em silêncio novamente.

-Você ainda não me respondeu... - digo e a encaro.

-Não respondi o que? - me pergunta franzindo as sobrancelhas em dúvida. Suspiro e a olho com tédio, essa garota pode não feder, mas é meio lerda.

-O porquê de o nome do acampamento ser esse! - digo novamente e ela enfim parece ter entendido sobre o que eu falava. Não disse? Essa é lerda.

-A sim, eu não sei ao certo do porquê esse ser o nome, eu sei que ele gostava de acampar, então resolveu comprar este lugar e transformá-lo em um acampamento de verão. - diz simples e da de ombro.

-Entendi. - digo e o assunto morre ali.

Coloco minha mala no chão e deito-me sobre aquela cama que, por incrível que pareça não era dura como uma pedra e não fedia a mofo, ela era confortável e tinha um cheiro de rosas. É, talvez seja isso mesmo.

...

Estava escutando músicas no fone novamente quando Rafaela entra em disparada e se joga sobre minhas pernas. Eu me pergunto, quando foi que eu dei tanta intimidade a essa garota para que ela faça isso.

-Vamos, vamos, vamos. - diz pulando sobre mim.

-Vamos aonde garota? Tá ficando maluca? - pergunto colocando meu celular e meu fone sobre minha mala no chão.

-Está na hora de conhecer meu pai! - diz toda sorridente.

-Por que você acha que eu quero conhecer seu pai? - pergunto e ela arqueia uma sobrancelha.

-Por que você é tão chata? - me responde com outra pergunta e eu reviro os olhos.

-Porque Deus quis assim. - respondo e sorrio para a garota em minha frente.

-Vai, vamos, por favorzinho? - pergunta e faz um... bico? Gente, quantos anos essa menina tem? Cinco? Suspiro e aceno com a cabeça.

-Vamos logo então antes que eu me arrependa. - digo a empurrando de cima de mim a fazendo quase cair.

-Obrigada, obrigada. - diz e me dá um beijo na bochecha sorrindo sapeca e me abraça.

...

Bom, em primeiro lugar, o pai dela era realmente incrível, ele também gosta de contar umas piadas mais velhas do que a minha vó. Ele disse que sempre dá certo para que os novos integrantes do acampamento se sintam mais confortável com o lugar, o que de fato, ajuda bastante. Depois de termos ficado conversando com o pai dela, que se diga de passagem descobri ter descendência cubana, fomos ao refeitório do lugar, e caramba, é de fato enorme, dá para abrigar um batalhão aqui dentro, e a comida é realmente uma delícia. Após comermos, o inspetor disse que éramos para voltar ao alojamento, colocar um tênis e pegar uma garrafinha, pois iriamos começar a nossa trilha e era para todos voltar ao refeitório pois ele iria dar um mapa e uma mochila com algumas coisas de sobrevivência. Vocês devem estar se perguntando, "não irá um adulto com vocês para essa trilha?", não, não irá. Ele disse que para começarmos com o pé direito, teremos que conhecer o lugar por nossa conta e risco, só que o grupo não será apenas de 2 pessoas, mas sim de 5 pessoas, por que quanto mais cabeça para pensar, melhor.

Depois de termos colocado os tênis e termos pego as garrafinhas, voltamos para o refeitório, e a maioria já estava ali, então o inspetor achou melhor já dar início a escolha dos grupos.

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Depois de milênios, estou de volta!:)
Qualquer erro de digitação, relatem por favor;)

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⏰ Última atualização: Jun 26, 2023 ⏰

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