- Isso, vai embora mesmo e não volte nunca mais- esbravejava o homem embriagado, fechando a porta, enquanto eu me afastava da mesma- sim eu estava indo embora não aguentava mais estar naquela casa, muito menos com aquele cara que por sinal, era meu pai. O ser humano que um dia fora amoroso, carinhoso, bondoso, gentil e controlado. Havia mergulhado profundamente nas bebidas e junto delas vinheram a solidão, tristeza e amargura. E tudo isso, porque mamãe tinha ido quando eu tinha sete anos, não queria mais saber de nós, nem se importava mais comigo, não tinha mais paciência e segundo ela queria viver a própria vida, meu pai não aguentou e vivia me culpando, dizendo que não deveria ter nascido, então, acabei perdendo a paciência e sai de casa, e bem, agora estou aqui nas ruas de nova york com apenas uma mala na mão, não fazia ideia pra onde ir, contudo, hoje o banco do central park daria, não ficava muito longe de onde morava, apenas alguns minutos a pé.
~- Havia chegado no lugar, encontrado um banco vazio, colocado a mala na ponta do banco para encostar a cabeça. - É mala, somos só, eu e você- Disse para mim mesma, já ia deitando nessa banco frio, quando ouvi um barulho atrás de um arbusto, logo pensei que era só um gato, no entanto começou a mexer demais. e se o banco já estava gelado eu tinha acabado de ficar ainda mais que ele.
- Quem tá aí ?!- perguntei
-irineu- a voz que parecia ser de um homem, respondeu.
- Que Irineu ?- não tinha se dado conta.
- você não sabe nem eu- era a piada ridícula.
- ah, por favor, não estou para brincadeira - abri a mala com cuidado, procurando algo afiado e pontudo que eu poderia usar, achei uma lâmina - eu tenho uma arma e não tenho medo de usar - dessa vez, escutei uma risadinha soar no ambiente.
- isso não faz nem cosquinha em mim - tentei seguir essa voz, para ver se conseguia vê-lo, porém, não cheguei a ver- você não vai me ver, pelo menos não agora, sei que você tá segurando uma lâmina, sei que também tá assustada.
- sabe também meu cpf ? meu rg?
- não, não ainda, quer dizer, se você quiser, eu posso te ajudar- esse cara, tá fumando só pode, se ele acha que eu vou querer ajuda se eu nem sei quem ele é - eu não vou te machucar, se é isso que você está pensando. me encontre no beco sem saída da rua Backer. Estarei lá se quiser minha ajuda é claro.
- obrigada pela sua gentileza, mas, eu não preciso da sua ajuda eu sei me cuidar - depois de alguns minutos, percebi que falava sozinha, então, me deitei na minha nova cama e voltei meus olhos para as estrelas e afirmava para mim mesma que tudo ficaria bem.
~- O sol refletia em meu rosto, a claridade dificultava quando eu tentava abrir os olhos, aos poucos entendi que não estava no meu quarto nem na minha cama, senti algo mexer na ponta da minha cabeça e isso me fez levantar rapidamente, olhei para minha direita e pude enxergar um senhor que aparentava ter uns quarenta anos, sua barba já se mostrava branca e suas roupas sujas, chegava a conclusão que ele era um morador de rua.
- O que o senhor pensa que está fazendo ?- o questionei o vendo ainda mexer na minha mala, e a jogando no chão.
- pegando meu banco de volta, você não pode ficar, é meu. - disse o velhinho ranzinza
- você não comprou para ser seu- apontei meu argumento.
- mas, é meu, e agora, antes que você não queira ser machucada é melhor sair daqui, ou chamo meus amigos- nem pensei duas vezes, peguei minha malinha e sai daquele lugar,
~- tentei por algumas horas achar algum lugar para ficar, e não tinha conseguido, nesse momento agora tentava um lugar para tomar banho, havia ido no restaurante e fui enxotada, procurei na lanchonete e ameaçaram chamar a polícia, não era fácil esse negócio de morar na rua e olha que era o primeiro dia. Precisava de ajuda, era visível, estava mesmo cogitando ir atrás daquele cara ?- me fiz e refiz essa pergunta. Neguei pra mim mesma, nem conhecia, podia ser um serial killer ou qualquer coisa nesse momento, um carro passou ligeiramente por uma poça de água, me banhando e isso pra mim foi a gota d'água, meus pés já doíam, e quando me dei conta andava em direção a rua Becker procurando o tal beco, Não era essa a vida que eu tinha sonhado na infância. Encontrei o beco sem saída, insegura, com medo, assustada e um pouco ansiosa, não vi ninguém, não ouvi nada e agora estava prestes a ir embora, sem demora, andava pra fora do beco, quando derrepente, a voz que ouvi na outra noite apareceu.
- ora, pelo visto, você veio, pensei que viria, afinal, não precisava de mim não é mesmo ? - quase indo embora- porquê veio?
- pra fazer um passaporte pra Europa- falei sarcástica- pra pedir ajuda idiota- era agora que levava um tiro, certeza.
- você nem ao menos me conhece e já tá fazendo gracinha, eu poderia te matar sabia ? Mas, não vou. - engoli em seco- deixa eu me apresentar- ele foi se aproximando, já que nos encontravamos em uma distância que não dava para ver seu rosto, já que uma parte do beco era escura, mesmo que fosse de dia quando chegou na parte clara, pude observar seu rosto, sua pele era um tom claro, mas, não tanto esbranquiçado seus olhos eram castanhos escuros, seu cabelo tinha a mesma cor, seu corpo era um tanto malhado- me chamo Ryan cooper- disse estendendo a mão- e você é ?
- Alice, Alice Burton- apertei sua mão para não parece mal educada, nossos olhos acabaram se encontrando, ficamos por um tempo nos encarando, até que desfizemos o aperto de mão
- bem, o que você faz pelas ruas ? Uma menina tá bonita quanto você não deveria estar assim né ?- pontuou
- longa história, o importante é que eu preciso de ajuda, vai me ajudar ?
- talvez eu possa te ajudar, vem comigo - fez sinal com a mão para segui-lo, e bem, olhei para um lado, para o outro, e enfim o segui.
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meliantes em nova York
RomanceNoites escuras O silêncio que assusta Uma garota sai de casa, sem destino Sem saber onde ir. Um garoto inteligente, esperto e que sabe o que faz e onde as coisas acontecem.. Ela é brilhante, engana qualquer um com sua lábia Ele tem as mãos rápidas...