Prólogo

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Essa é minha primeira história, então sejam pacientes comigo!

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POV S/N


   Não me lembro de uma época em que a vida foi fácil para mim. Estive no sistema desde que nasci. A antiga diretora do orfanato onde cresci conta que fui abandonada no hospital logo após o meu nascimento. Então, nunca soube como é ter uma família, principalmente uma mãe. Por mais que eu tente negar para mim mesma que isso não é uma coisa importante ou não me faz falta, sei que não é verdade. E, em alguns momentos, era tudo o que eu mais desejava.

   Há exatos 6 meses, me tornei sem-teto. Com a superlotação do orfanato e nenhuma família interessada em acolher uma adolescente de 15 anos, fui "convidada" a me retirar de onde estava. Minha única amiga, Liz, e sua mãe gentilmente me acolheram por um tempo em sua casa. Porém, a situação financeira das duas não era exatamente a melhor, e eu não queria continuar sendo um incômodo para elas.

   Consegui alguns empregos como babá durante esse tempo para sustentar minhas necessidades básicas, como alimentação, mas o salário não é dos melhores e nem sempre conseguia emprego. Fiquei sabendo através da minha professora de informática que estavam procurando um estagiário para mídias sociais em uma nova empresa chamada 'The Outset'. Pelo que entendi, ela se trata de uma empresa de skincare. Não sou muito ligada nessas coisas, mas parece legal. Me inscrevi para o estágio na última semana e, incrivelmente, fui chamada para uma entrevista hoje.

   Tomei um banho no vestiário da escola e usei minhas últimas economias para comprar uma roupa decente em um brechó. Não eram as melhores do mundo, mas eu queria tentar passar uma boa impressão na entrevista. O escritório é perto do Central Park, então, como estava adiantada e um pouco nervosa, decidi dar uma volta por lá e tentar relaxar a mente do nervosismo que me cercava. Meu estômago estava roncando alto, implorando para que eu colocasse algum tipo de alimento dentro dele, mas isso teria que esperar até eu conseguir algum dinheiro.

   Olhei em um relógio dentro de um restaurante qualquer e vi que estava quase na hora da minha entrevista, então decidi ir caminhando lentamente até o escritório. Subi até o andar e, assim que levantei minha mão para bater na porta, ela foi aberta por uma mulher loira com um sorriso muito simpático.

- Olá, eu sou a S/n e vim para a entrevista do estágio. - disse um pouco nervosa, colocando minha mão atrás do corpo para tentar não demonstrar meu nervosismo para a mulher.

- Olá, querida. Eu sou Kate, co-fundadora da 'The Outset'. Eu estava mesmo esperando por você. Vamos para dentro e me acompanhe. - Entrei no escritório e acompanhei a mulher mais velha até uma mesa branca onde havia duas cadeiras uma de frente para a outra. Ela se sentou em uma e gesticulou para que eu me sentasse na outra.

- Atualmente, divido esta mesa com a outra fundadora, mas ela não está aqui hoje. Então, eu irei fazer sua entrevista. Mas não se preocupe, são apenas algumas perguntas básicas. - Disse ela de forma simples e gentil, olhando nos meus olhos, o que me deixou um pouco intimidada.

- Tudo bem, estou pronta para qualquer coisa. - Eu disse descontraída, tentando passar confiança e leveza, apesar de meu interior estar gritando.

   A entrevista não chegou a durar uma hora. As perguntas realmente foram muito simples, como: 'Você tem experiência com mídias sociais e edição de vídeo?' 'É seu primeiro emprego?' 'O que pretende agregar para a empresa?'. No final de tudo, acabei conseguindo o estágio e começaria amanhã mesmo, logo após a escola, já que meu horário de entrada seria às 14h. Estou contando que meu primeiro salário não demore muito, pois já sinto minha cabeça doendo e meu estômago implorando por comida.

   Já estava escuro nessa grande Nova York, então, decidi ir para o beco onde costumo dormir e tentar cochilar um pouco. O que seria difícil, graças ao grande frio que está fazendo e devido à rua ser um local muito perigoso, principalmente para meninas como eu. Me deitei na cama improvisada de restos de papelão que havia feito e me encolhi o máximo possível, tentando bloquear o frio que penetrava minha pele como infinitas agulhas. Acabei cochilando por um tempo, mas acordei com uma buzina alta que me fez levar um susto. Não deveria ser nem 5h da manhã direito, mas decidi me levantar e ir caminhando para a escola do mesmo jeito.

   Cheguei dentro do prédio escolar e ainda estava vazio, apenas a Sra. Smith, a faxineira, estava presente, limpando um dos corredores antes de começarem a ficar cheios por conta dos alunos. Logo, finalmente bateu o horário para minhas aulas, das quais torço para passarem rapidamente. No entanto, quando finalmente bateu o sinal para a saída, corri para o vestiário feminino a fim de tomar um banho para meu primeiro dia de trabalho. A roupa que escolhi não é, com certeza, uma das melhores, mas é a melhor que possuo. Ela também não é muito quente devido ao desgaste do tecido. Pretendo comprar algo melhor quando receber meu primeiro salário.

   Corri para chegar a tempo e no horário certo. Kate disse que estaria me esperando na porta para me guiar e dar as instruções sobre o que eu teria que fazer. Acho que, por estar correndo com medo de me atrasar, não vi a mulher à minha frente e acabei esbarrando nela no meio da rua, fazendo com que eu caísse de joelhos e rasgasse minha calça. Ótimo, já não tenho roupas suficientes e agora a minha única calça está rasgada. Era só o que me faltava.

- Desculpa, querida. Eu deveria olhar mais por onde ando. - Diz a mulher, estendendo a mão para me ajudar a levantar.

- Não, eu que devo pedir desculpas. Foi minha culpa. - Respondo, aceitando gentilmente sua ajuda.

- Mesmo assim, querida. Você acabou rasgando sua calça.

- Isso não foi nada, não se preocupe, senhora. Se me der licença, preciso ir. - Digo, dando um sorriso gentil para a mulher e voltando a correr.


***

Olá pessoal! Espero que gostem dessa história. Capítulo pequeno, mas queria apenas introduzir a história. Estarei respondendo todas e qualquer dúvidas que tiverem a respeito!

A princípio a fic terá em torno de 20 capítulos, porém isso depende de como a história se desenvolver.

Obrigada por ler!

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