você voltou e eu pensei em te segurar, te espremer em meus braços até tirar essa vontade de dentro de mim de ter você.
você me cumprimentou e elogiou minha blusa como se eu fosse uma boneca na estante que você decidiu brincar depois de me esquecer por um ano. e eu queria tanto te segurar do jeito que você me segura, mas a vontade deslacerou ao se erguer porque eu poderia tocar qualquer coisa menos no que você quer.
na verdade, eu só vim te ver porque um remorso me empurrou até aqui para reconstruir o mundo da lama, o mesmo remorso que deixou nossos desejos esperando, o mesmo que nos deixou desejando pelos fantasmas do que seguramos. esse mundo escorrega sob meus pés e saliva diante do meu fracasso. é o nosso fim e de todas coisas que você ama, e eu nunca soube o que eram.
eu me tranquei num cômodo escuro para ver se você tentaria abrir, você disse tudo que eu precisava ouvir, mas nunca o que eu queria. mas se eu te deixasse me dar o que eu quero e admitisse gostar disso, eu teria que nos levar para beira de um precipício e não importa o jeito que cairíamos, nós sempre aterrisariamos em traição.
mas eu quero você.
eu quero você.
eu quero.
eu quero.
EU QUERO VOCÊ.
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o que você quer?
Poetryé o nosso fim e de todas coisas que você ama, e eu nunca soube o que eram.