Capítulo I

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Aemond estava com raiva, muita raiva, ele tinha acabado de perder o olho e seu pai não demonstrou nenhuma preocupação, sua mãe tinha até demonstrado preocupação, mas ela parecia está mais focada em machucar a Rhaenyra e seus filhos idiotas.

O platinado no entanto, estava tendo dificuldades para chegar no seu quarto em driftmark, ele não tinha ninguém ao seu lado para ajudar ele no caminho, seus pais tinham desaparecido e todos os guardas estavam ocupados com alguma merda qualquer. Aemond se sentia abandonado, Rhaenyra tinha ajudado seus filhos machucados, mas sua mãe, não tinha feito nada para ajudar ele e ainda tinha largado ele na sala.

Aemond invejava seus sobrinhos, ele queria ter uma mãe amorosa igual a eles.

Aemond começou a escutar passos lentos, ele não conseguia virar a cabeça, já que um lado do seu rosto estava em chamas de tanta dor. Por um momento ele pensou que fosse sua mãe, mas ele logo descartou essa ideia quando sentiu uma mão pequena em seu ombro, e quando a pessoa começou a falar, ele logo reconheceu aquela voz.

 —Tio Aemond, você precisa de ajuda?— Quem ele menos queria apareceu, o causador de toda sua dor tinha achado de bom tom humilhar ele mais ainda. 

—Eu não preciso da sua ajuda, bastardo. — Mesmo com a ofensa, Lucerys não desistiu.

— Por favor tio Aemond, sei que esta com raiva, mas deixa eu te ajudar, eu estou vendo que você precisa de apoio  — Aemond não rebate mais, ele apenas aceita a ajuda de Lucerys silenciosamente.

Lucerys passa o braço de Aemond em volta de seu pescoço e eles começam a andar. O platinado estava torcendo para que sua mãe Alicent não aparecesse ali, ela faria um verdadeiro inferno na vida dele se visse aquela bendita cena.

Luke estava calmo, sua mãe provavelmente estava surtando com seu desaparecimento, porém, ele podia dar um jeito nisso depois, ele primeiro queria ajudar seu tio. Ele sabia que Aemond só estava naquela situação por causa dele, Luke não se arrependia, ele só fez aquilo para proteger seu irmão, mas, quando ele passou pelo corredor e viu a cena de seu tio se apoiando na parede tentando caminhar, seu coração se despedaçou. Naquele momento ele sentiu a necessidade gigantesca de ajudar Aemond, ele queria garantir que seu tio iria se recuperar totalmente. O garoto sabia que seria um processo lento e que provavelmente o platinado iria recusar toda sua ajuda, mas Luke não estava disposto a desistir.

Quando eles finalmente chegaram nos aposentos do Aemond, Luke colocou o tio sentado na cama e foi aí que ele se lembrou que Aemond ainda usava roupas sujas de sangue e areia.

— Tio, você precisa trocar de roupa.

— Eu odeio ter que pedir isso mas, você poderia me ajudar? Seria doloroso tirar a roupa sozinho — Aemond diz cabisbaixo, ele se sentia extremamente humilhado.

— Claro que eu ajudo.

Aemond pega o pijama, coloca na cama e começa a se despir com a ajuda do sobrinho, estava sendo um processo levemente doloroso, já que em alguns momentos ele tinha que mexer a cabeça. Depois de alguns minutos Aemond já estava com sua roupa de dormir.

— Tio, vou deixa você descansar agora, até amanhã — Luke diz depois de ajudar Aemond a deitar.

Quando Lucerys volta para o seus aposentos, ele encontra sua mãe chorando em sua cama.

— Mãe? Por que está chorando?

— Lucerys meu filho — Rhaenyra se levanta rapidamente e corre para abraçar seu filho, ignorando totalmente a dor de seu braço machucado — Pensei que você tivesse se metido em briga de novo!

— Calma mãe, eu só fui ajudar o tio Aemond, ele estava sozinho tentando chegar aos aposentos dele. — Rhaenyra se assustou, ela esperava tudo menos isso.

— Mas Luke, eu não entendo, ele te ofendeu e você arrancou o olho dele, como assim você foi ajudar ele mesmo depois disso tudo?

— Eu sei disso mãe, mas eu me senti mal quando vi ele sozinho no corredor sofrendo, nem a mãe dele tava lá.

— Oh meu garoto doce, você tem um coração tão bom — Rhaenyra aperta mais ainda o abraço, ela estava orgulhosa de seu filho.

— Mãe, se não for pedir muito, será que a gente poderia ajudar o tio Aemond? Ele não parece ter muito o apoio da família.

Rhaenyra solta o filho do abraço e encara ele por alguns segundos até que ela suspira cansada. Ela sabia que a Alicent era uma péssima mãe e que seu pai era ausente, Rhaenyra mais do que ninguém entendia a dor de não ter uma família te apoiando. Ela não odiava seus irmãos, até porque eles ainda eram muitos novos para formularem seus próprios pensamentos, ela não duvidava nada que a própria Alicent tivesse contado o boato de seus filhos serem bastardos para Aemond.

— Vou pensar sobre isso filho, agora vá dormir, está muito tarde. — Rhaenyra beija a testa de seu filho e se retira dos aposentos dele, indo para o seu próprio aposento.

No caminho ela foi pensando no que ela faria daqui pra frente, ela não poderia recusar aquele pedido de seu filho.







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