dia da posse

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Isso era pra ficar somente entre 3 pessoas, não sei o que estamos fazendo aqui.

(Um agradecimento especial para o meu amor que se ofereceu para ser minha beta e me deu ótimas ideias)


Simone finalmente havia conseguido despistar os fotógrafos, jornalistas e colegas que insistiam em lhe seguir, todos atrás de um comentário, uma foto ou apenas querendo parabenizá-la em seu grande dia. Sendo uma figura pública, ela havia aprendido a lidar com toda a atenção, mas, no momento, tudo que a nova ministra queria era um lugar sossegado, longe de tudo e... quase todos.

Vendo-se livre, Simone andou calmamente pelos corredores do Palácio do Planalto, seguindo um caminho tão conhecido por si, que seus pés a guiaram antes mesmo da ideia se formar completamente.

O destino final de sua breve caminhada havia sido seu antigo gabinete, esse que ainda estaria vazio. Com cuidado, Simone posicionou sua mão na maçaneta, agradecendo mentalmente quando a porta se abriu com facilidade.

A ministra adentrou seu antigo local de trabalho, fechando a porta atrás de si e indo de encontro a cadeira de couro que se sentara por anos. Simone havia se despedido de seus colegas e retirado seus pertences de seu gabinete apenas algumas semanas atrás, mas, ao adentrar aquela sala novamente, uma nostalgia invadiu seu peito.

Ao se recostar em sua cadeira, Simone permitiu que seus pensamentos fluíssem rodeados do silêncio de seu gabinete, a paz que tanto buscara finalmente a envolvendo. O foco principal de seus devaneios acabou sendo a sua carreira política, a longa trajetória que havia percorrido até chegar onde estava; até ser nomeada ministra.

Não havia sido fácil, isso ela poderia admitir. Se recordava das vezes em que havia chorado no começo de sua carreira, havia gritado para ser ouvida ou até mesmo quando suas opiniões eram descartadas simplesmente por ser uma mulher na política. Os sentimentos que as memórias deixavam para trás eram agridoces, mas o orgulho de ter superado cada obstáculo ao meio do caminho estava sempre presente junto a eles.

Perdida em pensamentos, a nova ministra do planejamento não se deu conta do som dos saltos do lado de fora, sendo abafado pela porta fechada, ou das duas leves batidas que seguiram.

"Senhora Ministra?" Soraya adentrou a sala sem preocupação, sabendo que encontraria a mulher ali dentro. O tom de sua voz era pura provocação e, juntamente com o sorriso divertido em seus lábios, fora o suficiente para fazer que o coração de Simone errasse uma batida assim que seus olhos pousaram na mulher a sua frente.

O sorriso da ministra foi de imediato, assistindo atentamente Soraya fechar a porta com firmeza atrás de si e andar em passos firmes a sua direção. Não demorou nem um minuto, mas Simone usufruiu desses breves segundos para refestelar-se com a visão de sua mulher.

Soraya usava uma saia longa bege que escondia suas pernas torneadas, uma blusa branca colada ao corpo, não deixando muito para a imaginação de Simone, e por cima um casaquinho da mesma cor da saia, também sem manga para combinar com a blusa-Simone, mentalmente, havia agradecido a falta das mangas na vestimenta de Soraya, podendo ao menos admirar os braços esculpidos da senadora.

Simone também observou o rebolar de seu quadril, o movimento mais exagerado do que de costume apenas para o prazer dela e, antes que pudesse se perder nas curvas de Soraya, a mulher havia parado em sua frente, repousando o quadril na mesa.

"Sim, senhora senadora? O que desejas?" A ministra brincou, uma de suas mãos imediatamente indo de encontro a cintura de Soraya.

"Eu desejo lhe parabenizar. Se a senhora não estiver ocupada, claro," ela continuou com a seriedade, o que não durou por muito tempo.

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