Fragmentos de Memória

12 1 1
                                    

Oliver Lane acordou em um quarto escuro, com um suor frio escorrendo pela testa. A respiração acelerada denunciava o desconforto e a angústia que o consumiam. Aos poucos, sua visão se ajustou à escuridão, revelando uma mobília antiga e empoeirada ao seu redor. Um espelho quebrado refletia uma imagem distorcida de seu próprio rosto.

Os fragmentos de memória invadiram sua mente, como flashes de luz em meio à escuridão. Ele se esforçou para entender o que estava acontecendo, mas as lembranças pareciam elusivas, escapando de sua tentativa desesperada de reconstruir seu passado.

"Quem sou eu?" Oliver sussurrou para si mesmo, sentindo o peso da incerteza em cada palavra. Era como se uma parte crucial de si mesmo tivesse sido apagada, deixando apenas uma névoa confusa de lembranças desconexas.

Com cautela, Oliver se levantou da cama, sentindo uma pontada de dor aguda em sua têmpora. Tocou a área dolorida, encontrando uma pequena cicatriz que parecia indicar uma lesão recente. Mais uma peça do quebra-cabeça que se formava em sua mente, um sinal de que algo significativo havia acontecido.

Caminhando pelo quarto, ele notou um diário empoeirado em cima de uma escrivaninha. Oliver abriu-o, encontrando páginas preenchidas com sua própria caligrafia. Palavras soltas, anotações desconexas e pensamentos incoerentes saltavam das páginas, como se alguém estivesse tentando capturar uma realidade fugaz.

Ele se deparou com uma frase escrita em letras maiúsculas e sublinhada repetidamente: "Cuidado com os espelhos, eles refletem mais do que você pode ver." Essas palavras ecoaram em sua mente, ecoando a sensação de que havia algo além do óbvio, algo escondido naquele mundo de reflexos distorcidos.

Determinado a encontrar respostas, Oliver decidiu explorar o restante da casa. Cada passo o levava a um lugar desconhecido, como se estivesse redescobrindo seu próprio lar. Quadros nas paredes retratavam pessoas que ele não conseguia reconhecer, e objetos familiares pareciam estranhamente fora de contexto.

A casa estava mergulhada em silêncio, interrompido apenas pelo som de seus próprios passos ecoando pelos corredores vazios. Oliver se sentia como um intruso em sua própria vida, um estranho em seu próprio lar.

Enquanto explorava uma sala no andar de cima, ele notou um espelho de corpo inteiro. Seus olhos se encontraram com o reflexo distorcido de seu próprio rosto. Um calafrio percorreu sua espinha ao perceber algo perturbador. A figura refletida no espelho não era exatamente a mesma que ele via em sua mente. Era como se houvesse uma dualidade, uma versão sombria e desconhecida de si mesmo.

Oliver afastou-se rapidamente do espelho, lutando contra a sensação de paranoia que o envolvia. Os fragmentos de memória continuavam a se agitar em sua mente, provocando uma sensação de urgência, uma necessidade desesperada de descobrir a verdade.

Com o coração acelerado, Oliver decidiu que não poderia mais fugir de seu próprio passado. Era hora de confrontar as sombras que o assombravam e desvendar os segredos ocultos em sua mente. Ele sabia que, para encontrar a paz, precisaria enfrentar o desconhecido e mergulhar nas profundezas de sua própria psique.

E assim, com determinação renovada, Oliver embarcou em uma jornada perigosa e desconcertante, onde cada passo o aproximava cada vez mais da verdade obscura que o aguardava. Ele estava pronto para enfrentar seus medos mais profundos, mesmo que isso significasse confrontar o próprio espelho e encarar a refração de sua própria alma fragmentada.

Espelhos DistorcidosOnde histórias criam vida. Descubra agora