nunca diga nunca - one piece - Trafalgar Law

capítulo único

UM DOIS TRÊS

quando você recebeu sua promoção no início do ano, presumiu que os superiores afrouxariam a coleira e deixariam você fazer o que quisesse, para sua inevitável decepção, eles não o fizeram, você aprende isso da maneira mais difícil quando várias pilhas grossas de documentos são deixadas para você revisar em sua mesa em uma manhã enérgica.

você zomba, luta contra o desejo de incendiá-los e se joga na cadeira acolchoada. com as botas apoiadas em cima da mesa e os pés cruzados nos tornozelos, você fecha os olhos e examina a lista contínua de tarefas que precisa concluir antes de partir para o novo mundo.

nunca é sua intenção pensar sobre trafalgar law, mas de alguma forma ele sempre encontra uma maneira de se esgueirar em seus pensamentos ao longo do dia.

A agitação percorre lentamente suas veias, os dentes cerrados enquanto você os tritura um contra o outro. é ainda pior à noite, quando você se encontra enrolado nos lençóis, se revirando, atormentado por sonhos em que a mão dele envolve sua garganta com muita facilidade, em vez de lutar contra ele, você está sempre sem fôlego e hipnotizado, os lábios entreabertos e ansiosos.

Seus olhos âmbar segurando você no lugar, vendo através de todas as suas camadas grossas e paredes de aço que você ergueu para se proteger.

ninguém jamais os penetrou e sobreviveu.

é assustador e perturbador que você sempre acorde ofegante, dedos trêmulos agarrando a frente de sua camisa desesperadamente, suor empoçando em torno de suas têmporas.

Você teme que seu coração esteja batendo forte o suficiente para incapacitá-lo e você coloca a mão sobre a boca como se isso fosse impedi-lo de gritar de frustração. se você mantiver os olhos fechados, ainda poderá sentir as mãos dele em volta de sua garganta, se você mantiver os olhos fechados, poderá ignorar a culpa que acompanha esses sonhos e trilhar o caminho perigoso para fantasias impossíveis.

uma corda bamba instável que você enfrenta de frente ,um pé na frente do outro, vendada e nervosa, sem saber o que o espera no final.

Não há nada de anormal em uma fuzileira tentando descobrir os próximos movimentos de um pirata, mas seu caso é um pouco diferente. irritado consigo mesmo, você chuta a mesa e derruba os documentos.

As páginas flutuam no ar e você ri enquanto ignora a bagunça. você acha que vai resolver tudo isso mais tarde. o caracol toca alto o suficiente para assustá-la, mas você demora para responder.

você coloca uma bala de menta na boca e mastiga pensativamente, sem se incomodar com gentilezas, pois sua voz denota sua irritação.

"o que é?" você nunca foi educada ao falar com outros fuzileiros navais não importa o posto e como seu humor ainda não melhorou, você não se incomoda em fingir.

"oh, absolutamente não" você resmunga, sobrancelhas franzidas, uma carranca se estabelecendo em seus lábios. o comodoro se recusa a desistir, repreendendo você por seus fracassos anteriores e lembrando que, como capitã, você precisa dar o exemplo adequado para seus subordinados. agora, o comodoro não estava feliz com você e se ele deixasse você explicar a situação, então talvez ele não se sentisse tão inclinado a repreendê-la como uma criança.

"certo, mas..." você é interrompida por outra longa histeria dele e quanto mais ele fala, mais raiva você fica. "bem, se você ouvisse, então eu poderia" de novo, você não consegue dizer uma palavra, você tenta várias vezes sem sucesso.

a irritação aumenta dentro de você, uma coceira que você ainda não consegue coçar, você agarra o receptor com força e acaba pendurando-o mais uma vez, a tolice é vomitada em sua direção, é ridículo que a sede queira que você abandone sua missão atual e se concentre em capturar a law.