univers ≠ nous

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talvez, nunca tivéssemos sido uma constelação, mas sim, simplesmente estrelas que queriam mais que tudo a ideia de pertencimento, a ideia de amor encapsulado em um universo dotado de feixes de luz, astronomicamente postos para nos fazer reluzir em conjunto. 
queria mais que tudo reluzir contigo, brilhar até cegar os olhos desavisados de quem nos encaravam com olhos esfomeados pelo brilho cintilante, queria me desconjuntar para poder assim, quem sabe, me conjuntar de novo, só que dessa vez, com você. 

provavelmente, queríamos muito querendo ser constelação, éramos apenas duas. era ínfimo demais, a nossa existência sempre foi calculada para a explosão eminente. explosão prevista e não evitada gera caos universal.
agora, o caos habita em cada espaço em que eu orbito, em um rastro infeliz do nosso trágico fim, deixando para trás nada além dos nossos pedaços mais inebriantes. desejava mais que tudo colá-los novamente e ter seus pedaços comigo, mesmo que isso significasse egoísmo ultra sideral.

penso mais do que deveria na nossa explosão. a nasa nunca mencionará sobre ela, pra eles não é algo tão grande assim, mas para mim, teve proporções maiores que a do big bang, e diferente do big bang, nossa explosão não trouxe nada de vantajoso, pelo menos não para mim.
nós explodimos, o que era nosso tornou-se poeira. a constelação que tínhamos feito, não existia mais. agora era verdadeiro o nosso fim.

pode ser que em um outro planeta, quem sabe em uma outra galáxia, nossa constelação ainda brilhe. e torço para que lá, nossa explosão demore anos-luz para acontecer. 

mesmo assim, não seremos constelação por muito tempo em universo nenhum, por isso, te guardo no universo do meu coração. 
não como um amontoado de sentimentos estelares feitas por você e eu, mas sim, como você sempre foi, um pedaço do anel de saturno, que felizmente, caiu em meus braços e eu agarrei.

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obrigada pela leitura!

talvez não uma constelação Onde histórias criam vida. Descubra agora