Prólogo

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    Era completamente angustiante toda essa luz que a envolvia. Era forte e ela poderia sentir toda aquela energia espiritual. Mas nada poderia mudar o fato de que aquele era o início de uma morte lenta e dolorosa, assim como a de seu noivo. Afinal, ambos haviam tomado decisões trágicas para eles mesmos, mas que, no fim, seria bom para toda a humanidade.
 
   Qual é o preço que eles recebem por isso? A morte e o fato de que nunca poderiam ficar juntos. Eles eram opostos, não tinham nada de semelhante entre si, além da vontade de quererem sempre serem mais fortes do que ontem e terem um amor incondicional.

    Quando a luz apagou e a pedra explodiu, levando junto toda a energia espiritual dela, tudo que a mulher viu foi o seu amado de joelhos, esperando que tudo acabasse logo.

  - Eu não consegui te salvar, meu amor... - Ela chorou pressionando seu ferimento.

  - Está tudo bem, meu Sol. Eu estou tranquilo, tá tudo bem. - Ele disse, tentando tranquilizá-la.

  Nos braços dele, ela entendeu uma única coisa: os momentos que viveram estariam sempre com sua alma, mesmo que isso lhe custasse caro, ela continuaria se lembrando dele em todas as vidas e daria um jeito de lhe encontrar de novo. Ela poderia facilmente morrer ali, não sentiria rancor da vida e nem das pessoas, aceitaria seu destino.

  Eles diriam que morrer ali era um previlégio, pois haviam morrido em batalha e um ao lado do outro. Todos os sonhos continuariam vivos em suas almas, em suas memórias. A vontade de quererem se casar e se mudar para uma casinha na montanha não poderia ser realizada, afinal, mas eles aceitavam, estava tudo bem. Uma ou duas mortes não poderiam se comparar com mais mil ou milhares. Eram magos, cultivadores e guerreiros, eles aceitavam a morte, desde que ela fosse benéfica para a vida das outras pessoas.

  Portanto, foi assim que suas energias espirituais se esvaiu de seus corpos e tudo que ambos disseram no último momento foi:

- Te encontrarei em minhas memórias.
  E junto com o vento, tudo se foi.

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