CAPÍTULO 1

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 Me sinto o próprio bagaço cuspido e pisado da laranja depois de mais de 14 horas num avião.

Piso no solo norte-americano pela 5 vez na minha vida, mas dessa vez vai ser mais do que um final de semana para fotografias e jantares com donos de marcas importantes. Dessa vez eu vou passar lindos seis meses de paz no olho do furacão antes de passar pela tempestade e continuar nela pelo resto da minha vida.

Eu ajeito os óculos escuros, abaixando-os da minha cabeça e colocando o boné, enquanto desço as escadas da aeronave juntamente com restante dos passageiros da primeira classe. Nós somos guiados para fora do pátio de pouso por duas aeromoças, uma loira e outra ruiva, parecendo que acabaram de sair de um spa e não de 10 horas de voo. Eu simplesmente não entendo como estão em perfeito estado e ainda SORRINDO.

Pego meu telefone e o ligo, não queria minha mãe me perturbando a viagem toda. Lá, eu encontro duas ligações dela e uma do meu pai, além de uma mensagem da minha mãe mandando eu retornar assim que chegar e uma mensagem da minha única amiga - e prima - Perla, me desejando boa viagem.

Respondo um "obrigada" e digo que já cheguei mandando uma selfie com o polegar para cima num ângulo que se minha mãe visse iria acabar tendo um infarto antes dos 40.

Chego no desembarque e vou em busca da minha mala na esteira. Fico entre olhar o Instagram e ficar de olho na minha bagagem quando a própria aparece - uma malinha preta meio cintilante, juntamente com uma versão menor dela.

Depois de pegar a mala e andar em direção do lugar onde se encontram as pessoas que esperam os passageiros, acabo me esbarrando numa mulher apenas uns anos mais velha que eu.

- Olha por onde anda! - Berra, fazendo com que alguns curiosos olhem em nossa direção.

- Calma, minha senhora. Não precisa gritar! - Digo em tom irônico erguendo uma sobrancelha e colocando a mão na cintura, apoiando o cotovelo da outra na alça da mala.

- Tenho cara de senhora, meu bem? - Disse num tom afetado falso. Eu ODEIO quando me chamam de meu bem.

- Para estar com esse mau-humor todo só pode ser, né? Credo, mulher, vai arranjar briga com outra pessoa. - Começo a caminhar para longe dela quando a escuto falar:

- Quem você pensa que é para falar assim de mim, garota?

Eu me viro em sua direção e ergo meus óculos escuros à cabeça por impulso e me arrependo na hora. A loira aguada arregala os olhos pretos e fica mais pálida que os cabelos tingidos.

- P-Petra Romero. - Diz gaguejando.

Murmuro um palavrão e começo a andar rapidamente com minhas malinhas para a área que ficam as pessoas esperando os passageiros. Escuto a loira aguada chamar meu nome e começo a andar mais rápido. Coloco os óculos no rosto e me atrevo a virar e ver como está a situação atrás de mim. Umas 10 pessoas agora seguem a loira correndo em minha direção. Bem, poderia ser pior.

Deixo os meus modos com Deus e começo a correr o mais rápido que consigo com minha mala de 20 kg. Para que eu fui colocar tanta coisa na bagagem? É guia básico do intercâmbio colocar coisas básicas na mala e comprar tudo quando chegar.

Levando a mala e desço a escada rolante de dois em dois degraus, me esbarrando em um cara que me chama de um nome não muito agradável.

Avisto o grupão de pessoas que estão esperando os outros passageiros e olho rapidamente para todos os lados, esperando encontrar minha host family segurando uma placa ou algo do gênero.

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⏰ Última atualização: Jul 05, 2023 ⏰

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Um beijo e nada maisOnde histórias criam vida. Descubra agora