O Que Restou Depois Da Perda?

Capítulo 4:Sue Clearwater

Pov. Sue

É completamente inexplicável a dor que eu sinto desde que recebi a notícia que minha filha estava morta.Esse foi um dos piores dias da minha vida, a minha menina, a minha pequena estrelinha estava morta.

Orei tanto para que tudo fosse mentira, mas a verdade era aquela que estava bem diante dos meus olhos naquele caixão.Nada poderia trazer a Leah de volta, eu nunca mais iria escutar sua voz, ouvir sua risada ou ver seu lindo rosto.

Meu peito dói, dia após dia, é tanta saudade que parece não ter fim.Se pudesse estar no lugar dela naquele caixão, tenha a certeza que eu estaria.Não desejo a nenhuma mãe passar pela dor que estou sentindo.

Todos os dias passo horas e horas no quarto da Leah que continua do mesmo jeitinho que ela deixou. Às vezes eu posso jurar que escuto a voz dela dentro dessa casa. Será que eu estou ficando louca?

Quando perdi você, me vi sem chão, pensei que estava vivendo uma loucura, nada do que eu ouvia aliviava a dor da minha alma. Uma dor tão profunda que eu podia sentir fisicamente. Pensei que nunca iria voltar a sorrir sem me culpar.
Hoje sei que jamais voltarei a ser completa novamente. Não há como completar um coração de quem perde alguém que ama tanto. Ainda vou olhar seu retrato e chorar, ainda vou embargar a voz ao falar de você, ainda vou amanhecer com saudade, ainda em datas comemorativas vou deixar transparecer minha tristeza e indiferença, ainda vou continuar a amar você. Muitos podem te esquecer, mas em meu coração jamais vai morrer.

Minha doce menininha...

Hoje tudo que eu penso é um dia te encontrar novamente, quem sabe quando eu partir desse mundo poderemos nos reencontrar. Enquanto isso vou vivendo nesse mundo, onde você não está mais aqui. Se ainda respiro, é por causa do seu irmão, porquê se não fosse isso já estaríamos juntas como deveria ser.

*15 Anos Depois*

_Vovó, cadê você?-Escuto a voz da minha netinha.

Sue: _Estou Aqui, meu amor.

_Tava procurando a senhora.

Sue: _Estou bem aqui, minha pequena Leah.

Lee: _Podemos ir na praia?

Sue: _Mais já falou com seus pais?

Lee: _... Ainda não.

Sue: _Você sabe que precisa da permissão deles.

Lee: _É, eu sei.

Sue: _Vamos fazer o seguinte, você vai lá neles bem rapidinho e quando voltar eu ainda estarei aqui.

Lee: _Promete.

Sue: _Prometo.

Quando meu filho contou que daria o nome da sua irmã para minha netinha, eu fiquei emocionada com o gesto dele. Nunca vou esquecer o momento que segurei ela pela primeira vez, foi como se eu tivesse voltado no tempo, eu sentir que era minha Leah, minha garotinha nos meus braços.

A vinda da minha neta foi uma alegria, depois de tanta tristeza e dor. Eu me permitir sorri novamente vendo aquele pequeno ser tão puro e inocente.

Como sempre imaginei minha dor nunca passou, mas aprendi a conviver com ela. Às vezes ainda tenho sonho com a Leah, onde ela está viva e feliz. Porém, ao acordar vejo que tudo não passou de sonho. É muito cruel vê que até meus sonhos tem me pegando peças, já não bastava às vezes ver ela nessa casa ou às vezes achar que estou louca, porque escuto sua voz.

Seguro o porta-retrato, onde tem a foto dela com o Harry, meus dois amores que perdi. Um dia irei reencontra-los. Quem sabe em breve estaremos juntos?

Lee: _Vovó, eles deixaram.-Disse ela entrando no quarto_Essa era minha tia e o vovô Harry?