[DEGUSTAÇÃO]A aliança do Subchefe Série: Caminhos Cruzados Livro 2

PRÓLOGO

Sou considerado por muitos o pesadelo da Cosa Nostra, com razão, já que faço as minhas vítimas implorarem pela morte depois que arranco tudo o que quero saber.

Mas tenho um jeito peculiar de fazer isso.

Sou organizado e não gosto de bagunça nas minhas torturas. Por isso, sou cirúrgico onde ataco minhas vítimas, por isso fiz questão de aprender como funciona o corpo humano.

A anatomia humana é maravilhosa e me especializei em saber exatamente onde causar mais dor sem fazer as minhas vítimas morrerem.

Eu as deixo que definhem por dias, com seus sussurros e gemidos soando como músicas para meus ouvidos.

Mas, não gostar de bagunça, não significa que não gosto de sangue.

Muito pelo contrário, eu adoro, e é por isso que não desperdiço uma gota sequer de sangue das minhas vítimas.

Eu sou misericordioso e quando minhas vítimas imploram por água tenho algo de qualidade para servir.

Ainda faço isso em uma taça de prata.

É uma verdadeira honra ser servido em uma taça de prata por mim.

Faço meus inimigos e os inimigos da famiglia beberem literalmente o próprio sangue, cada gota, antes de finalmente mandá-las para o inferno, afinal sou o irmão do Diabo.

Como poderia ser diferente?

— Chefe, Don Riccardo não gostou nadinha do senhor ter se recusado a voltar para casa. Ele disse que sua ação terá consequências — um dos meus homens fala se aproximando.

Estou em uma das muitas mansões da família curtindo o único sábado de folga que tenho depois de dias sem descanso, afinal estou em uma caçada aos vermes russos que estão se escondendo em nosso território, já que não conseguem voltar para o deles.

A verdade é que fechamos o cerco e vamos matar um por um.

Os desgraçados acharam que era uma boa ideia sequestrarem a rainha da máfia italiana para obrigarem o Don a negociar, grande erro.

— Sempre tem uma consequência, sempre.

A última vez que fiz algo que desagradou ao meu irmão, passei dias em uma masmorra, sem água e comida.

Agora, aqui estou eu, indo mais uma vez contra a ordem do Don.

Sei o que ele quer, por isso prefiro manter distância e curtir a minha pequena festinha particular, já que amanhã volto para a ação.

— Mas que porra é aquela? — o soldado fala e levanto as vistas.

Ao longe vejo o helicóptero das empresas Bianchi se aproximando.

Eu não acredito que meu irmão fez isso!

Ele deve me odiar demais.

— Porra, Riccardo!

O celular toca no meu bolso e já até sei quem é, por isso atendo sem nem mesmo olhar.

— Eu mereço um dia de paz.

— Se não vier por bem vem por mal. Volte agora mesmo ou em vez de um helicóptero vou mandar um tanque de guerra.

O desgraçado desliga a ligação sem nem mesmo me dar a chance de falar algo.

Inferno!

Assim que o helicóptero pousa no jardim, os soldados do meu irmão saem de dentro armados até os dentes.