O sangue mais azul - EM CONSTRUÇÃO

O começo de uma amizade

Na segunda-feira , eu estava animada para ir à escola, pois teria aula de literatura que é uma das minhas disciplinas favoritas.

Durante a aula fiquei sabendo de um concurso literário do qual eu fiquei muito interessada a ponto de me inscrever.

Com a chegada do intervalo entre as aulas, peguei um livro , meu lanche e sentei em uma mesa perto da árvore que costumava ficar.

Distraída com a leitura acabei por não perceber a chegada de Leonor.

Ela me cumprimenta e se senta com sua bandeja cheia de salada e frutas.

"Lendo no intervalo?"

"Eu gosto dessa disciplina, então é meio que um prazer."

"Interessante."

"Pensei que você fosse do tipo popular aqui."

"Engraçado porque pensei o mesmo de você."

"Acho que ser realeza tem suas desvantagens."

"Concordo"

Ela sorri entendendo exatamente o que eu queria dizer.

"Talvez nós possamos , sei lá, andar juntas?"

"Você quer dizer sermos amigas?"

"Isso! Sabe , assim nós conseguimos nos blindar de algumas coisas desnecessárias."

Ela fica pensativa por um momento.

"Ok."

Seguimos conversando e tentando nos conhecer melhor. Ela comenta sobre o meu lanche nada saudável com hambúrguer e alguns salgadinhos.

Eu justifico a minha dieta "balanceada" com o fato de perder muitas calorias com a natação e exercícios físicos , mas ela não concorda com o meu ponto de vista.

Minha mãe não gosta que em casa tenhamos comidas desse tipo e o alimento mais pesado que temos é o tradicional café da manhã inglês, então no colégio eu fujo da regra geral, já que ela me deixa viver com uma adolescente normal aqui.

A conversa com Leonor estava muito agradável e descobri que ela é um ano mais nova que eu , por isso eu não tinha a encontrado nas aulas.

Não é uma diferença alarmante , mas certamente terá algum impacto.

Aprendi algumas coisas sobre o modo de vida dela e em troca compartilhei coisas sobre o meu.

Esse tipo de coisa não podemos sair falando para todo mundo , então me senti muito bem em poder conversar abertamente sobre isso com alguém, porque sei que posso confiar nela.

Assim que o intervalo acabou, eu me despedi dela e voltei para a sala com uma estranha sensação.

As horas pareciam se arrastar até o momento em que fomos dispensados para as aulas de educação física. Eu estava doida para cair na piscina!

Troquei de roupa e fiquei na fila junto dos outros alunos.

O professor parecia agitado hoje andando de um jeito impaciente com a mão no apito.

"Devido a nossa vitória na competição entre colégios, conseguimos nos classificar para a competição em Edinburgh. Ela é muito importante , principalmente para os atletas que almejam entrar na universidade, pois contará muito no currículo de vocês."

Os alunos ficaram tensos e conchichando entre si.

"Bem, eu espero comprometimento de vocês, pois vou selecionar os que mostrarem melhor desempenho durante as aulas. Vou fazer simulado e vocês vão competir entre si."

Eu não nego que fiquei muito empolgada, porque adoro competir e , claro , ganhar. Também será um bônus para a faculdade.

Começamos aquecendo como sempre e então o treinador foi nos dando as instruções sobre o treino do dia.

Alguns alunos iam assistir o nosso treino , portanto eu nem reparei em quem estava lá.

O treino correu bem e ao final o treinador me chamou.

"Senhorita Windsor, seu desempenho excepcional indubitavelmente já a classificou para a competição. "

Disse o homem cheio de orgulho.

Eu agradeci pela confiança e fui me trocar.

No vestiário podia ouvir as conversas cheias de temores sobre as competições escolares , assim como as provas que se aproximavam.

Peguei minha bolsa , coloquei a toalha molhada no ombro e segui em direção ao armário no corredor da escola.

"Você foi muito bem."

A voz um pouco grave e com um leve sotaque sussurrada em meu ouvido me pegou de surpresa.

"Obrigada. Você sempre assistia aos treinos?"

"Não, mas fiquei curiosa em ver como você se saia."

"Hum , você queria ter certeza que eu não estava inventando aquela história de medalhas né?"

"Também.."

Ela confessa e nós rimos.

"Você pode ir na competição para ter certeza das minhas medalhas."

Ela sorri sem jeito.

"Pode ser."

"Aí depois a gente podia , sei lá, tomar um sorvete."

"Seria bom."

O telefone de Leonor toca e era o motorista que já estava esperando lá fora.

A gente se despede e eu volto para casa onde provavelmente ficarei imersa em livros durante algumas horas.

Talvez eu realmente seja meio nerd.