enquanto eu digo que é só drama, caem grossas lagrimas, salgadas e amargas, assim como o gosto que instalava em minha boca.
assim como as minhas ações anteriores, amargas.
eu não sei mais, o que fazer, quem ser.
não sei mais se minto ou se grito.
mas gritar não vai me fazer sair dessa prisão, meu cérebro tem isolamento acústico. mas mentir não vai resultar em nada, eu só vou me afogar mais e mais nesse mar de lágrimas.as quais não param de cair,
tão quentes,
que ao escorregar pela bochecha,
queima a minha pele.
Enquanto minha boca simula um " relaxa ", eu estremeço internamente, meu estomago borbulha em estresse.
eu sou uma vergonha.
eu sou um problema.
eu me romantizo mas mesmo assim não vejo resultado,
não vejo mudança.eu digo que vou mudar, mas quando o caminhão chega...
nem comecei a empacotar meus móveis,
porque eu me apeguei a essa casa,
a essa pequena casa.
destruída por fora e por dentro,
infestada de cupins.
prestes a cair.
mas eu não consigo sair,
eu não consigo ir.
eu me apeguei.e então, o caminhão que eu paguei...
vai embora e não devolve meu dinheiro.
as pessoas dizem:
"reforme a casa ou mude-se dela"
mas não há solução,
a casa vai cair,
e eu morrerei no meio de seus destroços.
amassada por tijolos e lembranças.