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Amber saiu de casa, no horário mais cedo do que o esperado. Entrou em um dos ônibus que passou pelo ponto, sua mente formou uma bagunça desde aquele beijo com Tara na sala de câmeras.

Não sabia ao certo se sentia algo pela Carpenter, o medo era o que mais assombrava a sua cabeça.

Freeman resolveu passar em uma loja, tinha a tarefa de comprar mais ração para Ayla e Bartholomiau. Prestes a entrar no lugar, viu uma garota baixa, com as sardas visíveis mesmo de longe, acompanhada de um sorriso deslumbrante e o cabelo preto, preso em coque bagunçado.

— Ai, que merda! — Sussurrou, tentando se esconder atrás de uma das plantas que faziam parte das decorações. Ficou lá durante uns minutos, após notar o tempo, levantou o rosto e não viu mais a Carpenter lá.

Saiu aliviada, pensando que o universo tenha dado uma chance a ela de fugir de algo desconfortável.

— Você se escondeu de mim?

Amber se afastou, tomando um susto por Tara aparecer do seu lado aleatoriamente, sem nem fazer algum barulho.

— Não! — Amber respondeu de imediato, mas era uma das suas mentiras.

— Amber, você se escondeu atrás de uma planta? — Tara cruzou os braços, tentando entender esse esconde-esconde vindo de Freeman.

— Você quer que eu seja sincera? — Amber se entregou, o certo não era encobrir a verdade de Tara.

— Sim, por favor! — Falou, como se isso fosse óbvio.

— Depois daquele beijo, eu sei que andei estranha, mas não sei como reagir com isso, Tara. Parece que tudo está vergonhoso e com um clima desconfortável. — Amber abriu o jogo.

Tara sentou na calçada da rua, dando tapinhas de leve do seu lado, indicando que Freeman se sentasse junto.

— Nós podemos deixar isso no passado, mas acho difícil apenas ignorar. Aconteceu e não tem mais como voltar atrás. — Tara alcançou um ponto.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Sim.

— Por que me beijou?

— Eu não sei, Amber. Só senti a vontade e fiz. — Tara foi sincera, o que ajudou bastante na comunicação. — Por que continuou?

— Posso dizer o mesmo, então. Eu senti vontade. — Amber deixou seu olhar fixado no chão. Era uma conversa embaraçosa demais para encarar aqueles olhos castanhos e profundos que pertenciam a Carpenter.

— Isso é..bom, eu acho. — Tara deu de ombros, tentando arranjar alguma resposta para isso. — Nós ainda somos amigas?

— Hum?! — Amber murmurou, ficando confusa pela fala. — Claro que somos!

— Certo, que alívio. — Tara suspirou, parecendo que soltou um grande peso dos ombros. — Pensei que nunca mais íamos nos falar.

— Não, isso não vai acontecer. Acha mesmo que vou conseguir trabalhar e ter em mente que não vou ver mais a maluca do Frappuccino? — Amber sorriu brincalhona.

— Eu gostaria que vocês mudassem esse apelido! — Tara gargalhou, sentindo o clima se transformando em algo mais leve.

Ficaram em silêncio após o momento de risadas, encarando os carros e pessoas que passavam por aquela rua.

Tara arrastou sua mão mais para o lado, dando um toque no dedo de Amber. Foi um simples contato físico e o suficiente para ser tratado como algo complicado.

— Desculpa! — Tara se afastou na hora.

— Me desculpa! — Amber levantou por impulso.

As duas voltaram com as paranóias na cabeça e o silêncio foi estabelecido novamente. No momento, esse silêncio era o pior inimigo de Tara e Amber.

my famous star (tamber)Onde histórias criam vida. Descubra agora