Partição

Capítulo 1

Meus olhos encontraram os seus na biblioteca. Estava realmente encantada no quanto os olhos de Jason eram bonitos, porém o mesmo estava acompanhado de Suzie, sua namorada. Ambos namoram desde o primário, mas isso não é significa que as garotas pararam de desejar o talentoso jogador de basebol, assim como ele não deixou de desejá-las.
Fechei meu livro assim que vi meu celular tocar. Era a minha mãe. Ela quase nunca liga, ou seja, era importante. Saio da biblioteca em passos ligeiros e atendo a ligação.

— Mãe? — levo o celular ao ouvido assim que atendo a ligação.

— Filha, vai trabalhar hoje? — ela perguntou. Pelo seu tom de voz, calmo, a notícia não parecia ser tão importante assim.

— Estou na semana de folga, por quê?

— Estava pensando em fazer um jantar hoje, seu pai chegará de viagem.

Não gosto nem um pouco quando minha mãe fala de Ross como se fosse meu pai. É meu padrasto desde os meus dois anos de idade, e mesmo não conhecendo meu pai biológico, não me conforta à ideia de chamá-lo de pai. Claro que temos uma relação de companheirismo e gratidão, porém o título de "pai" é sagrado demais para mim. Vai muito além do que Ross fez por mim.

— Pode ser legal, mãe. O que está pensando me fazer? — perguntei.

— Talvez uma macarronada com molho branco. Não quer vir me ajudar?

— Claro, vou ajeitar minhas coisas. Chego aí em 15 minutos. — abro um sorriso simpático no rosto.

— Obrigada, filha. — ela sorri de volta.

Desligo a chamada e suspiro fundo. Gosto dos jantares em família, mas não me agrada a ideia de ficar em uma mesa por algumas horas com Noah em uma mesa.
Não nos víamos muito, ele passava a maior parte do seu tempo com sua mãe em Nova York. Agora que se mudou para Chicago para sua mãe, Lindy, conseguir trabalhar em Paris, não nos agradamos muito.
Vejo ele raramente em casa. Saio cedo para a escola e ele ainda está dormindo, já que acabou a escola há 1 ano. Ou seja, um ano mais velho.
O vejo raramente quando volto para casa do trabalho.
Coloquei meus materiais dentro da bolsa e corri para a estação de metrô mais próxima.

[ . . . ]

O jantar estava pronto. Mamãe estava feliz por ter feito tudo aquilo. Sabia que não estava tentando impressionar Ross, mas, sim, Noah. Depois que veio morar aqui, ele mostrou-se nada presente nos jantares ou nos cafés da manhã que temos juntos. Mamãe notou e, desde então, faz de tudo para fazer com que Noah se sinta em casa.
Na minha opinião, um cidadão de 19 anos não precisa de macarrão para se sentir em casa, precisa aprender que a vidinha boa com a mãe acabou, que é uma adulto e precisa começar a trabalhar para ajudar a sustentar a casa. Tratar alguém com mordomia não vai ajudar. Noah não precisa de jantares, precisa de vergonha na cara.

— Espero que gostem do jantar, fizemos de última hora, mas tenho certeza de que vão gostar. — Mamãe sorriu, Ross fez o mesmo logo em seguida.