Prólogo

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Oi, tomatinhos. Espero que gostem dessa short fic, ela é bem levinha como vocês vão perceber ao decorrer.

Aviso: Podem conter gatilhos relacionados a homofobia.

Boa leitura.

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Por muito tempo, eu achei a idéia de me relacionar algo impossível de acontecer, em minha mente, ninguém se interessaria por mim. Ainda mais um garoto.

Quando eu notei que estar apaixonado por um garoto não era o que a sociedade esperava de mim, fiquei em pânico.

Aquilo era errado?

Isso se passava na minha cabeça a todo instante, resolvi tirar as minhas dúvidas, e, talvez esse tenha sido um grande erro para o meu eu de dez anos.

Chegando em casa, cumprimentei meus pais, como sempre fazia e parti para a minha bat caverna, também conhecido como meu quarto.

Haviam se passado três meses insuportáveis em que eu ficava me remoendo sobre meus sentimentos em relação ao meu colega de classe. E eu tiraria toda e qualquer curiosidade naquele momento.

Peguei o computador do meu pai emprestado à um dia, alegando um trabalho escolar e negando sua ajuda. Eu estava tremendamente ansioso, o suor estava presente nas minhas mãos e na minha nuca. Minha garganta ficava mais seca a cada segundo de espera.

Justo naquele dia a internet ficou extremamente lenta, o que prolongou meu nervosismo por quase dois minutos, até que finalmente minha pesquisa carregou.

"Garotos gostarem de garotos é errado?" Estava na barra de pesquisa e dentre tantas respostas, cliquei na primeira.

Aquela matéria me tranquilizou, logo nos primeiros parágrafos eu me senti mais calmo, afinal, eu não era o único a sentir aquela insegurança em relação aos meus sentimentos.

Depois de ler mais algumas matérias, resolvi fazer a clássica pergunta ao Google.

"Como saber se eu sou gay?"

E então, entrando naquele quiz, levei como verdade absoluta o resultado dele, que afirmava que eu era 87% gay.

Naquele mesmo dia eu tomei a decisão de me assumir para os meus pais. E foi poucas horas depois, que eu fiquei chocado com a reação deles.

Era hora do jantar, meu nervosismo estava presente, lembrava que algumas das matérias diziam sobre a reação negativa de alguns pais de pessoas como eu.

Apesar de nunca ter visto meus pais falando sobre isso, não tinha a mínima idéia de como seria a reação deles.

Quando cheguei na mesa, começamos o jantar, conversamos sobre a escola, o trabalho dos meus pais. Até que eu tomei coragem e agi.

— Mãe, pai. Eu preciso contar uma coisa séria pra vocês. – eu podia sentir o suor até em lugares inusitados, de tanta ansiedade e medo.

Lembro dos dois parando de comer para prestar total atenção em mim. Também me vem em mente o fato deles não terem falado nada, apenas fizeram um gesto, indicando para dizer o que eu queria dizer.

Suspirando e juntando toda força dentro de mim, me expressei numa única frase : — Eu sou gay!

E, enquanto os olhava esperando uma reação, minha mãe olhou para o meu pai e disse, dessa vez me olhando.

— A gente já sabia.

— O que?! Como assim? – por essa eu realmente não esperava.

— Jungkook. Você chegou aqui, a uns três meses atrás, falando que um colega da sua sala era lindo, e legal, e fofo, e inteligente. Você tava suspirando igual uma pessoa apaixonada, achou mesmo que a gente não tinha reparado? – eu fiquei tão chocado, que fiquei sem palavras.

Só me recordo deles me abraçarem enquanto eu chorava e agradecia eles pelo apoio.

Afinal, eu sabia que aquilo era uma raridade naquela época.

O pior aconteceu dias depois, era uma sexta-feira, eu tinha ido para a escola, usando uma blusa com um arco-íris. Que, apesar de ter visto nas matérias em que pesquisei, não sabia ser um símbolo da comunidade, mas isso não passou na cabeça preconceituosa do meu amigo.

Quando eu entrei na sala, ele já estava lá e assim que me viu, quando parti ao seu encontro para abraçá-lo, ele me empurrou. Me chamou de imundo, de nojento e mais diversos adjetivos que me pareciam pesados demais para uma criança de dez anos, e eram.

Aquela foi a primeira vez que eu fui vítima de homofobia, não a última, mas a mais dolorosa, com toda certeza.

Era só uma blusa.

Foi também ali que eu percebi que o preconceito e a crueldade não precisam de motivo, razão ou culpado. Eu não tinha feito nada, mas na mente dele, só por usar uma blusa colorida, eu era gay e isso o motivava a me xingar de palavras pesadas que machucavam e como machucavam.

Depois disso, a professora chegou e ele levou uma advertência por ter me empurrado. Eu inventei uma dor de barriga e meus pais me buscaram, me isolei e chorei assim que coloquei meus pés em casa.

Meus pais achavam que era por causa da dor de barriga, mas o que doía mesmo era o meu coração. Uma criança não deveria ser culpada e condenada por amar, ninguém deveria.

Horas depois, quando eu me sentia um pouco melhor, compartilhei meus sentimentos diante da situação estressante que tinha ocorrido com eles.

Fui transferido para uma escola diferente, já que meus pais não permitiriam eu ficar próximo ao meu ex-amigo. A escola nova era incrível, muito maior que a outra e ela era de ensino fundamental e médio, diferente da minha antiga.

E foi exatamente nessa escola que eu conheci ele. Park Jimin, o ruivo bad boy que conquistou o meu coração com um sorriso, ah, aquele sorriso.

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Tô nervosa demais, surgiu essa inspiração do nada e eu resolvi escrever, e aqui estou eu, postando. Nem revisei muito bem, então ignorem os erros ortográficos, espero que gostem do andamento da história. Um cheiro e não esqueçam de votar e comentar, isso aquece o coração dos autores.

Sobre o teu sorriso - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora