Você é a pessoa certa para mim

Capítulo 2

Shouto desceu a escada da casa que ele dividia com seu amigo de faculdade Jeon. Eles estavam morando juntos a 3 anos e 5 meses desde quando Shouto saiu da casa dos seus pais.

                                                                                                                                                                       4 anos antes

Seu pai sempre fora muito controlador. Ou diria responsável. Ele controlava a casa, a família, as finanças e a empresa. Era suportável porque apesar de ser controlador, seu pai também era amável do jeito bruto dele. Shouto reconhecia o esforço que seu pai tinha para com a família. Seu pai era um exemplo e Shouto sempre levava em consideração tudo que ele dizia. Mas depois que a mãe de Shouto morreu, seu pai entrou em depressão e todo peso e responsabilidade caiu nos ombros e Shouto e de seu irmão mais velho. No início, seu pai não saia do quarto e raramente de alimentava, acabou desenvolvendo uma bactéria no estômago e precisou ser internado. 

Shouto sabia que sua mãe, mesmo sem dizer especificamente, sempre quisera que os filhos assumissem a empresa para que seu pai pudesse se aposentar. Era cansativo demais administrar uma empresa a quase 30 anos. Seu pai era admirável. Criou a empresa de alimentação do zero. Quando Yamata, sua mãe, engravidou de Naomi, seus pais ainda não eram casados. Foi uma luta árdua para conseguirem o que eles conseguiram. Mas conseguiram. Agora com uma empresa de alimentação com diversos sócios e filias, tudo era desgastante para o pai de Shouto. Perder Yamata, sua amada esposa, não estava nem sequer nos pensamentos de Harumi.

Shouto, era muito apegado em sua mãe. Saber da morte da mãe abriu em seu coração um enorme vazio. Ele sentia seu coração doer como se fosse morrer. Ele passou diversas noites chorando e se recordando do lindo sorriso da mãe. Era o sonho dele ser matemático simplesmente porque sua mãe adorava matemática. Ela sempre fazia cálculos de cabeça e fazia perguntas matemáticas para a família no horário de almoço e antes de dormir. No início foi assustador, mas depois passou a ser divertido e Shouto, em sua mente, fazia cálculos difíceis para deixar sua mãe sem respostas, mas para a surpresa de Shouto, sua mãe sempre sabia a resposta de todos os cálculos que ele fazia. Como era possível? Aos 7 anos Shouto já tinha decorado a tabuada de 1 a 10 de multiplicação. Shouto tinha vividamente a memória de quando sua mãe descobriu que ele havia conseguido decorar a tabuada e para comemorar fez um jantar com todas as comidas favoritas de Shouto. Naomi sempre se gabava por ter decorado a tabuada com 6 anos (um ano antes de Shouto) e por mamãe ter o levado ao parque de diversões para andar em todos os brinquedos permitidos para a sua idade. Naomi era realmente um grande prodígio. Shouto adorava seu irmão. Ele era seu super herói desde quando Naomi defendeu Shouto do bulling que sofria na infância. A partir daquele momento, Naomi se tornou o seu grande ídolo. Dava até inveja de quão perfeito Naomi era. Era alto, inteligente, tinha uma esposa linda e uma filha muito amável. Era tudo o que Shouto queria para si. 

Felizmente, Naomi e Shouto eram, além de irmãos, amigos. Shouto era feliz pelos deuses terem dado aquelas pessoas como família para ele. Naomi eram 12 anos mais velho e estava casado e já tinha uma filhinha de 1 ano de idade. Ela era o chodó da família. 

Naomi e Shouto precisaram dar continuidade aos negócios da empresa, já que seu pai já não tinha condição. Depois da recuperação de seu pai, Naomi foi designado como CEO da empresa e Shouto, que na época tinha apenas 20 anos, precisou trocar de curso na universidade para se adaptar à empresa. Era seu sonho ser matemático, mas mudou para a faculdade de Direito para que assim pudesse ser útil para a empresa como seu irmão era. Ele realmente queria ser útil para a família. Apesar de ter mudado de curso, isso não o deixou tão triste, porque rapidamente se interessou pelo direito. Isso, na verdade, era o que menos importava para ele.

Após a recuperação seu pai decidiu se mudar para a Europa, porque não conseguia superar a morte da falecida esposa. A empresa, nas mãos de Naomi, cresceu e até começou a exportar seus produtos para o exterior, e pouco a pouco seu pai conseguiu superar a morte da amada e seguir sua vida. Conseguiu trabalhar novamente e como não queria voltar ao Japão decidiu providenciar uma filial no Reino Unido.