o alivio tardio, não salva.

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Eu queria insistir. Há um bolor denso em minha boca amargando qualquer chance. Muito além do tempo. Muito maior que a modernidade.

Desorientado, estive caminhando tentando vomitar qualquer socorro, o meu corpo transtornado, a minha sombra alucinando sobre quando eu me reconhecia e eu tinha a certeza: tinha cheiro de outono e gosto de verão. A ternura dos meus cílios como flechas, apontadas para cada palavra que espremia com dificuldade. Eu lutava para não me diluir. Logo a luz do verão desapareceu, o calor do sol transformou-se no frio da noite. Porque o futuro seria melhor, quando não estou satisfeito com o presente?

O sufoco prematuro implode o meu estômago e leva-me para um lugar não muito seguro, transforma em dormência o que não traz alívio. Ganhando outra silhueta vivo como se eu estivesse dormindo andando e observando o que seria a vida, deixado sem memórias concretas, tudo desaparece, exceto pelos contornos de algo que eu era.

A sensação persistente de estar fora do lugar.

A vida se tornou um eterno funeral desde que você partiu. O silêncio corrompe as marcas de ganância e agora colecionamos os desencontros e outros desconfortos.

Sinto que estou derretendo ao meu redor ou que eu poderia fazer mais, que eu deveria fazer mais. Há essa sensação persistente dentro de mim que insiste em agoniar-me em melancolia, porque de fato, eu sou uma pessoa melancólica. todo o mundo está com pressa, mas eu não estou com pressa em lugar nenhum. Sinto que estou preso por uma fita adesiva e a cada dia o vínculo está lentamente se separando, como a água fugindo de uma geleira, para nunca mais se unir. acho que eu sei o que tenho que fazer, quando, na verdade, tenho dificuldade em montar as minhas roupas de manhã ou escolher qual o melhor caminho.

Às vezes, eu sinto que estou vivendo uma vida paralela, como se as coisas que eu faço nem importassem. Como se tudo estivesse tão perto, mas há um véu impenetrável cobrindo o mundo real e eu só tenho que descobrir como chegar lá; ainda assim, nunca faço. Eu tento o meu melhor para chegar lá, faço as minhas rotinas de forma diferente, tento ver as coisas de outra perspetiva, tento conhecer novas pessoas, tento novos começos e ainda acabo no mesmo lugar de antes.

Me advertindo que a inscrição ao alívio das palavras tornará tudo mais decepcionante no final de qualquer modo.

A fragilidade do seu céu de isopor em recusar o convite da morte quando o sentido parte ao meio, quando eu gostaria de poder ver a razão, ao invés do bizarro. Eu vejo os pontos de passagem, mas eles não alcançam um objetivo, pelo menos um objetivo que eu possa encontrar.

A vida se tornou um funeral desde que enxerguei que as velas no meu caminho foram feitas para velar o que deixei para trás.

Parece que há essa imprecisão em tudo isso. Como uma TV velha e sem sinal, com os grãos brancos e cinza brilhando. Eu deveria tentar encontrar o sinal certo novamente.

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Observações: novamente não temos uma definição para essas baboseiras. no entanto, uma boa analogia disso é para quem vive 'em branco' há um tempo, o que eu quero dizer com 'em branco' é como ler um livro num idioma que você não entende. e é tão frustrante poder ver as palavras, capítulos, números de página, mas nada faz sentido, nada funciona. eu gostaria de poder te dizer uma solução ou cura para a ansiedade de criar. vivendo? mas acho que a cura para mim, é viver. em vez de me trancar vivendo com medo da fantasia, eu deveria sair, tentar, fazer algo, criar algo e realmente viver de novo. eu costumava pensar que escrever os meus pensamentos ajudaria, agora pensei tanto que não sei quais pensamentos seguir, o labirinto está coberto de vegetação, não sobrando muito espaço, até quando tudo isso estará inteiro? isso está definitivamente grande, caras, até a próxima!

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rangem os dentes como se escrevessem poemas.Onde histórias criam vida. Descubra agora