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Extra III: cargo

Yoongi suspirou. Os raios discretos de sol brilhando em seu rosto. Ele andava calmamente pela calçada, com a pequena bolsa pendurada no ombro. A camisa listrada em verde e preto quase cobria seus dedos, e o short que batia um pouco acima do meio das suas coxas era confortável. Ele também usava um pequeno colar, que havia feito com a ajuda do marido. O pingente de sapinho combinava perfeitamente com o resto de sua roupa. Talvez, ele estivesse um pouco fissurado pelo animal, ao ponto de até mesmo Hoseok andar por aí com uma pulseira de miçangas e pequenos sapinhos.

Yoongi gostava de artesanato, assim como gostava da primavera. Os passarinhos, as flores, e o ar fresco, que tudo bem, morando na cidade grande não era tão fresco assim, mas Hoseok havia lhe prometido de dedinho que tiraria alguns dias de folga para irem ao campo, visitar seus sogros, os patriarcas Jung.

O ômega parou no sinal, os carros atravessando com velocidade a rua. Ele aproveitou para verificar o pequeno relógio em seu pulso, e pelos céus! Precisava se apressar se ainda quisesse que sua pequena surpresa desse certo.

Era meio de semana, e as coisas andavam muito corridas na vida de Hoseok, ele mal parava em casa, e se Yoongi tivesse que dizer, tinha até mesmo perdido peso, então, o ômega resolvera o surpreender: levaria seu almoço na empresa, até porque, nada como comida caseira para melhorar o dia.

O moreno atravessava tranquilamente o parque, a fim de chegar mais rapidamente na empresa. Com o pequeno atalho, faltaria apenas mais duas quadras e finalmente estaria lá.  Alguma música animada tocava em sua cabeça, quando um som agonizante cantou em seus ouvidos. Era doloroso demais para que Yoongi não desse atenção. Cuidadosamente ele seguiu os ruídos. Em meio aos arbustos, estava a criaturinha, miando com todas as forças de seu corpo. O gatinho estava encolhido, chorando dolorosamente. O ômega rapidamente o aparou em seus braços, arrulhando e tentando o acalmar. Como se sentisse que o humano não era uma ameça, a bolinha alaranjada se deixou ser consolada.

— Você está perdido, neném? — elevou o bichano na altura de seus olhos, o questionando como se ele pudesse lhe responder, em surpresa, o gato realmente miou, como se assim fizesse. — Tudo bem, tudo bem, vamos procurar seu papai ou mamãe! — Yoongi suspirou ao examinar o animal, e não encontrar nenhuma informação em sua coleira estampada. Ele então olhou ao redor, avistando não muito distante dali, um garotinho, com não muito mais que sete anos, fungando nos braços de algum adulto que parecia o consolar. Ele apertava a pequena guia desoladamente, e não foi muito difícil para Yoongi juntar 1 com 1.

Ele se aproximou com cuidado, e um gentil sorriso no rosto. — Com licença — rapidamente, a atenção foi lhe direcionada. — Ele é seu? — questionou, mostrando o felino relaxado em seus braços. O rosto da criança instantaneamente se iluminou, e ele se agarrou ao seu amigo peludo, que não pareceu se incomodar. — Ozzy! Que saudades!! — O menininho abraçou o gato, que em troca miou, rabugento e clamando por seu espaço pessoal. — Querido, como se diz? — A beta encorajou a criança, tirando o filhote de suas mãos, o colocando no chão e agora o prendendo devidamente. Ozzy pareceu grato. — Woahh! Espera aqui, tio! — E ele saiu apressado, deixando o ômega e até a beta confusos para trás, ainda assim, Yoongi permaneceu. Cerca de um minuto depois, o garotinho retornou, com as mãos pequenas escondidas nas costas e um grande sorriso falhado. Ele se aproximou de Yoongi, lhe mostrando o pequeno e colorido buquê de flores e algumas plantinhas. — Obrigado por salvar o Ozzy, tio! — Yoongi se sentiu derreter com o pequeno ato, e antes que percebesse, sua boca se abriu em um sorriso. Ele se abaixou, na altura da criança, e recebeu as flores alegremente. — É muito bonito! Eu adorei, você é um ótimo rapazinho, hm?! — O menino pareceu ficar satisfeito, e junto da sua mãe, se despediram do ômega fofinho. Estava ficando tarde e Yoongi tinha um compromisso importante. 

Poucos minutos depois ele se viu parado em frente a bonita fachada das indústrias Jung. Praticamente saltitando, e ainda carregando o buquê de flores, ele atravessou o enorme hall, parando em frente ao balcão vazio. O moreno se esticou um pouco, tentando enxergar algo atrás da grande mesa, falhando miseravelmente. Ele estava prestes a ligar no celular pessoal do marido quando uma figura elegante e desconhecida apareceu, sentando-se na cadeira acolchoada. Foi então que ele se lembrou de Hoseok comentar que Jihyo, a ômega divertida que costumava ser a recepcionista, havia tirado licença. — Bom dia! — cumprimentou o outro ômega alegremente, que continuou com sua feição intimidadora. — O que deseja? — ele simplesmente questionou, após medi-lo com os olhos, o que deixou Yoongi levemente desconfortável.