CHAPTER ONE

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— TOM KAULITZ, 2007.

    O DIA ERA FRIO, APESAR DO SOL APARECENDO EM MEIO DAS NUVENS FORMADAS NO CÉU. O cachecol em meu pescoço fazia meu corpo se sentir minimamente mais aquecido, por um curto momento, claro. A neve estava preste a cair nas ruas de Lipsia, mas, mesmo com a temporada, a agitação da cidade continuava.

O curto período de sol fez com que algumas peças de gelo na escada da frente de casa derrete-se. O risco de escorregar, agora, era pequeno, mas não impossível. Bill, em cima ao deck, calculava seu próximo passo, por medo de cair, a demora estava sendo grande.

Ontem a noite, Georg – meu melhor amigo – havia comentado sobre uma loja de músicas e antiguidades que havia em uma galeria, eu não me importei, mas Bill parecia bastante interessado, juntamente de Gustav, que já precisava de baquetas. Este que era um ótimo baterista e ombro amigo.

— Se você demorar mais um minuto é capaz da atendente novinha já ser idosa quando a gente chegar lá. - Georg reclamou, do carro.

— Abre a boca mais uma vez que eu te mato, Jorge! - Bill aumentou a voz, pulando de vez pela escada. - Viu? Fácil, fácil.

— Bibo, você estava a meia hora lá. - zoei o vendo revirar os olhos em resposta, sentando ao meu lado no carro.

— Podemos? - senhor Joseph, nosso motorista, perguntou. Georg concordou, com isso, partimos para a famosa loja.

Um pensamento constante em meio da agitação de minha cabeça, me fazia ficar ansioso. Estávamos no auge de nossa fama, e tudo bem, isso era ótimo. Mas, por algum motivo, me sentia inseguro com situações de tranquilidade – ou quase – Dois dias atrás nossa casa havia sido invadido por duas garotas lunáticas, estás que começaram o no perseguir em qualquer lugar.

Caminhar, ou simplesmente sair pelas ruas sem motivo algum, era um motivo de insegurança. Não apenas para mim, mas para os outros também. Nossa vida foi exposta tão rapidamente que me sentia tolo por achar ruim.

— Certo, o que vocês vão a procura? Eu necessito do novo disco da Britney Spears. - Bill falou, batendo palminhas.

— Um baixo para minha coleção. - Georg piscou um de seus olhos.

— Cruzes, você não tem tipo, cinquenta? - ergui as sobrancelhas.

— E por quê não ter cinquenta e um?

— Consumista idiota. - resmungo. Georg ignora e decido deixar de lado. - Quero o novo álbum do Bon jovi.

— Chegamos, garotos. - Joseph avisou.

— Valeu Jojo. Rapidinho a gente volta. - Georg disse. - Fala ai, Gus, o que tu quer.

— Com todo respeito, esse estilo não te favorece, Georg. - alfinitei.

— Cala a boca. - Bill brigou, me fazendo revirar os olhos. — Eai, Gustav?

Me deixo de lado e observo a entrada da loja. Não era moderno, por assim dizer, na verdade era bastante antigo seu aspecto. As madeiras escuras e as plantas na janela a deixavam confortável, por olhares.

Adentro no local, escutando o sino tocar. Georg passou, logo atrás vinha Bill e Gustav. Cada um foi para um lado, interessados demais em suas perfeições para manter conversa. Um sorriso cresce em meus lábios quando avisto a coleção de Bon jovi, e seu novo álbum a vista.

Logo abaixo, como um imã, haviam palhetas coloridas. Acabo enchendo minha mão com as palhetas de cores neutras, e sorrio quando olho para placa, dizendo que personalizavam. Eu poderia gastar todo o meu dinheiro nisso, que não acharia ruim.

Caminho até o balcão, em busca de algum atendente. A animação começava aparecer em meu corpo, imaginando o quanto o material ficaria bonito com as iniciais "T.K"

— Bom dia, senhor. - desvio minha atenção nos objetos em minha mão e a coloco na mulher em minha frente. - Em que posso ajudar?

Sua voz era doce, sua disposição me deixou intrigado. Abano os pensamentos e sorrio de ladino, ajeitando o boné em minha cabeça, talvez, só talvez eu quisesse a sua atenção para mim.

— Bom dia... Sánchez. - observo seu crachá. - Gostaria de personalizar essas palhetas.

A garota sorriu e retirou as palhetas da bancada, colocando em uma caixa, em seguida colocou um pequeno papel em cima, puxando uma caneta.

— Qual jeito o senhor gostaria? - perguntou.

— Senhor? - franzo meu semblante, desde quando era um velho? - Eu tenho a sua idade.

— Você não sabe a minha idade. - a menina respondeu rapidamente.

— Mas é fácil imaginar. - fui irônico  porém pelo seu sorriso, ela não havia percebido.

— Bem, o que gostaria? - voltou no assunto.

— T.K é bom, não é? - fui curioso.

— Eu não sei, você faz parte de uma banda?

— Tenho cara de que faz?

— Não responda minha pergunta com outra. - sorriu. - T.K é bom. Fica pronto na próxima semana.

— Certo, e esse álbum também. - não procurei assunto.

— Hm, deu trinta euros. - Sánchez disse, guardando o álbum e a nota em uma bolsa.

Arranco uma nota de cinquenta no bolso e puxo três chicletes que estavam expostos. Pisco em sua direção e me afasto, falando um pouco mais alto;

— A gorjeta é pela gentileza.

Aproximo me dos meninos que já estavam com suas bolsas, supondo que já haviam pago. Percebo suas caras maliciosas e reviro os olhos rindo, eles me conheciam realmente muito bem, e isso era assustador pra caramba.

— Hm, a atendente gatinha, então... - bibo deixou no ar.

— Ah cara. - resmunguei.

— Ui, galã. - Georg riu.

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⏰ Última atualização: Sep 17 ⏰

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