Já eram 18:30, finalmente era hora de ir embora, Após um dia cansativo só queria ir para a casa, chamei o elevador e para minha surpresa veio vazio
O elevador desceu lentamente e abriu as portas, um rapaz moreno entrou no elevador com seus fones de ouvido e uma bolsa atravessada em seu peito.
Estava descendo normalmente até que as luzes piscaram e o elevador parou de descer. tentei apertar os botões para ver se descia, porém, sem sucesso
— Essa porcaria tinha que estragar logo agora- Aquela situação me deixou impaciente
— Esses elevadores são velhos, estão sempre dando problema mesmo- disse o rapaz com um sorriso ameno
Nossos olhares se cruzaram por um instante, Compartilhamos a mesma sensação de tensão, não sabendo se demoraria a voltar,
O silêncio permanecia no elevador, Senti meu peito apertar e meu coração estava acelerado, estava diante de uma crise de ansiedade
Percebendo o que estava acontecendo, o rapaz tirou seus fones e logo segurou minha mão. Ele dizia para eu respirar lentamente, enquanto tentava fazer minha respiração voltar ao normal pude ver o fundo dos seus olhos castanhos, sentia uma profundidade naquele olhar.
Minha respiração foi voltando ao normal, minha crise passou e ficamos conversando
— Eu ganho a vida desenhando quadros, sendo freelancer consigo explorar essa paixão sem me prender a nada, além de me tirar da zona de conforto também me inspira a ser livre
Fiquei fascinada com as histórias de Leonard e sua paixão por arte, queria poder ouvir mais, porém o elevador voltou a funcionar e sentimos ele descer, nos abraçamos aliviados.
Chegamos ao térreo, não queria que aquele momento terminasse assim, resolvi oferecer a ele uma recompensa por ter me ajudado, entreguei a ele uma nota de 50 reais, o rapaz franziu a testa e recusou educadamente
— Não fiz isso para ganhar algo em troca, fiz, pois sou um cavalheiro- Disse ele fazendo uma reverência
— E como posso te recompensar pela grande ajuda?- insisti
— Olha, podemos comer um cachorro-quente aqui na frente- aquela sugestão me pegou de surpresa
Concordei e fomos comer um cachorro-quente.
Enquanto esperávamos o cachorro-quente chegar, pensei nas coisas que Leonardo falava sobre ser livre, zona de conforto e sobre seguir o coração.
— Mas e tu? Qual a tua história- indagou ele
— Sou diretora de moda de uma empresa de moda, não sou livre como tu é, porém, gosto da vida que eu levo- de fato gostava daquela vida, porém tudo foi minimamente planejado até aquele momento e em breve eu serei presidente da empresa, não tive tempo de escolher o que eu queria, foi isso e só isso.
— Sabe qual é o maior barato dessa vida que eu levo- Perguntou Leonard
Fiquei pensativa, porém não consegui pensar em nada
— Sendo freelancer, eu conheço muita gente, quando que eu ia ter a oportunidade de comer um cachorro-quente com a diretora de uma empresa de moda? Realmente esse mundo é muito doido
Me senti lisonjeada, nunca havia tido essa experiência de conhecer alguém tão livre e que me convidasse para comer comida de rua
— Obrigada por ter me ajudado no elevador e por ter me proporcionado essa experiência
— Não precisa agradecer, fico feliz que esteja melhor
O por do sol ia caindo e já chegava a hora de me despedir, sentindo aquele vento bater, nosso olhares se cruzaram e em um súbito lampejo nosso lábios se tocaram. Foi muito rápido e logo me recompus.
- Leonard... Desc... .- tentei achar palavras, porém não as encontrei
— Diana, não precisa explicar nada, foi algo de momento, a vida é curta demais para não fazer o que se tem vontade
Estava extremamente envergonhada
— Leonard, adorei te conhecer, mas agora preciso ir- me despedi de Leonard e sai apressada dali
Enquanto as luzes da cidade passam sobre minha janela eu reflito sobre aquele beijo, por um lado estou noiva de Pedro e esse beijo poderia arruinar nosso casamento, por outro, Não podia simplesmente ignorar essa conexão com Leonard.
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Lamour
RomanceDiana é a diretora de uma grande empresa, com a vida toda projetada ela está de casamento marcado com Pedro, Porém tudo muda quando ela conhece Leonard, um artista independente que não se prende a nada e vive um dia após o outro, esses mundos tão di...