— Nós não podemos fazer isso! — Sana negou. — Você ficou louca?
— Prefere deixar essa pessoa maldita espalhar mentiras sobre você em um blog inútil?
Tzuyu e Sana estavam sozinhas no banheiro feminino há quase cinquenta minutos. Desceram de modo desesperado naquela manhã, afinal, seria a única chance de conseguir o mínimo de privacidade em meio ao caos e as fofocas atravessadas que preenchiam os corredores.
— Admita, é uma ideia perfeita.
— Perfeita? — a voz de Sana soou incrédula. — Eu não posso conter uma mentira com outra mentira, Tzuyu.
— A sua reputação foi completamente suja! — a Chou rosnou, impaciente. — As pessoas estão achando que você é uma vagabunda qualquer enquanto o idiota do Taemin nem mesmo foi citado como um depravado que se enfia na casa alheia.
— Ele nem chegou perto da minha casa! De onde tiraram uma besteira tão grande?
— Eu não sei, mas quando eu descobrir a dona ou o dono dessa porcaria, a pessoa em questão vai se arrepender de ter nascido. Isso eu garanto.
O estranho e constrangedor silêncio de míseros cinco segundos logo deu espaço a uma indagação da Minatozaki. Afinal, não era todo dia que percebia um certo afeto vindo de Chou Tzuyu.
— E de repente você se preocupa comigo? — Sana arqueou uma sobrancelha, um tanto desconfiada. — Conta outra, Chou.
Tzuyu sentiu o nó na garganta ao ouvi-la. Não queria negar, mas também odiaria admitir que se preocupava exageradamente com Sana.
— E quem disse que minha preocupação é com você? Caso não tenha percebido, meu nome também foi envolvido nesse seu encontrinho.
Sana respirou fundo, nem um pouco satisfeita com as palavras afiadas da Chou. Não era a primeira vez que Tzuyu agia daquela forma, o que só fazia Sana se questionar o porquê de ter se aproximado de uma trapaceira covarde.
— Se eu pudesse voltar no tempo, eu nem teria saído de casa naquele dia. — a Minatozaki cobriu os olhos imediatamente, os esfregando, no auge de sua indignação. — Eu nunca teria contratado você!
— Agora o problema sou eu? — Tzuyu arregalou os olhos. — A culpa é sua, que foi escolher as três pessoas mais insuportavelmente ridículas da faculdade. Não duvido que seja o próprio Taemin por trás de toda essa palhaçada.
— É claro que o problema é você.
— É mesmo? E por quê? — Tzuyu cruzou os braços, esperando um motivo plausível. — Vai, fala logo. Não é você a dona da verdade?
— Porque eu estava esperando uma atitude! — Sana olhou enfurecida para a mais alta. — Pensei que ontem a gente se entenderia, e não que você me chutaria para outra pessoa como fez. Eu joguei várias indiretas de que poderíamos começar de novo e você não pegou nenhuma!
— Você é quem quis sair com aquele cérebro de gelatina. Queria que eu fizesse o quê? Roubasse você dele e te salvasse daquele encontro horroroso?
— Era exatamente o que eu queria!
— E você acha que eu leio mentes, Minatozaki Sana?
Sana respirou fundo. De novo, e de novo, e de novo.
— Não sei por que ainda insisto em você, Tzuyu. Não sei.
Após aquela frase, as duas ficaram em silêncio, evitando contato visual, como duas crianças mimadas. É claro que percebiam o clima de cemitério, e admitir que não conseguiam mais se afastar uma da outra era ainda mais complicado diante de tanto orgulho, embora já estivesse totalmente evidente para qualquer pessoa.
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Ela tá TÃO na sua! [SaTzu]
FanfictionChou Tzuyu, uma universitária pouco dedicada e levianamente corrupta, precisa urgentemente vender seus serviços em uma proposta de projeto acadêmico. Minatozaki Sana, por outro lado, precisa conquistar um de seus três interesses amorosos até o fim d...