𝑽𝑜𝑐𝑒 𝑒́ 𝑎 𝑚𝑖𝑛𝒉𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎 𝑐𝑒𝑟𝑡𝑎

Vish... Esqueci meu nome

Eu não sei ao certo que dia é hoje, eu só sei que eu cheguei extremamente tarde ontem, fiquei um pouquinho com a minha irmã e capotei. Acho que eu esqueci meu nome..
Ata, lembrei, eu sou o Alexandre da Silva Lange - eu acho.

Eu sei que não bebi, não fumei,s ó cantei, e muito. Minha voz está falha, e para ajudar, eu tenho um show nesse final de semana.
As vezes eu do glória a Deus pela minha irmã ser uma criança calma, e estar sentadinha no sofá, comendo bolinho Ana Maria, tomando achocolatado e assistindo três espiãs demais.

Eu me aproximo da minha irmã, por trás do sofá, pronto para ataca-la com cócegas. Mas, como sempre, uma sem graça estraga tudo.

- Alexandre, sua irmã tá comendo! Ela pode engasgar! - A senhora Yuma - empregada/mãe/secretária/cozinheira, enfim, faz tudo e mais um pouco - grita da cozinha, fazendo Alexa virar para trás e me achar.

- Não foi dessa vez! - Aquela pirralha de seis anos debocha da minha cara, eu estaria irritado se não estivesse sentindo orgulho da criança que eu criei.

Alexa era definitivamente idêntica a mim, muitas pessoas já me perguntaram se ela era minha filha.
Minha família sempre foi só eu e Alexa, durante a vida toda sempre foi só nós dois.

Minha mãe acabou falecendo no parto de minha irmã, portanto, Alexa não chegou a conhece a própria mãe.
Já nosso pai... É um caso perdido.

Quando finalmente termino de tomar meu café, pego Alexa no colo e a levo até seu quarto, onde ela se arrumaria para a escola.
Não é porquê é irmã de famoso que não vai estudar, eu heim.

Enquanto ela se arruma, eu aproveito para tomar um banho para me acordar, se não eu dormiria no meio da reunião de hoje.
Assim que saio do banheiro, me deparo com a pequena Alexa com uma calça roxa, uma camiseta rosa com uma estampa de coração, uma saia de tule e para piorar uma asa de borboleta nas costas - onde que essa jaguara vai assim?

- Mas que djanho de roupa é essa, guria? - Meu sotaque, a cada dia que passa, mais forte ele fica. A gente sai do Sul, mas o Sul não sai da gente.
- Eu sou uma winx! - Alexa começa a saltitar na minha frente. Eu apenas a encaro de cima, um pouco confuso.

Volto ao meu quarto e me troco rapidamente, pronto para levar aquela guria estranha para a escola, e me preparar para a abençoada da reunião.
Enquanto troco de roupa, fico observando os quadros que estavam em cima da minha mesa de cabeceira. Em um deles, estava a foto de um casal, uma bela mulher com um vestido branco, véu e grinalda. Estava definitivamente maravilhosa. Enquanto o homem ao seu lado, estava sério, como se fosse mais um dia normal. Eu gostava daquela foto. Não porquê era a foto de casamento dos meus pais, mas sim porquê eu podia ver o rosto da minha mãe todos os dias pela manhã.
Se eu pudesse, rasgava a parte daquele homem, mas eu sei que minha mãe ficaria chateada. Com toda a certeza,se ela estivesse aqui, colocaria a mão no meu ombro e diria " te acalma,teu pai não tem culpa ".

As vezes eu agradeço tanto por ter ido embora naquele dia com a minha irmã, fico feliz por ter protegido ela.
Meu pai não é um mostro, mas também não é nem um pouco sensível. Depois que minha mãe acabou falecendo no parto da minha irmã - minha mãe estava fraca e debilitada, culpa daquele homem que a agredia todos os finais de semana, " me desculpe, meu bem, eu estava fora de mim ", era sempre a mesma desculpa com um buquê de flores murchas - eu fiquei com tanto medo que ele pudesse machucar a minha irmã, que fui embora o mais rápido que pude. Mesmo sabendo que foi errado, eu queria mais do que tudo proteger a minha garotinha. E ainda quero.

Eu não pude proteger a minha mãe, então darei o meu melhor para cuidar da minha irmã. Por ela.

Depois que eu voltei daquela reunião, eu fui direto almoçar, estava morto de fome.
Eu comi um belo prato colorido e nutricional.