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Relacionamento abusivo / Agressão
⚠︎⚠︎Sua respiração era ofegante, a mandíbula tremia e os dedos teimavam em estremecer igual, pronto para abrir a porta de casa e fechar ela com tudo em seguida, a madeira rígida batendo sem delicadeza alguma para se fechar de um jeito escandaloso, sortuda em não explodir o próprio trinco, mesmo que ele fosse forte até demais em sua raiva ao ponto de machucar a palma da mão com o aperto na maçaneta.
Minho chegou em casa rosnando, seu cabelo suado e uma veia saltada na testa que denunciavam a falta de paz. Chutou a cadeira deixada por ele mesmo no caminho do corredor pois saiu atrasado por motivos que preferiria não lembrar para não piorar a crise, no qual seu pé de madeira foi quebrado e arremessado a direita, arranhando a parede de cor fria e sem vida. E, de frustração, ele gritou. Saiu como um rugido de tigre, em seguida bagunçando os cabelos marrons úmidos do próprio ódio. Os dentes tortos cerrando uns nos outros e até mesmo os olhos se revirando algumas vezes, tudo exagerado.
Quando os olhos cheios de fúria encontraram os olhos calmos e avermelhados de Hyunjin, ele finalmente cessou.
Pareceu sentir vergonha de se mostrar daquele jeito, como sempre. Soltou um suspiro mais calmo da garganta, passando as mãos sobre os ombros gelados e agora descobertos pelo suéter antes manchado de neve, que foi jogado ao chão assim que pôde encarar o garoto com o olhar gelado, resultado da grande nevasca que atingia o céu lá fora. Ao invés de se explicar de forma rápida, simplesmente fitou os próprios sapatos enquanto trincava a mandíbula, ficando minutos apenas para dar sua explicação de merda.
— O maldito do Han Jisung! — Gaguejando um pouco, coçou a própria cabeça. — Me deixou esperando. Ele jurou que ia me buscar no trabalho, mas não veio. — Riu sem graça, mas não deixou de disfarçar a raiva quando cerrou os punhos e socou a parede. — Que merda, eu quero enfiar a cabeça daquele maldito num balde de água lotado de gelo até ele morrer! — Rindo a toa, suas sobrancelhas se franziam em desarmonia, resultado do estresse.
E não obteve resposta do amado, a não ser uma onda de vento gélida que vinha da janela no qual desarrumou seu cabelo preto sem um corte definido, a boca carnuda se franziu com o gelo da ventania, os olhos se espremeram e ousaria fazer um barulho com a boca, mas não saiu.
— Meu Deus, a janela. — Voltando a si, foi rapidamente fechar a janela de madeira, indo até onde o Hwang estava sentado e tocando com as mãos geladas seu rosto igualmente frio, seco e sem cor. Hyunjin estava tão pálido naqueles dias que poderia ficar transparente. — Meu amor... — O contato visual intenso se iniciou com Lee Know acariciando os cabelos secos e as bochechas, passando o carinho caloroso até suas tempôras. — Você passou muito frio? Me perdoa, por favor, Hyune... Perdoa o Lino, sim? Eu saí às pressas e ainda briguei com você hoje de manhã...
Sem resposta.
— Meu amor, desculpa o Lino...? — Com o tom mais juvenil, o homem beijou o topo de sua cabeça e se frustrou um pouco com a falta de palavras, a veia saltando novamente na testa quando se sentiu desafiado. — Hwang Hyunjin, seu puto do caralho. — E apertou seu pescoço, arrancando dele um arfar desajeitado. — Você é surdo, porra? Eu 'tô falando com você. Me responde, cacete. — As unhas cravaram bem na mandíbula, fazendo Hwang mais uma vez arfar e tentar o afastar, mas era inútil.
Hyunjin queria muito ter força nos braços para afastar as mãos de Minho de seu pescoço, lhe sufocando e deixando marcas roxas em seu maxilar, de novo... Mas, tudo doía. Desde quando sentiu a dor péssima nos antebraços machucados e ainda cheios de cortes enquanto tentava tirar as unhas cravadas em seu pescoço até a dor agonizante no peito pelo ar gelado que tinha lhe atingido a porra da manhã e dia todo, até quase anoitecer quando Minho enfim chegou. Sabia que tinha sido deixado no gelo de propósito e sabia que Minho era profissional em lhe punir, mas punir pelo quê?!
— Hyunjin, você- — Quando as mãos gélidas sentiram os pontos no meio da garganta machucada e cheia de roxos, ele se acalmou. — Ah, meu amor... — O aperto cessou, suas bochechas ficaram vermelhas de vergonha e os olhos encheram de lágrimas. — Meu amor, meu querido. Perdoa o Lino?— Beijando desde a testa até os lábios inchados, se arrepiou ao sentir a água salgada das lágrimas do moreno molharem sua boca quando selou a bochecha pálida. — Eu esqueci completamente que você não pode falar mais. Havia esquecido do quanto sua voz me irritava e o quão satisfatório foi arrancar cada corda vocal da sua garganta. — Sorrindo, abraçou o corpo fraco do garoto choroso. — Você se lembra? Eu cortei aqui, costurei aqui... Ainda dói, meu amor? — Quando selou novamente os lábios, sentou no colo do garoto com as pernas igualmente fracas. — O que eu não faço por você, por te amar tanto, meu amor? — Seu choro agora vinha com pequenos soluços, apavorado.
Hwang estava exausto, implorando para ir embora da Terra em paz.
— Que tal assistirmos aquele filme que você ama, meu amor? Hoje está um frio tão bom... Principalmente pra ficar com você, meu amor.
Enquanto seu amor doentio por Hyunjin existisse, ele jamais poderia descansar em paz. Hwang jamais poderia acreditar que Lee Minho um dia voltaria a ser o "Lino" estranho, divertido e safado que havia conhecido há seis anos atrás na faculdade.
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☪︎ 𝐅𝐑𝐈𝐎
Fanficᝰ Minho volta para casa irritado, impaciente. Tudo na esperança de voltar a ser o Lino que Hyunjin antes tanto amava. ♡ Oneshot 〃 Terror SKZ ، HyunHo 900 palavras Postada: 19.07.2023