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Emma Pov

- Eu preciso te falar uma coisa antes de continuarmos, - Disse a
Luiza tentando me afastar um pouco dela.

- Depois você fala, amor. Vem logo aqui e me dá um beijo. - Disse tentando abrir meu cinto. - Por que você usa essa calça tão larga? Se comprasse um tamanho menor, não precisaria usar cinto.

- É disso que tenho que falar com você, iza.

- Shiii, Emma. Eu quero você agora.

Enfim ela conseguiu abrir o cinto e calça caiu no chão de tão
frouxa que era.

- O que é isso? - Luiza disse apontando para meu short de
compressão. - Gosta de usar short de malhar ao invés de
calcinha?

Fiquei buscando palavras para me explicar, mas nada saía.

- Isso não é sexy, baby. - Luiza já segurava meu short, o
puxando para baixo. - Mas tenho certeza que nua você ficará
maravilhosa.

- Iza, espera.

- Calma, baby. Eu não vou te machucar.

Ela desceu meu short e paralisou assim que viu minha ereção
saltando para fora.

- Que porra é essa, Emma? Que merda, isso é um pinto?

- Iza, eu posso explicar. - Tentei fazê-la me olhar.

- Explicar o que? Que tem me enganado todo esse tempo se
fazendo de mulher quando na verdade é homem? Ou eu diria
traveco?

- Eu sou intersexual. - Disse quase sussurrando, eu estava
envergonhada.

- Que? Que merda é intersexual?

- Minha mãe teve uma complicação...

- Eu não quero saber porra nenhuma dessa sua história. - Disse
me interrompendo. - Vai embora, eu não vou ficar com uma
traveco.

- Espera, deixa eu me explicar.

- Não quero saber, sua aberração. Vai embora daqui.

VAI EMBORA DAQUI!

VAI EMBORA DAQUI!

Acordei assustada e suada, esse foi um dos piores dias da minha
vida. Eu nunca fui tão humilhada.

Na escola passei despercebida nas aulas de educação fisica,
esquivava-me dos romances, dos amigos. Aprendi a viver
afastada de todos.

Até conhecer Naomi. Ela sempre esteve do meu lado nos meus
piores dias, eu era constantemente humilhada pelos meus pais e
ela nunca me abandonou.

Ela é minha única amiga de verdade, a única que sabe do meu
segredo. Foi ela quem me apoiou e incentivou que eu chegasse
em Jenna.

já faziam 3 anos da humilhação de Luiza. Sempre pensei em
procurar ajuda médica para amputar meu membro, mas era
necessário acompanhamento psicológico para que a decisão
fosse tomada já que era irreversível.

Muitas vezes meu psicólogo me incentivou a manter meu pênis,
já que ele não sentia que era o que eu realmente queria, mas não conseguia mais suportar ser rejeitada.

E até o manteria se eu não tivesse conhecido Jenna, ou melhor,
a visto sentada no restaurante há um ano atrás. Foi ai que decidi
fazer o tratamento. Por ela, para eu ser feliz ao lado dela.

E agora eu não a perderia, não quando falta só 1 mês para o
tratamento acabar e eu conseguir autorização para amputar
meu membro. Eu só precisava evitá-la por mais algumas
semanas.

Jenna Pov

- Pode entrar. - Disse de dentro do meu escritório quando a porta bateu.

- Oi, Jen. - Joy colocou a cabeça dentro da sala antes de
entrar.

- Nossa, você bateu na porta antes de sair entrando sem aviso? O
que houve?

- Eu percebi você meio triste, então preferi fazer uma abordagem diferenciada. - Disse rindo fraco pra mim. - Você nem aceitou sair para almoçar comigo. Logo você que não perde oportunidade de ver sua branquela.

A tristeza ameaçou me estraçalhar na frente de minha amiga,
meus olhos arderam e eu os fechei evitando que uma lágrima
caísse.

- Ei, o que houve? - Ela disse se aproximando. - Vocês
terminaram?

- Terminar o que nunca começou? - Disse baixando minha cabeça e evitando olhá-la nos olhos. - E que talvez nunca comece.

- Ow, Jenna. Fala pra mim o que houve. - Disse segurando meu
rosto e puxando meu olhar para o seu. - Vocês brigaram?

- Não, Joy. Na verdade, eu nem sei. - Uma lágrima caiu e ela a
limpou na hora. - Ela tem me evitado, faz tempo que eu tento ter algo mais íntimo e ela me nega.

Ela me puxou para um abraço.

- Eu não sou nenhuma tarada, sabe. - Continuei. -Mas eu esperava que ela demonstrasse algum desejo por mim.

- Será que ela não é virgem, amiga?

- Eu já conversei sobre isso com ela. E eu a respeitaria se ela
falasse algo. Mas ela não fala nada pra mim, ela evita o assunto.

- Tenta passar mais confiança pra ela, amiga. As vezes ela só tem
medo.

- Eu já falei sobre isso. Ela não quer nem dormir ao meu lado.
Mesmo eu falando que não vai rolar nada. - Eu falei ressentida.-
Mês passado eu a chamei para dormir lá em casa enquanto
eu estava menstruada e ela inventou uma desculpa qualquer.
Eu estava menstruada, Joy. Não ia rolar nada, eu só queria
carinho.

- Ow, amiga. Tenta entendê-la. Deve ter algum motivo.

- Talvez o motivo seja falta de interesse.

- Claro que não. Tenta conversar com ela de novo. Ela vai para
casa de praia no final de semana?

- Ela disse que tinha uma sessão de fotos no sábado de manhã.

- Ela vai no sábado a tarde então?

- No domingo só. E tudo porque ela não quer dormir comigo.
Dormir, Joy. Eu queria só dormir sentindo o cheirinho dela.

- Calma, Jenna. Conversa com ela primeiro, eu vou chamar Naomi para ir no sábado. Talvez ela consiga convencer a Eme.

Eu tentei me focar o restante da tarde no meu serviço, mas uma
Branquela de olhos azuis não saia da minha cabeça.

O que estava acontecendo com ela? Será que ela era virgem? E se fosse, por que não aceitava nem dormir comigo?

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Minha pequena Onde histórias criam vida. Descubra agora