ONDE ESTOU? (Capítulo único)

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Olá, pessoa que está lendo esta carta.

Eu não sei como falar isso agora, ou melhor, escrever, mas... bem, esta é uma carta que estou escrevendo para caso alguém encontre-a.

Sei que parece confuso o que estou falando, mas irei tentar contextualizar a situação.

Meu nome é Sofia, e tudo começou em um dia que eu não lembro qual era. Também não lembro o mês, apenas o ano, que era 2019.

Naquele dia, eu estava com meu irmão, perto da piscina. Eu estava em uma cadeira, debaixo de um guarda-sol. Ele estava brincando na água.

A piscina tinha um lado raso e um lado fundo. O meu irmão, que tinha 9 anos, não sabia nadar, então, eu estava lá, observando-o para que ele não fosse para a parte do fundo e não se afogasse.

Infelizmente, o pior aconteceu.

Ele saiu da piscina e foi para perto da parte funda. Instantaneamente, gritei para que ele saísse de lá, mas ele teimou em obedecer a minha ordem. Ele acabou que escorregou e caiu na parte funda.

Naquele momento, meu coração disparou e, sem pensar, fui correndo em sua direção. Pulei dentro da piscina para tentar salvá-lo.

Assim que pulei na piscina, minha visão começou a ficar embaçada mais do que o normal. Seria comum que, mesmo com a visão ruim, eu conseguisse ver algum resquício dele, mas, por algum motivo, não vi. Quando pulei na piscina, um calafrio tomou conta de meu corpo. Mesmo assim, não parei de nadar ao fundo. Mas, de alguma forma, eu nadava cada vez mais, mas nada aparecia na minha frente. Parecia que era infinito. Não acabava nunca. Estava ficando mais preocupada do que antes.

"O que diabos está acontecendo? Essa piscina não é tão funda assim!" Pensei.

Eu continuava nadando para o fundo, mas meu irmão não aparecia, muito menos, o solo da piscina. Pensei em estar ficando maluca.

A água, antes, uma cor azul clara, agora, estava escura, como se um breu tivesse tomado conta da água.

Depois de um tempo nadando, comecei a ficar sem ar. Não consegui alcançar o fundo e, então, sem esperança de resgatar meu irmão, comecei a nadar para a superfície.

Quando me virei para a superfície, consegui ver a luz do sol, a qual mais parecia uma luz no fim do túnel por conta da escuridão e da imensidão da água à qual me circulava naquele terrível momento.

Finalmente, depois de muito sofrimento, alcancei a superfície.

Assim que emergi da água, tentei me apoiar no batente da piscina, mas... não estava lá. Olhei, rapidamente, para os lados e tudo o que vi foi... água.

Água...

Onde estava a piscina? Havia sumido. Onde eu estava? Não sabia.

Comecei a entrar em desespero e confusão. Desenterrei minhas lágrimas e chorei.

Tudo o que via era água, e mais água. Tentei me mater calma, embora não conseguisse muito.

Só em pensar que eu estava no meio do nada, no meio de toda aquela água, daquela imensidão infinita de líquido, eu me arrepiava.

Era dia ainda e, mais uma vez, nadei para o fundo, com esperança de achar algo... mas não achei. Tudo em vão.

Debaixo d'água, existia apenas um breu completo. Só havia água e escuridão, no meio de toda aquela imensidão.

Parecia que alguma criatura iria aparecer e me engolir a qualquer momento.

Devido a todas àquelas circunstâncias, decidi que iria nadar em alguma direção. Não sabia qual, mas sabia que algo eu teria que fazer, e, assim, o fiz.

Onde Estou?Onde histórias criam vida. Descubra agora