Por minha Gwendoline. (teste)

27 4 4
                                    

Claro! Aqui está uma versão revisada e aprimorada do seu texto:

---

23 de março. Faz exatamente cinquenta anos que vivo no anonimato, mas isso pode estar prestes a mudar. Aqueles olhos cor de mel foram a minha perdição.

Acordar naquela manhã parecia a mesma rotina de sempre, como todos os dias fatídicos dos últimos vinte e sete anos. Tudo acontecia como de costume: levantar, escovar os dentes, fazer todas as outras tarefas matinais que as pessoas normais fazem. Nada mais entediante.

Trabalho em uma clínica veterinária no Maine, e o que mais amo é poder aliviar o sofrimento dos animais que atendo. Todos os dias vou e volto a pé, e hoje não seria diferente, embora meus instintos me alertassem para ser mais cautelosa. Após o café, pego um casaco e as chaves. Minha casa fica a cerca de oito quarteirões da clínica, e essa "pequena" caminhada me ajuda a manter a forma, já que não me transformo há décadas. Coloco meus fones de ouvido e escolho uma playlist aleatória, começando minha caminhada rumo ao único lugar que realmente me acalma.

Ignoro o sentimento estranho que paira sobre mim, até que uma criatura enorme salta de um prédio e aterrissa a poucos metros à minha frente, com um semblante nada amigável – se é que isso era possível, considerando sua aparência assustadora. A pele esverdeada, coberta de escamas, dentes afiados, garras longas e, para completar, uma espada tão letal quanto suas presas.

— Finalmente te encontrei, princesa. – Era o que me faltava, um caçador de recompensas.

Meus olhos começaram a tomar um tom avermelhado e minhas garras a se projetarem nas pontas dos dedos ao ouvir aquelas palavras. Não escutava essa menção há muito tempo, e preferia não ter escutado tão cedo.

Quando já estava pronta para atacar aquela aberração, algo inesperado aconteceu. A rua, que até poucos minutos estava completamente vazia, agora tinha uma mulher atrás de mim, pronunciando palavras que eu conhecia muito bem: — Encantamento de amarras. — Como? Até onde eu sabia, as bruxas haviam desaparecido há um século. Recolhi minhas garras e escondi meus olhos antes que ela percebesse.

O caçador ficou imóvel, incapaz de mover um músculo, e antes que a bruxa finalizasse o feitiço, três figuras surgiram voando, capturando-o e levando-o para longe.

— Você está bem? — perguntou a mulher, chamando minha atenção para ela.

— Eu... eu não sei. O que foi isso? O que vocês fizeram? — respondi com uma voz trêmula, fingindo ser uma humana assustada e indefesa.

— Vai ficar tudo bem. Ele chegou a te machucar? — coitada, achando que aquele verme poderia realmente me ferir.

— Não, vocês chegaram a tempo. Mas quem são vocês? — minha curiosidade falou mais alto que minha cautela.

— Meu nome é Gwendoline, mas pode me chamar de Gwen. — Primeiro erro, jovem bruxa: nunca diga seu nome verdadeiro a um estranho. — E o seu?

— Hum, Bess Taylor. Mas você ainda não respondeu. O que era aquilo? E, mais importante, o que você é? — Vamos ver o que você sabe.

— Aquele era um Lyniano, uma espécie de caçador nada amigável. E eu sou uma Dyrk, um ser mágico. — Uma fada? Eu estava diante de uma das últimas bruxas e agora descubro que estou diante de algo ainda pior. — Estou aqui para proteger aqueles que não podem se proteger sozinhos. — Será que ela não conhece sua própria história? Ou está fingindo? As Dyrk proclamaram guerra contra humanos e lobos, dizimando milhares do meu povo e centenas de milhares de humanos até que meu ancestral, Theodor, acabou com a rainha deles, pondo fim à raça.

Mas como pode ser uma fada se elas foram extintas há mais de três séculos?

— Acho melhor eu ir. Isso tudo é muita loucura para um só dia. Tchau, e obrigada, Gwendoline. — Não vou perder minha tranquilidade por causa disso, mesmo que a curiosidade me puxe para esse mistério.

Ela apenas assentiu com a cabeça enquanto eu me afastava. Continuei andando, como se quisesse fugir daquela mulher, mas senti seu olhar em mim até que, como as fadas costumam fazer, desapareceu. Puxei o celular do bolso e liguei para a única pessoa em quem confio. Na segunda chamada, ele atendeu.

— Maeven, acho que temos problemas a caminho.

---

Por minha GwendolineOnde histórias criam vida. Descubra agora