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Começamos onde/como queríamos.
Quando ele me olhou, foi estranho. Seu olhar me intimida e eu senti um frio na barriga pela primeira vez. Fiquei com medo de ficar sozinha com ele, porém, queria que aquele tempo que ficamos nos encarando durasse anos.
Ele mostrava que eu era mais do que todo mundo pensava, e tantas confidências me faziam pensar que eu era especial. Mesmo sabendo que não, no fundo eu queria acreditar que desde o primeiro minuto eu estava sob o controle, mas seu sorriso era mais bonito de perto, sua voz era mais gostosa ao sussurrar e sua mão era mais quente tocando na minha. Agora, se eu fechar os olhos e respirar, tenho a impressão que ele está do meu lado, levantando a alça do meu vestido e rindo da minha pulseira, fingindo não saber o quanto estava me atingindo com tão pouco. Por isso que eu admiti: foi fácil. Ele não precisou de muito para me ter nas mãos, pois já tinha um manual escondido e detalhado.
Sua risada ainda ecoa nos meus ouvidos, acreditam? Foi ali que eu me apaixonei pela primeira vez na risada dele. E suspirei com um novo frio na barriga, dessa vez melhor que o primeiro. Ele me olhou, sorriu e baixou a cabeça. E eu ainda com a ilusão de que estava sob controle. Tadinha de mim, não é? Bem sabia que o jogo era esse, mas insisti na derrota. Continuei pensando se um "nós" poderia existir. Sorri em meio a pensamentos singulares. Talvez tudo isso foi culpa minha: O meio, fim e o começo. Pois foi assim que aconteceu, não tivemos uma ordem, e esse deve ter sido o tal erro.

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