❝Espere por mim lá embaixo❞
Sabem quais são os sinônimos de perigo? Risco, aflição, ameaça, agonia, angústia... Aventura.
Ele é tudo isso.
Cartaphilus... Digo, Joseph, é uma criatura diferente de todas que já conheci nesse mundo mágico de feitiçaria. Ele esconde segredos... E tais segredos custam muito caro.
Ele é um ser imortal, vagando pela eternidade à procura de... Ele não sabe ao certo, uma diversão? Algo para entreter? Algo... Interessante? Sua atenção é raramente capturada pelos seres humanos, geralmente eles são alvo de suas "brincadeiras".
Um eufemismo, devo admitir, mas deixemos para explicar isso depois.
Joseph era apenas um garotinho quando se tornou o coveiro de sua pacata vila há muitos séculos. Seu cabelo loiro beirava abaixo de seu pescoço e um pouco acima de seus ombros magros e pálidos, era tão liso que parecia as teias de aranhas que residiam em sua humilde casa.
O garoto era órfão, sozinho em sua própria comunidade que o menosprezava constantemente.
Ele não tinha amigos.
Não tinha família.
Não tinha ninguém...
Até que escutou algo lhe chamando.
Bom, não estava realmente o chamando, mas por coincidência ele estava por ali e escutou a voz que suplicava. Era alguém coberto de terra, machucado e, ao que parecia, mumificado.
Joseph não sabia como era o rosto daquele ser, ou se era mesmo uma pessoa, mas queria ajudá-lo... Queria urgentemente fazer parte de algo para alguém.
Então, por dias, semanas e até meses, o garoto tentava de todas as formas sarar as feridas de seu mais novo "amigo". Ele não sabia seu nome, não sabia como acabar com suas dores e, num ímpeto de fúria e frustração, Joseph chorou desabafando todas as suas tristezas para aquele ser tão esquisito e misterioso.
— Eu só queria te ajudar! Por que não está se curando?! Eu já fiz de tudo! — gritou entre lágrimas e soluços. — Eu só queria por uma vez ser importante pra alguém... Queria ter um amigo, alguém que me queira por perto... Mas quem em sã consciência se aproximaria de mim? Eu sou só um sujo coveiro...
Naquele momento, nada mais importava. Tudo o que fazia, tudo o que já fez estava sendo em vão. Entretanto, para a surpresa do rapaz, o ser esquelético, alto, cheio de ataduras encharcadas de sangue seco e olhos pretos como o breu, se ergueu da cama improvisada de seu anfitrião.
A pequena choupana que viviam era simples demais e muito frágil, um breve sopro e tudo cairia pelos ares, mas ainda assim... Era belíssima sobre o equinócio da primavera.
— Ainda dói tudo... — resmungou, aproximando-se do jovem coveiro. — Mas você pode sim me ajudar, se quiser.
O menino o encarou ainda mais espantado, mas com as energias renovadas de ouvir pela primeira vez a voz de seu amigo. Sim, ele queria imensamente ajuda-lo. No entanto, o que o pobre garoto não fazia ideia era no perigo que estava enfrentando por esse ser.
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☠️ | THE DAWN OF THE EQUINOX: SPRING ᵐᵃʰᵒᵘᵗˢᵘᵏᵃⁱ ⁿᵒ ʸᵒᵐᵉ ❰concluído❱
Short Story➵ 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐨 6 𝐝𝐚 𝐬𝐚𝐠𝐚: 𝐄𝐬𝐭𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬 . . . . ► 𝔱𝔯𝔞𝔡𝔲𝔠̧𝔞̃𝔬: O Amanhecer do Equinócio - Primavera ► 𝔞𝔲𝔱𝔬𝔯𝔞: Gleysla Meireles ► 𝔤𝔢̂𝔫𝔢𝔯𝔬: one-shot, fanfic, conto, drama romântico, morte ► 𝔣𝔦𝔫𝔞𝔩𝔦𝔷𝔞𝔡𝔬: 30.08.23 ...