Capítulo 4 - Dormindo Juntos

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- Talvez eu seja,talvez você tenha razão...mas o Ícaro? Nunca,ele não tem nenhum trejeito!

- E precisa ter algum trejeito amigo? - pergunta Caique - Se ele se sentir atraído por vós,ou se sente alguma coisa por você ele é, ou talvez ele seja daqueles "héteros" que se apaixonam perdidamente pelo "princeso desolado e sozinho",nesse caso, você!

- Caique... - Daniel dá um sorriso,era notável seu sorriso do outro lado

- Tá vendo só? Você até concorda, amigo de você sente algo por ele,se aproxima,agarra ele e não solte nunca mais!

- Eu vou tentar fazer o que você tá mandado - Daniel concorda - Você ultimamente só tá me servindo de má influência.

Talvez não,ele só queria ajudar o amigo e Daniel não entendia, se fazia de desinteressado quando o amigo ou o irmão tocava no assunto,mas no fundo ele gostava,e ele sabia disso.

No final daquela tarde, Daniel esperava ansioso pelo pai que não via há mais ou menos dois dias.

A porta da sala se abriu,trazendo para dentro da casa um forte vento, que jogou algumas revistas no chão e bagunçou os cabelos de Daniel.

- Pai,onde o senhor estava? - Daniel fala indo até o pai

- Cadê o seu irmão? Aquele estúpido que não serve pra nada..

- Ele tá no... - Daniel é interrompido pelo irmão que estava em pé na escada

- Eu tô aqui - responde Ícaro dizendo - E você como sempre, bêbado. Se esqueceu de que tem uma casa e dois filhos?

- Olha como você fala comigo!

- Ou se não oque? Vai bater em mim como você fazia quando eu era pequeno? Eu juro que não vou ficar de mãos atadas,e pra cada soco,vou devolver dois

Ícaro nunca tinha falado com o pai daquele jeito, estava mostrando autoridade e estava conseguindo,o pai que antes havia dado dois passos para frente, voltou-se e deu dois para trás.

- Ícaro...

- Chega Dani - responde Ícaro apreensivo - Não quero mais... - o mesmo responde e sobe as escadas correndo para o quarto.

O pai em silêncio,foi para o banheiro e Daniel continuou ali na sala plantado como uma planta.

Depois de ficar ali alguns minutos,com bastante hesitação subiu para o andar de cima ,e parou na porta do quarto do irmão e bateu na porta e entrou.

- Esse quarto continua um chiqueiro.

- Então porque você entrou? -pergunta Ícaro

- Para ver como você estava - Daniel responde e se senta na cama ao lado do irmão

- Eu tô bem,pra onde ele foi?

- Foi tomar banho - Daniel responde - Você não deveria ter falado daquele jeito com ele

- É,eu sei,agi mal,mas ele bem que mereceu, ninguém fala daquele jeito comigo, ninguém.

Ícaro estava errado,ele era submisso ao irmão e ele sabia disso,Daniel sabia domá-lo perfeitamente.

- Ele é nosso pai, Ícaro.

- Todo mundo vem com essa história,de que não pode fazer isso ou aquilo,mas as coisas também não assim, nós também temos sentimentos como ele,ou eu tô enganado?

Daniel apenas concorda com o irmão e olha ao redor do quarto do irmão que era maior que o seu, porém,mais bagunçado.

- A quanto tempo você não limpa isso daqui?

- Uns dois anos - Daniel olha surpreso para o irmão,arrancado uma gargalhada do mesmo - Que foi? Eu quase nem tenho tempo, chego em casa super cansado e a única coisa que penso em fazer é tomar um banho e em ir dormir.

- Você pelo menos poderia jogar aquelas papeladas e jogar no lixo,lavar essas toalhas - responde o menor olhando para uma toalha de rosto que estava na cama do mais velho

- O que é isso? - pergunta pegando a toalha com a mão e sentindo uma expessura grossa bem no meio da toalha

- Não pega nisso! - o mais velho tenta pegar,mas Daniel foi mais rápido e não deixou.

- Essa toalha não é do banheiro,eu nunca vi ela lá - diz o menor agora passando os dedos naquela expressura rígida e leva até o nariz - Tem um cheiro que eu nunca senti antes, não é nem azedo,nem doce...oque é?

- É o excesso do creme que passei. - o mais velho por fim toma aquela toalha da mão do mais novo - E não chega pegando as coisas dos outros desse jeito e cheirando,poderia ser algo...não sei, fatal...

Ícaro se levanta e caminha até o banheiro jogando aquela toalha dentro do cesto de roupas sujas e lava sua mão em seguida, enxugou as mãos em outra toalha no banheiro e voltou para o quarto se sentando na cama novamente em silêncio juntamente com o irmão,o silêncio habitava naquele hotel,nem um dos dois ousaram tocar em algum assunto,preferiam ficar em silêncio,ouvindo a voz do "nada" naquele quarto.

- Eu posso dormir aqui essa noite? - pergunta o mais novo olhando pra Ícaro.

- Quer mesmo dormir nesse "chiqueiro"?

- Acho que uma noite só não vai ter nenhum problema.

- Então tá bom,pode ficar. - o mais velho respondeu.

O silêncio da noite era admirável,as corujas cantando nas ruas escuras da cidade também,o vento que sacudia as janelas dos quartos das casas, fazendo com que as pessoas acreditassem que fossem fantasma era imensurável,os latidos dos cachorros e o uivo de alguns nos portões das casas - os mais velhos diziam que era fantasmas das pessoas já falecidas passando pela rua,nisso os animais poderiam ver e começavam a latir - o sereno,que caía sobre os carros estacionados nas portas das pessoas,e também vários adolescentes acordados fazendo grafite nas paredes de casas abandonadas.

Opostos Se Atraem - Meu Meio irmão ( Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora