love, love. | kelmiro

capítulo único.

A origem dessa fic é o seguinte: cansei de esperar que alguém escrevesse algo deles, então resolvi eu mesma fazer! 🥴

Brincadeiras à parte, deixo claro que nunca escrevi nada sobre casais de novelas brasileiras e esse tá longe de ser o conteúdo que eu geralmente publico, mas Kelmiro me pegou de uma forma que não sei explicar. Tô obcecada e preciso de mais fics deles por aqui.

Enfim, espero que gostem! 💜

(Ah, só pra esclarecer: eu comecei a escrever essa fic antes da cena em que o Ramiro chora sair completa, por isso o diálogo nessa parte tá diferente do original)

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O movimento na cidade de Nova Primavera está calmo como geralmente é durante os dias de semana, honrando o título de interior pacato. Algumas pessoas passam para lá e para cá pela calçada do bar, seguindo com suas vidas atarefadas, assim como alguns poucos carros que circulam pelas ruas da cidadezinha. Kelvin, dentro do bar, limpa as mesas sem muita animação, com o pensamento e o olhar longes – mais especificamente, em uma fazenda... ou melhor, em alguém. Um ser bruto e com um bloqueio emocional absurdo, diga-se de passagem.

O funcionário do bar balança a cabeça rapidamente para afastar os pensamentos sobre essa tal pessoa que parecia querer tomar conta de si, tentando voltar a focar em seu trabalho, mas logo é traído pela sua própria mente ao lembrar dos acontecimentos do dia anterior: Ramiro estacionando no lugar de sempre e saindo cabisbaixo de dentro do carro desgastado. Naquele momento, ao ver o rosto estranhamente triste do outro homem, algo tomou conta de Kelvin e o fez correr na direção dele sem pensar duas vezes. Ali, no canto "secreto" que já parecia pertencer somente aos dois, Ramiro havia chorado como uma criança na frente de Kelvin.

Por alguns segundos, Kelvin não sabia bem o que pensar nem o que fazer ao ver um homem tão forte e "macho!" – como o próprio sempre faz questão de dizer – chorando copiosamente. No entanto, não demorou muito para que ele percebesse que aquele choro não era apenas pela ocasião de ter apanhado do chefe, mas também por várias situações e sentimentos acumulados ao longo do tempo por uma pessoa tão fechada como Ramiro. A dificuldade de se expressar havia feito morada e se enraizado dentro daquele homem por tempo demais, e usar a fachada de "macheza" aparentemente não estava mais funcionando.

— Você não pode deixar abusarem de você assim, Rams. — Foi o que Kelvin disse após ouvir sobre o que havia acontecido na fazenda de Antônio. Uma raiva descomunal e nunca antes sentida subiu pelo corpo de Kelvin e o preencheu completamente por saber que alguém com quem se importa tanto estava sofrendo.

Ele já havia entendido e admitido para si mesmo há muito tempo sobre os sentimentos que nutre por Ramiro, mas não costuma deixar que eles o consumam tão facilmente, pois o medo de sair machucado ainda é extremo. Apesar disso, ali, assistindo às lágrimas caírem e fazerem caminho pelas bochechas do homem, Kelvin não conseguiu manter suas barreiras e havia ficado levemente na ponta dos pés para limpá-las.

— Você merece mais do que isso, Ramiro. — Kelvin também disse tais palavras depois que ele e Ramiro haviam se acalmado um pouco mais. As sobrancelhas franzidas do homem mais alto indicavam que ele dificilmente acreditava naquilo, e isso fazia o coração de Kelvin doer, sabendo o quão pouco Ramiro se valoriza. — Eu sei que a gente sempre tá brincando um com o outro, mas quero que você saiba que eu sempre vou tá aqui pra te ouvir. — Ele havia deixado escapar um pouco, miseravelmente, da profundidade de seus sentimentos pelo homem.

E aquilo havia levado a um abraço inesperado vindo de Ramiro, que tinha os olhos brilhantes depois de ouvir à declaração de Kelvin e o observava como se aquela não fosse a realidade. Como se ele não merecesse tal dedicação.