almost

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Quando Taehyung decidiu namorar um ídolo, ou um aspirante a tal, deveria saber em que estava se metendo. Não que achasse que tudo seriam flores quando o alfa lhe propusera aquele pedido de namoro na cobertura do prédio onde o ômega morava com a família, tendo a Lua como espectadora do pedido e as estrelas como testemunhas da resposta que sussurrou a Jeongguk. Muito pelo contrário; já sabia que seria difícil e que talvez não aguentassem o "para sempre" que tanto repetiam, mas tentava pensar que perseverança era tudo e que suportariam o máximo possível, mesmo sabendo o quão complicado isso poderia ser.


A cada briga, um coração partido; a cada choro, um momento quebrado; a cada beijo, um amor renovado.


O ômega tentava ao máximo segurar as lágrimas a cada noite mal dormida que levava e que vinham se tornando mais frequentes a cada semana. Não aguentava precisar entrar no quarto após uma outra briga e ver Jeongguk fingindo dormir de costas para si, acabando obrigado a fazer o mesmo que o cantor.


Já não se tocavam intimamente fora do cio. Mal se lembrava da última vez que tiveram uma das noites regadas a sexo que o induziram a aceitar a proposta, cerca de três anos atrás, quando eram pouco mais que adolescentes idiotas e apaixonados e o cantor nada mais era que um iniciante que caíra de amores pelo colega de sala dois anos mais velho, sendo ele próprio adiantado na matéria à época.


Céus, Taehyung mal tivera seu primeiro cio quando se aproximaram! A paixão real entre o casal só veio anos depois, quando o período fértil do ômega bateu à porta e levou-o a se entregar ao alfa, que cometera a gafe de se apaixonar pelo melhor amigo e a pedi-lo em namoro seis meses depois.


Depois que se conheceram, quando o mais novo mal tinha 11 anos completos, o alfa tinha como clara sua afeição pela música e isso nunca foi um problema ao outro. Quando, aos 15, Jeongguk afirmara que queria levar isso como caminho profissional, nada mais pôde fazer além de apoá-lo, afinal, era seu melhor amigo, queria mostrar que estava ao seu lado, e não desapontá-lo. Todavia, quando, aos seus 16 anos, o mais novo pedira que fosse seu acompanhante nessa jornada, após o cio e o início de uma amizade, Taehyung, novamente, nada mais pôde fazer além de apoiá-lo.


Nos primeiros dias, ainda chegaram a pensar que algo mudaria de forma clara, que seria algo vindo dos sonhos e que arco-íris e unicórnios surgiriam por onde passassem, até perceberem que tudo continuava como sempre foi — ou quase — e que sua amizade parecia mais forte a cada dia. Então, quando a carreira do alfa começou a decolar e a vida universitária do ômega iniciou, um passou a se apoiar cada vez mais no outro.


Agora, no terceiro ano de namoro, terceiro semestre da faculdade de Artes Plásticas e terceiro álbum lançado, os dois estavam exaustos e, mesmo com a marca que Jeongguk deixara no pescoço de Taehyung anos antes, apenas parecia que estavam mais distantes.


Às vezes, Taehyung só queria se encolher em posição fetal e chorar até não aguentar mais.


Brigavam, brigavam e brigavam um pouco mais. Desde motivos bestas aos piores, nenhum dos dois aguentava mais tantos gritos soando pela casa espaçosa, fosse por Taehyung ter chegado de madrugada após uma confraternização, por Jeongguk ter mudado de planos de última hora por conta do trabalho ou por quem esqueceu de lavar a louça na última noite.

Losses • kth*jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora