Eu sou seu dono

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Eu sou seu dono

A ordem chegou pelo WhatsApp:

Se arrume:
Use um espartilho,
saia curta m calcinha,
cinta liga e botas
Traga o cinto
Venha pronta para mim..."

Hinata olhou para a tela do celular e seu coração quase saltou para fora da boca. Era o seu dono chamando. Tudo o que Hinata queria era servir bem ao dono. Todas as vezes que ele lhe chamava, ansiava em sentir prazer que apenas ele lhe proporcionava. O seu jeito caloroso que a iluminava, as mãos brutas que sabiam ser tão delicadas e faziam dela tudo aquilo que queriam. Ela, que nunca se vira tão bela quanto pelos olhos dele, aqueles olhos azuis semelhantes ao céu, brilhantes de um fogo infinito, que a desvendava em segundos e a comandava, altivamente, sem nunca titubear.  
Tudo o que Hinata queria era servir bem ao seu dono. Para servi-lo, precisava ser capaz de satisfazê-lo por completo, do jeito que ele desejava. E o seu dono não gostava de esperar.
Naquela noite, assim que a ordem chegou, a jovem sentiu imediatamente uma umidade morna encharcar sua calcinha e descer até as coxas, acompanhada pelo frio na barriga que sempre surgia nessas horas e só a abandonaria quando estivesse, finalmente, cara a cara com ele. Neste momento, ela sabia, nada mais importava. Estava praticamente pronta. Hinata só precisou arrancar a camisola do corpo e se vestir como ele a ordenara. Estava sozinha em casa, seus filhos não estavam com ela, estavam na casa de sua sogra, seu esposo preso no escritório. De uns tempos para cá,   suas noites eram sempre assim, solitárias, mas quando o seu dono lhe chamava, tudo parecia ganhar cor. Ele era seu sol particular, sua lua seu maior pecado.

Ao longo do tempo, havia se tornado uma escrava bem treinada. Estava banhada, cheirosa e macia, sempre depilada, com as unhas pintadas, levemente maquiada, tudo da maneira que ele gostava.
Quase toda a noite era igual, ela ficava pronta para ele, apenas  esperando sua mensagem.  Mas nem sempre foi assim.

Na primeira sessão que fizeram juntos, num dado momento, ele havia agarrado seus cabelos e mostrado a ela a própria face refletida no espelho:
— Olhe a sua cara, cadela! Veja isso! - Ele gargalhou.
Hinata mal se reconheceu. O sorriso aberto
de orelha a orelha, quase explodindo numa gargalhada. Os olhos entreabertos, brilhantes, repletos de lascívia e prazer. As faces rubras, toda descabelada, com ele ao seu lado, limitando seus movimentos com as mãos. Ele agarrava o seu corpo e sussurrava em seu ouvido:
— Eu sou seu dono, seu corpo me pertence, sua boceta me pertence, nunca esqueça disso minha putinha.
Naquela primeira noite, havia apanhado de uma forma que nunca imaginara, primeiro com um tipo de chicote, depois ele tinha a amordaçado, a pendurado, a amarrado. Seu corpo reagia ao seu toque de uma maneira que a assustava. Com ele, ela sentia um prazer imensurável, inigualável. Ele a transformara num simples objeto em suas mãos e ela nunca experimentara maior alegria, maior prazer, maior gozo. Sentia-se viva. Era doentio, mas ela o desejava cada vez mais. A química animalesca e visceral que une um sádico e uma masoquista em toda a sua glória. A reciprocidade do prazer com a dor e a brutalidade. A obediência que vinha naturalmente, as palavras certeiras que  dispensavam qualquer réplica. A alegria de poderem ser quem realmente eram, sem travas, sem limites que não os previamente combinados. Ainda naquela primeira noite, Ele desabafou, enquanto a penetrava com força :
— Isso sim é uma relação BDSM! Entendeu? Eu e você somos assim . Eu não tenho tesão em baunilha. Preciso de sadomasoquismo, só sinto prazer no sadomasoquismo.
E foi a primeira vez que Hinata sentiu aquela liberdade. Sadomasoquismo era tudo! Era vida. Não que naquele exato momento ela houvesse se tornado uma escrava. Não mesmo.
Muita água rolou até isso acontecer definitivamente. Muitos encontros e desencontros. Muitas brigas e desavenças. Até o acerto final.

A noite em que a escrava nasceu era de lua cheia. O motivo maior para encontrá-Lo, naquele momento, tinha um nome: saudade. Depois de mais uma das muitas brigas, na qual ele a queria por completo e ela sempre recuava. Mas Hinata sentia falta... falta de seus toques ousados e quentes. Falta do controle, de ser a sua vadia. Do sexo bruto, selvagem e intenso. Da forma que ele fazia ela gozar, não uma, ou duas, mas muitas vezes durante a noite. Não era aquele sexo baunilha com o marido, mais o sexo selvagem, intimidador e intenso. Com ele, ela podia ser ela mesma. Sem máscaras. Ela podia ser a sua vadia, da maneira que gostava de ser. Mas apenas dele e de mais ninguém.
— Quer voltar? - Ele sorriu ironicamente, enquanto a puxava pelos seus cabelos. — Só se me provar que agora sabe quem você é, que aceita isso, que reconhece que nasceu para servir e só pode ser feliz servindo. Me diga, quem é você? Hinata  vibrou com a chance de se redimir. Havia sentindo a falta dele de uma forma que até doía e se submeteu ao teste com devoção:
— Sou uma escrava. Nasci para servir. Só posso ser feliz servindo.
— Vai parar com as frescuras?
— Sim, Senhor.
— Vai parar com o mimimi?
— Sim, Senhor.
— Vai estar sempre pronta? Na hora que eu chamar?
—  Sim, Senhor.
— Qual é o seu único direito? ela respirou fundo e arriscou:
— Meu único direito é servir ao Senhor.
— Muito bem minha cadela. Entenda que eu não preciso de uma puta qualquer. Para ser minha tem que ser a puta, a minha puta, A minha escrava. Me diga, o que você é?
— A sua puta. A sua escrava. - ela enfatizou os pronomes. Já sentia sua boceta pulsar e umedecer aos comandos dele.
— Entendeu agora?
—  Sim, Senhor.
—  Como castigo, a partir de hoje você não tem mais uma palavra de segurança.
Hinata hesitou por um momento e pensou bem antes de falar, buscando as melhores palavras.
— E se eu não aguentar as dores que o senhor deseja me impor?
— Eu defino os limites. Você vai aguentar as dores que eu quiser. Entendeu?
— Sim, Senhor.
—  Muito bem minha vadia. É assim que eu gosto. ela sentiu a respiração dele quente, muito próxima, inebriando seus sentidos:
— Abre a boca. Ele a beijou de maneira lasciva, mordiscou o lábio inferior  antes de prender a coleira de couro em seu pescoço. Aquele momento selou o pacto que existia entre Ele/ela. Um elo difícil de romper. — você é minha, apenas minha, somente minha... entenda isso de uma vez por todas.
— Sim, senhor.

Eu sou seu donoOnde histórias criam vida. Descubra agora