É apenas uma gripe

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Bom dia, tudo bem com vocês?

Estou passando aqui para deixar mais um capitulo para vocês, pois nesse final de semana nao vou conseguir voltar. 

Até as notas finais ♥️

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Covington, Georgia

Universidade, Auditório

2022

Josie


Nesses quase três meses longe em que eu acompanhei Penelope em sua viagem e curso, cada vez que eu encarava meu reflexo no espelho eu conseguia ver a dor através das minhas íris castanhas, mas sempre empurrava qualquer sentimento que eu possuísse para o fundo, tão fundo que em certos momentos simplesmente pareciam que não estavam ali, era um incomodo que eu sabia que iria carregar para sempre em meu coração, mas por hora eu poderia viver assim.

Eu sabia que havia mudado, as coisas ao meu redor se tornaram sem graça e sem vida, as cores ficaram escuras e raramente eu sorria ou ria para alguma coisa, mas apesar de estar assim, Penelope permaneceu ao meu lado em cada momento, mesmo quando a dor escapava e eu chorava por horas em seu colo com ela fazendo carinho em meus cabelos, nunca deixando-me só.

Eu acabei pesquisando sobre as fases do luto enquanto Penelope estava fora fazendo seu curso, cada vez que eu lia alguma coisa, eu me colocava em uma fase diferente... Negação... Raiva... Barganha... Depressão... Aceitação...

Aceitação nada mais era do que compreender, colocar para fora e sentir esses sentimentos, aceitar que eu os possuía e os carregaria até o fim, mas com o tempo eu poderia aprender a carrega-lo sem que isso de fato continuasse me matando por dentro, afinal por mais que doa, te mate por dentro e te faça mudar completamente, um coração partido não vai te leva a morte. Quando eu me permitia pensar, sabia que eu choraria novamente de raiva e saudades, mas não havia nada que eu pudesse fazer a respeito disso, não depois de tudo o que ela havia feito e me dito, então apenas precisava sobreviver um dia após o outro, eu não estava sozinha, sabia que Penelope estaria ao meu lado assim como minha irmã quando eu voltasse.

Quase três meses atrás eu tomei a decisão de que precisava me afastar de tudo e todos, até o momento em que eu conseguisse respirar e ter forças para me reerguer e voltar, encarar tudo o que tinha acontecido, e essa foi a melhor escolha que eu poderia ter tomado naquela situação.

Acompanhar Penelope naquela viagem me ensinou muitas coisas, me deu uma amiga e companheira que eu jamais esperaria encontrar depois de tudo, e mesmo sendo difícil, eu confiava nela, pois ambas tínhamos um coração partido para curar, e isso acabou criando o nosso respeito, acolhimento e união... Não querendo entrar em detalhes sobre a vida dela, mas Penelope perdeu a garota que ela mais amou em sua vida para o preconceito, um acidente trágico que levou quem ela mais amava, alterou sua vida completamente e esse foi o motivo dela ter se dedicado tanto a medicina como ela fazia a cada nova manhã que chegava e ela saia.

Meu sonho nunca seria ela, assim como eu tinha a certeza que eu jamais seria sua garota ideal, porém juntas encontramos uma base na qual ambas precisavam para se apoiar naquele momento, deixando nossa convivência fácil e o carinho entre nós duas apenas crescia dia a dia, mas nunca chegaria a ser amor.

Pen era uma boa pessoa. Era uma boa amiga e uma namorada maravilhosa, sem sombra de dúvidas tinha muita paciência, pois se tivesse acontecido o contrário, provavelmente eu já teria sido mandada para a puta que pariu na nossa terceira semana na Bulgária.

"- Você sabe que não deveria fazer isso, não é? – perguntou para mim com um sorriso enquanto eu colocava o notebook em cima da mesa olhando para ela preocupada que apenas negava com a cabeça e ria antes de se aproximar e se sentar ao meu lado – Eu disse para você não fazer isso consigo mesma.

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