Muichiro é um jovem de 14 anos que mora em uma cidade não muito movimentada do Japão. No início da história, ele tem suas primeiras aulas no 1° ano do Ensino Médio escolar. Seguindo adiante, ele conhece seu colega de classe que repetiu algumas vezes...
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Eu estava ajudando meu pai a guardar as compras na cozinha. Eram 8 da manhã. O céu estava nublado e o ar úmido. Enquanto fazíamos essa tarefa, meu irmão Yuichiro, cuidava da minha mãe doente em seu quarto. Durante o tempo em que eu guardava os alimentos no armário, parei para encarar meu pai, que mantinha sua atenção nas coisas da geladeira.
- Ela vai ficar bem? - Perguntei, aflito esperando sua resposta. Notei sua demora para responder, e como escondeu seu rosto atrás da porta da geladeira.
- Se piorar, a levaremos ao hospital. - Essa não era a resposta que eu esperava, mas decidi ficar calado, voltando a fazer meu dever.
Não tínhamos muitas condições para pagar tratamento à nossa mãe. Meu pai trabalha na serraria, e agora que minha mãe adoeceu, apenas isso nos sustenta. Ele consegue um bom dinheiro, o suficiente para nos dar alimento e conforto, mas minha mãe ainda continua mal. Terminei minha tarefa, me levantando e saindo da cozinha. Passei pelo corredor e parei na porta do quarto em que estava minha mãe, vendo Yuichiro ao lado da cama.
- Ela está melhor? - Questionei meu irmão, que me olhou após escutar minha voz.
- Ela pegou no sono. - Disse com um tom baixo de voz, parando de me encarar em instantes.
- Certo.. - Eu transmitia um olhar preocupado, mas meu irmão não, ele tinha sempre o mesmo olhar revoltoso. E no fundo eu sabia que ele tinha preocupação.
Depois do acontecido, resolvi me mover até a varanda, onde me sentei e tentei relaxar. Estava frio na rua, mas isso não me atrapalhava no momento. Gostaria de me livrar dos pensamentos negativos que me acobertavam, gostaria de sentir o frio novamente. Era difícil pensar em como minha vida mudará tanto desde o instante que minha mãe adoeceu. Enquanto eu drenava em minha mente descontrolada, fui tirado de minha concentração ao sentir o celular vibrar no bolso da minha calça. O peguei apenas para olhar do que se tratava, abrindo a barra de notificações. Meus olhos brilharam no mesmo minuto que li a mensagem enviada. Há algumas semanas atrás eu estive a procura de um emprego como menor aprendiz, para ajudar um pouco minha família, mesmo que os ganhos não sejam tão altos. Eu esperei muito para receber a atual mensagem, e agora mal posso acreditar que fui aceito no trabalho! Me levantei rapidamente, correndo para dentro novamente. Meu pai ainda estava na cozinha, e com muita felicidade o contei sobre o que recebi.
– Filho... Isso é ótimo. Mas tem certeza que vai mesmo seguir este rumo já tão jovem? – Meu pai parecia orgulhoso, mas eu sabia que sua preocupação liderava tudo.
– Eu estou ciente da minha decisão, pai. Quero mesmo ajudar, com pelo menos o mínimo. – Abro um sorriso gentil. Meu pai me olha, e cogita em dizer algo, mas logo admite:
– Está bem. Eu agradeço por isso, filho. Vai realmente ajudar muito. Mas é claro que poderá desistir no momento que quiser. – Ele cedeu um sorriso também. Essa foi uma das vezes que mais me senti satisfeito. Quando minha mãe acordasse, eu poderia contar à ela.
Depois de sair da cozinha, passei por meu irmão que estava parado na porta, escutando tudo desde o início. Ele não quis me encarar por muito tempo, por mais que parecesse querer dizer algo. Apenas tentei ignorar isso por enquanto, indo para o meu quarto - que eu dividia com Yuichiro -. Me sentei na cama e prestei mais atenção na mensagem. Abaixo haviam algumas informações importantes, como o dia que eu iria começar e a hora. O trabalho não me parecia ser complicado, era em uma cafeteria com uma arquitetura moderna e tradicional ao mesmo tempo. Eu iria trabalhar como garçom, entregando os pedidos aos clientes. A proposta parece boa e não tão cansativa. Da primeira vez que fui lá, o ambiente era calmo e não muito movimentado. A dona presente era simpática e amorosa, não deve ser o tipo de chefe que me mandaria para a rua por motivos bobos. Além desse meu novo trabalho, também terei que me ocupar com a vida escolar. Garanto que será difícil dividir essas "duas vidas", mas não impossível. Dessa vez eu conto por esperar um bom ano, ao contrário do passado, que ninguém gostava de conversar comigo e com Yuichiro pois ele transmitia uma áurea de raiva por onde passava. Lembro-me que lanchavamos sozinhos no refeitório, e ele realmente não tinha problema com isso, ainda que eu quisesse fazer amigos. No final, acho que ele me protegia de amizades ruins.
O dia passou rápido, sem muitas novidades. Minha vida em si era sem graça na maioria das vezes. Minha mãe não mostrará nenhuma melhora o dia inteiro, se continuar assim, realmente teremos que levá-la para receber tratamentos no hospital. Pelo menos consegui contar à ela a novidade, e ela se mostrou uma boa ouvinte, deixando claro que se eu me sentia capaz, deveria persistir. Yuichiro não me parabenizou em momento algum, mas isso é de se esperar. A noite chegou e dormimos tranquilamente na nossa casa simples, com o frio do ar úmido. . . . . Final de capítulo. 850 palavras.