Escolhi você

Capítulo 1: O Encontro providencial

Era uma tarde ensolarada de primavera, onde as folhas das árvores dançavam suavemente ao ritmo do vento. Em um tranquilo bairro residencial, vivia uma jovem chamada Isabela. Com seus dezesseis anos, Isabela era uma garota de espírito livre, sorriso radiante e coração generoso. Seus pais, pessoas de fé, haviam criado a filha com valores cristãos sólidos, e ela vivia sua vida de acordo com esses princípios, encontrando conforto e direção em sua relação com Deus.

Em uma tarde após as aulas, enquanto caminhava para casa, Isabela percebeu um novo rosto no bairro. Um jovem alto e sorridente, de cabelos negros e olhos brilhantes, acabara de se mudar para a casa ao lado da sua. Seu nome era Lucas, um rapaz da mesma idade de Isabela, mas de personalidade bastante diferente. Enquanto Isabela era doce e tranquila, Lucas era extrovertido e cheio de energia.

Os olhares dos dois se cruzaram por um momento enquanto Lucas trabalhava com caixas do lado de fora de sua nova casa. Isabela sorriu timidamente, e ele retribuiu o gesto com entusiasmo. Naquele instante, algo inexplicável aconteceu, e ambos sentiram uma conexão instantânea, como se já se conhecessem há muito tempo.

Ao longo dos dias seguintes, Isabela e Lucas cruzaram caminhos várias vezes. Eles se encontravam no ponto de ônibus, na saída da escola e, às vezes, até mesmo na igreja local. Embora fossem apenas vizinhos e colegas de classe, suas conversas fluíam com naturalidade, como se compartilhassem uma afinidade especial.

Conforme o tempo passava, a amizade entre Isabela e Lucas crescia. Eles descobriram que tinham muitos interesses em comum, especialmente quando se tratava de sua fé e valores. Conversavam sobre suas crenças, participavam juntos dos estudos bíblicos da juventude da igreja e encontravam conforto um no outro nas horas de dificuldade.

No entanto, enquanto a amizade florescia, também surgiram desafios. O coração de Isabela começou a bater mais forte sempre que via Lucas, e ela percebeu que estava desenvolvendo sentimentos profundos por ele. Era uma sensação nova e assustadora, mas ela sabia que não podia ignorá-la.

Certo dia, após um encontro do grupo de jovens na igreja, Isabela e Lucas decidiram caminhar juntos até suas casas. O céu estava repleto de estrelas, e a lua brilhava no firmamento, emoldurando um cenário perfeito para uma conversa sincera.

"Lucas," começou Isabela, com um tom de hesitação em sua voz, "eu preciso te contar algo. Desde que você se mudou para cá, minha vida mudou. A nossa amizade significa muito para mim, mas... sinto algo a mais. Algo que não sei explicar."

Lucas parou de caminhar e olhou profundamente nos olhos de Isabela. "Eu também tenho sentido algo especial por você, Isa," confessou ele, carinhosamente chamando-a pelo apelido.

Os corações dos dois jovens se aqueceram diante da revelação mútua, mas logo se entristeceram com a dura realidade que se apresentava à sua frente. Ambos sabiam que, apesar da conexão especial entre eles, havia um obstáculo que parecia intransponível: a idade.

Na comunidade em que viviam, havia uma tradição arraigada de que jovens só poderiam namorar a partir dos dezoito anos. Era uma norma estabelecida pelas famílias e líderes religiosos, visando promover a maturidade emocional e espiritual dos jovens antes de se envolverem romanticamente.

Isabela e Lucas sentiram-se divididos entre o desejo de seguir seus corações e a responsabilidade de honrar as tradições de sua fé. A batalha interna era intensa, e ambos se perguntavam se conseguiriam resistir à paixão que os envolvia.

Enquanto continuavam a caminhar sob a luz das estrelas, Isabela e Lucas sabiam que seus sentimentos não desapareceriam magicamente. Eles enfrentariam esse desafio juntos, buscando sabedoria e orientação em suas crenças compartilhadas. Afinal, eles acreditavam que Deus havia cruzado seus caminhos por um motivo, e agora era um teste de fé e paciência.

O primeiro capítulo dessa história estava escrito, e os próximos capítulos seriam moldados por escolhas difíceis, amizade sincera e a esperança de que o destino conspirasse a favor de seu amor verdadeiro. "Escolhi você" não era apenas o título de seu livro, mas também uma promessa que ambos fizeram a si mesmos: escolher a fé, a espera e, acima de tudo, escolher o amor.