Dentro de uma modesta casa de madeira, uma atmosfera pesada pairava no ar, enegrecida por um fogo já extinto, e o odor acre de carbonização invadia o cômodo onde dois homens se encontravam.
O homem barbudo de aparência austera permanecia imóvel diante do corpo carbonizado, com os olhos fixos. Ao seu lado estava Bence, um homem de cabelos negros e com fios grisalhos.
— Só te chamei aqui porque Gavro era seu amigo.
— Isso certamente tem o dedo de Velto.
— E aqueles três, que enviou até a vila?
— Estão sumidos, inclusive mandei durestes para encontrá-los.
Um jovem se dirigiu apressadamente até os dois segurando um página de caderno. Ele mostrou o desenho encotrado para Maegar, que logo percebeu a natureza bizarra e inquietante da criatura retratada ali.
O ser retratado no desenho tinha um corpo monstruoso que lembrava a junção de várias criaturas grotescas. Seu casco era semelhante ao de um caracol gigante, mas em suas costas havia uma profusão de espinhos e protuberâncias pontiagudas. Suas patas eram longas e finas, semelhantes às de uma aranha. Além disso, o desenho mostrava que a criatura possuía garras afiadas em suas extremidades e olhos completamente negros.
— Ele desenhou esse Inconcebível porque queria que a gente soubesse da presença dele.
— Mas por quê?
— É uma espécie de aviso.
— Então, precisamos avisar o restante da Jaerum Nark.
— Farei isso.
— Agora, mudando de assunto, e aquele jovem que me falou?
— Chegará hoje.
— Ainda não entendi porque você aprovou pessoalmente a entrada dele.
— Ele tem potencial.
Os dois homens deixaram a casa para trás com o desenho do Inconcebível em mãos. O sol estava começando a raiar. uma leve brisa outonal soprou pelos campos circundantes. Maegar tinha um olhar sério e determinado, enquanto Bence parecia mais preocupado e apreensivo.
Eles montaram em seus cavalos e seguiram o caminho de volta em direção à Fortaleza de Ekfiel, sede da Jaerum Nark.
Enquanto isso, dentro dos corredores da fortaleza, o jovem Tafen caminhava. Ele tinha cabelos escuros e olhos castanhos, vestindo o manto azul, indicando seu status como membro da ordem. Nas costas do manto, um símbolo distintivo estava bordado: a imagem estilizada da cabeça de um cervo.
Conforme seguia pelos corredores, Tafen acabou não percebendo que estava prestes a esbarrar em alguém. O impacto foi leve, mas suficiente para fazer ambos os jovens caírem.
Tafen rapidamente se recompôs do tropeção e olhou para a pessoa com quem havia esbarrado. Era um jovem que também aparentava ter 15 quinze anos, possuía um porte físico musculoso e era alto em relação aos demais da mesma idade. Seus ombros largos e postura confiante indicavam que ele tinha um bom condicionamento físico. No entanto, o detalhe que chamou mais a atenção dele foi o fato de o jovem usar um tapa olho no lugar do olho direito.
— Vê por onde anda, caralho!
— Olha quem está falando! Quem deveria estar prestando atenção é você! — respondeu Tafen, cruzando os braços e mantendo seu olhar firme no rapaz.
O rapaz soltou uma risada sarcástica e debochada, encarando Tafen com um ar de superioridade.
— Novato, não é? Nunca te vi por aqui, e pelo jeito, já está tropeçando em tudo que vê. Você não sabe, mas eu sou um dos melhores da Jaerum Nark. Se quiser sobreviver por aqui, é melhor aprender a se manter longe do meu caminho.
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Caminho da Chama
FantasyO cataclismo conhecido como Descalabro abalou o mundo e trouxe de volta à vida mortos-vivos, liderados por Baonon. O caos e o desespero espalharam-se pelos continentes, mergulhando a humanidade e outras raças em um terrível pesadelo. Contudo, nesse...