🦋 ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ᴠɪɴᴛᴇ ᴇ ɴᴏᴠᴇ

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"Se todos os reis colocassem suas rainhas no trono
Nós abriríamos um champanhe e faríamos um brinde
Para todas as rainhas que estão lutando sozinhas
Querida, você não está dançando sozinha"
Kings & Queens | Ava Max

Tory Daugherty

Três meses depois...

Eu achei que nada mais poderia me surpreender depois de tudo que aconteceu desde que aquele portal se abriu para mim em uma biblioteca em Nova York.

Bem, eu estava enganada.

Depois de descobrir a natureza do feitiço que Nyreen fez e que me permitiu voltar para as pessoas que eu amo. Depois de descobrir que Lohan me deu seu coração, eu realmente fiquei surpresa, amedrontada, preocupada, encantada e profundamente abalada. Tudo ao mesmo tempo.

Ele me contou que eu estava quase morta quando Nyreen e Soren nos encontraram. E esse era o único jeito de me salvar. Nyreen explicou que o feitiço só daria certo se Lohan ainda conseguisse me sentir pelo laço, porque só assim ele conseguiria alcançar minha alma e ela poderia fazer o feitiço.

Lohan voluntariamente ofereceu-se antes mesmo que Nyreen terminasse de explicar realmente o que teria que fazer. Ela usaria seus poderes para nos unir além do nosso laço, transpassando a força do coração de Lohan para o meu, dando-me um sopro de vida. Claro, isso exigiria muito de Lohan e poderia matá-lo, mas ele não se importou. Ele disse a ela para fazer mesmo assim.

E quando o confrontei sobre isso, ele apenas olhou para mim como se nada mais importasse e declarou:

— Meu coração seria seu mesmo de um jeito ou de outro, e no fim das contas, nunca precisei dele. Meu coração é você.

Como se fosse possível, eu me apaixonei ainda mais por ele ao ouvir suas palavras. Esse homem era mesmo de outro mundo.

Eu e Delano passamos esses últimos meses nos recuperando e sendo constantemente vigiados. Juro, Lohan, Soren, Amara, Nyreen e Ramsey estavam se revezando para "cuidar" de nós como eles chamavam. Mas na verdade era apenas uma desculpa para ficar no nosso pé vigiando cada respiração.

Era irritante, mas ao mesmo tempo engraçado. Eu era a mais quieta — mais ou menos — de nós dois. Delano era o pesadelo de Amara. Ele não ficava na cama de jeito nenhum ou então só ficava quando era ameaçado, coisa que andou acontecendo muito. Nyreen sempre passava para nos ver pelo menos duas vezes ao dia, verificava nossos curativos, trocava, nos dava um chá horroroso e ia embora. Delano a chamava de purgatório. E me fazia rir horrores.

Apesar de todo o cuidado exagerado de todos, nós acabamos melhorando de verdade. Depois da quinta semana em que eu e Delano estávamos implorando para nos deixarem fazer leves caminhadas pelo castelo e ver o jardim, eles deixaram. Quer dizer, mais ou menos, considerando que eles nos colocaram em uma mini carruagem, tipo um carrinho de mão sofisticado, e nos levaram. Delano ficou indignado.

Depois de um mês, fomos liberados para andar de verdade. De leve e devagar. E usando o ombro de um deles como muleta. Pelo menos já era alguma coisa, não? Era bem melhor do que passar mais um dia na cama. E agora, depois de todo esse tempo, finalmente estávamos bem. Realmente bem. Meu ferimento estava cicatrizado e agora eu tenho uma cicatriz bem sinistra.

Estava meio insegura sobre ela no início, quer dizer, era uma linha irregular de uns 7 centímetros que se estendia desde o vale entre meus seios a perto do umbigo. Não era o tipo de coisa atraente. Mas ao observá-la melhor, percebi que não preciso ter insegurança. Ela era a prova de quão forte eu era. De que eu sobrevivi. Eu sou uma guerreira. E minhas cicatrizes de guerra não são motivo de vergonha.

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