I AM TIRED

PRÓLOGO

25/03/2023

Outra vez, Han Jisung se encontrava no Asan Medical Center. Entretanto, desta vez, em observação.

Nos últimos meses, o período acadêmico tem sido particularmente desafiador devido às avaliações finais da faculdade e ao famoso Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), notoriamente temido pelos universitários. Como resultado, um jovem de cabelos escuros começou a sacrificar suas preciosas horas de sono para estudar, finalizar apresentações de seminários e concluir o TCC. Infelizmente, essa não foi uma decisão bem planejada.

Han passou a ter uma rotina de sono bastante irregular. Às vezes, ele passava dias sem descansar e, em outros momentos, conseguia adormecer após muito esforço, mas infelizmente por apenas algumas horas. O garoto podia sentir seus neurônios queimarem a cada palavra que seus olhos se forçavam a ler, ou apenas forçando-os a se manterem abertos. Parecia que seu cérebro estava literalmente em combustão.

Essa situação estava afetando negativamente a saúde mental e física do jovem, e também atormentando a cabeça de um certo alguém, Lee Felix.

Um australiano que era um exemplo de pessoa incrível e batalhadora. Consequentemente, Han não poderia reclamar em tais circunstâncias. O rapaz tinha cabelos loiros descoloridos, mas era evidente que suas raízes escuras estavam começando a aparecer. Seus olhos eram como o céu da meia-noite, porém cintilantes como estrelas, expressando delicadeza e simpatia para todos ao seu redor. Seu sorriso, magnífico como raios solares, iluminava até os dias mais sombrios.

No entanto, Felix também estava internado e, quando recebeu a notícia da boca de Jisung, não havia nada que pudesse fazer. Ele só podia lamentar por não perceber antes.

Ao contrário de Jisung, o hospital era como uma segunda casa para o jovem loiro. Sua vida escolar e acadêmica foi complicada, pois, a cada seis meses, Lee precisava se afastar para realizar seu tratamento com precisão. Como na época em que frequentava a escola, a tecnologia não estava suficientemente avançada para permitir o aprendizado à distância, era o menino de bochechas rechonchudas que levava o conteúdo das aulas para Felix, no hospital.

Quando o último sinal soava na escola, Han organizava rapidamente seus materiais para encontrar-se com seu colega, fazendo questão de sempre comprar algo no caminho do hospital para que ambos pudessem beber enquanto faziam suas tarefas.

Ele passava um bom tempo no quarto branco com cheiro de antisséptico, explicando a matéria para o loiro. Em seguida, eles tentavam de alguma maneira se divertir com os enfermeiros da Ala Pediátrica. Deste modo, a amizade dos meninos se fortaleceu progressivamente, permanecendo até os dias atuais.

Mais uma vez, ambos estavam juntos, mas não de uma maneira agradável e divertida.

— Você não 'tá nada bem, Hannie... — Felix sussurrou com a voz frágil, suspirando pela terceira vez naquele dia, logo após perceber a situação do amigo.

Jisung encontrava-se sentado na cama hospitalar do amigo, olhando fixamente para o monitor cardíaco ao seu lado. O aparelho não registrava os batimentos do coração de Felix, estava evidentemente desligado, mas por algum motivo ele conseguia imaginar seu ECG fazendo vestígios da sua vida ali.

Dois olhos melancólicos estavam sobre si, provindo da janela do quarto, porém Han não teve coragem de encará-los. Sua mente continuava em negação.

O indivíduo de cabelos claros deslizava os dedos através das mechas de seus fios capilares, ajustava cuidadosamente seu tubo nasal e então tornava a unir seus braços. Estava ansioso. Ele observava o moreno com a intenção de discernir o que se passava em sua mente naquele instante, porém nada se desenrolava. Seu Quokka permanecia imóvel.