Soco inglês

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Francis

Bonjour mes escortés!

Os jogos da copa estavam sendo simplesmente maravilhosos. Pelo menos para mim...

A festa da vitória croata estava divina. Ou melhor, estava boa, porque o que realmente estava divino era a cara do Brasil.

Eu nunca tinha visto aquele homem com um bico tão grande. Estava sentado todo torto em um sofá vermelho com sua segunda garrafa de bebida na mão, já vazia pela metade.

A primeira garrafa tinha sido roubada por um certo loiro que logo após dizer alguma coisa no ouvido, dar um sorriso sugestivo e fechar a blusa aberta de Luciano, saiu andando, pisando alto acompanhado do Uruguai.

E apesar da cara de emburrado, ele continuava estonteantemente lindo. E com a blusa aberta.

Saí do meu lugar no balcão do bar e fui até ele, me sentando ao seu lado.

- Olá, mon ami! - Falei passando meu braço ao redor dos seus ombros - Não acha que já bebeu de mais? - apontei para a garrafa mais vazia do que cheia, ele me encarou com ódio nos olhos.

- Não - respondeu seco e em seguida dando um grande gole na bebida. Ele fez uma careta - Eu tô triste, Francis e isso aqui... - levantou a garrafa- ...me faz esquecer que eu tô triste... e carente... - sua voz estava arrastada e rouca. Ele deixou a cabeça cair para trás.

Ri passando a mão no rosto. Ele nunca me chamava de Francis. Era sempre França, francesinho, cabeludo, pervertido, cara dos perfume fedido, tesudo... nunca me chamava pelo meu nome de verdade.

Pra ele ter esquecido de algum dos milhares de apelidos que me deu, deve estar bem triste e carente.

- Você tá carente? - perguntei sorrindo. Peguei a garrafa da mão dele e bebi. O líquido era de longe o mais horrível daquela festa, ele provavelmente estava muito arrasado consigo mesmo para estar tomando aquela merda.

- Tô, e daí? - retrucou emburrado e arrancou a bebida da minha mão, tomando vários goles seguidos sem fazer nenhuma expressão de desgosto. O bichinho é forte.

- Quão carente? - me aproximei dele, arrumando minha posição no sofá fazendo com que nossas pernas se encostassem.

- Pra caralho, Francis... pra caaaraaalhooo - cantarolou fazendo uma cara triste e dando mais um gole.

- O que você acha de nós...

- Nem começa - se levantou do sofá cambaleando e levando a garrafa aos lábios e virando o líquido restante na boca. Jogou o vidro vazio para mim - Eu... to carente mas não.. não tanto... pra dar pro 'cê...

- Tout va bien alors... mas se você mudar de ideia, sabe onde é meu quarto. - joguei uma piscada de brincadeira para ele que só bufou e revirou os olhos. Brasil conseguiu mais uma garrafa da bebida ruim e voltou a sentar no sofá, dessa vez mais afastado de mim.

Não é como se eu fosse tentar agarrar ele a força. É só pra fazer um ciúmes no meu grandão.

Que ainda não é meu.

Me levantei mas antes de ir andando segurei o braço dele e cheguei perto do seu ouvido para que ele escutasse bem e disse:

- O Argentina tá na área VIP. Eu sei que vocês se gostam e blá blá blá, aproveita que tá carente e vai dar pra ele.

Virei as costas e sai de perto.

Dez minutos depois, quando voltei para o mesmo sofá vermelho, ele não estava mais lá. Apenas as garrafas e copos de bebida que ele tinha consumido denunciavam sua presença.

Me Empresta Um Beijo Teu?Where stories live. Discover now