Quando Felipe acordou naquele dia, a primeira sensação que sentiu foi que estava atrasado. Até tentou se levantar da cama, mas a tontura e a dor de cabeça que o atingira o puxaram de volta para cama, foi então que percebeu que seu "super-poder" não tinha funcionando, estava com uma ressaca desgraçada. As lembranças da noite passada começaram a atingi-lo feito raios, a sensação de ter ela perto de si e a ardência em seus lábios agora o fazia se sentir vazio sem eles, olhou em volta pelo seu quarto na esperança de encontrar qualquer vestígio dela, sem sucesso, decidiu ir procurá-la em seu quarto, assim que se levantou sentiu o mundo girar ao seu redor e sua visão escurecer.
— Que porra tinha naquela bebida?
Questionou em voz alta, a preocupação o atingiu por pensar que se ele, que não costuma ficar com ressaca, estava daquela maneira imagine como a sua amiga estava. Se apressou em sair do quarto e buscar pela mulher. Ao sair do quarto buscou o corredor que levava até o quarto de sua amiga, ao chegar em frente ao quarto se deparou com uma porta entre aberta, bateu suavemente na porta, que se abriu como se fosse um sinal divino, mas divino mesmo foi o que Felipe viu ao olhar para a cama. A mulher dormia serena, ele nunca tinha realmente se permitido admira-la, sempre pareceu errado, estranho, mas desde que a mulher se tornou alguém realmente presente na sua vida, algo tinha mudado.
Ele se aproximou da cama sem muita consciência do que fazia, parecia automático o modo como ele se aproximava dela, ele reparou que ela estava vestida - o que era ótimo, porque se algo tivesse acontecido ele gostaria de lembrar de cada detalhe - ele excitou por um momento antes de subir na cama, se perguntando se ela se lembraria de alguma coisa da noite passada, mas a necessidade de tê-la perto de si acabou sendo mais forte, ele afundou no colchão ao lado dela, observando seu rosto enquanto dormia. Alguns minutos se passaram até que ela lentamente abrisse os olhos, seu olhar primeiro foi de sofrimento - talvez pela ressaca, pensou Felipe - depois evoluiu para confuso -talvez por ele estar alí, deitado ao lado dela- e depois, finalmente o olhar de pânico -talvez por ela realmente ter se tocado de que ele estava DEITADO com ela- o primeiro reflexo dela foi olhar se estava vestida, ao ver que estava deixou o alívio aparente em seu rosto, ele esperava que fosse pelo mesmo motivo que ele, então ela finalmente olhou nos olhos dele, meio exitante.— Felipe...o que aconteceu ontem?
Ele a encarou, ele não sabia do quanto ela se lembrava, e não tinha certeza de como ela ia reagir, então perguntou.
— do que você se lembra?
Ela parecia confusa, estava fazendo um esforço para se lembrar dos acontecimentos da noite passada então ela começou a ficar extremamente vermelha. Ela colocou as mãos no rosto e jogou a cabeça nos travesseiros morrendo de vergonha. Felipe achou terrivelmente adorável.
— eu beijei você não foi?
Ela disse como se estivesse quase chorando de vergonha. Felipe deu uma risada e se deitou ao lado dela.
— sim, beijou. Mas pra ser justo, eu beijei de volta...
Ele disse se virando de lado e apoiando a cabeça na mão e começou a encarar ela. Ela soltou um suspiro e finalmente tirou as mãos do rosto, Felipe nunca a achou mais linda do que a achou agora, com o rosto limpo e a pele reluzente, os cabelos negros bagunçados, a camisa cinza que aparentemente era grande demais para ela. Ele nunca tinha realmente se permitido pensar nela desse jeito, além de ser sua amiga, ela parecia uma alma pura e brincalhona, e ele era um velho rabugento, ela merecia mais, muito mais, ela merecia alguém que não tivesse medo de amar, alguém que não trouxesse risco a segurança dela, alguém que não tivesse a vida inteira exposta na internet, alguém que não tivesse medo de falar sobre sentimentos, alguém bom. Mas ali, olhando para o rosto envergonhado dela, suas bochechas vermelhas e seus cílios grossos ele decidiu, ele já tinha tomado muitas decisões egoístas ao longo da vida, ele poderia tomar mais uma, vendo ela alí, tão indefesa, e ainda assim tão forte, tão desleixada, e ainda assim tão linda, o fez decidir. Ele teria ela, custe o que custar, ele era egoísta o suficiente para querer ter ela a qualquer custo.
– desculpa Felipe, eu tava muito bêbada, eu não queria te pressionar a nada.
– você não me pressionou.
Ele disse firme, ela não tinha pressionado ele, nem poderia, não quando até inconscientemente ele a queria, a desejava.
– Felipe...
Ela disse num suspiro, isso fez um arrepio subir pela minha espinha, a voz dela falando o nome dele, enquanto ela estava tão perto e tão linda o fez viajar por fantasias por um minuto inteiro antes de ele falar.
– eu gosto de você Samanta. Gosto a muito tempo, e acho que só estava tentando mentir pra mim mesmo.
Ela parecia surpresa, um pouco assustada, ele se aproximou calmamente dela, como se fosse um felino tentado não alertar a presa. Ele delicadamente colocou a mão na bochecha dela e virou para o rosto dele. O contato da mão fria dele com o rosto quente dela o fez ter uma sensação de choque elétrico.
– eu quero você Sam...e acho que você me quer também.
Ela fechou os olhos e mordeu os lábios, como se estivesse lutando consigo mesma. Ele podia ver o peito dela subindo e descendo com a respiração profunda.
– você é meu chefe...
Ela tentou argumentar.
– eu não ligo.
Ele disse se aproximando do rosto dela se apoiando no colchão para ficar acima dela.
– você é meu amigo...
Ela disse com uma voz ofegante, como se não tivesse mais forças para lutar contra os próprios desejos. Ele colocou uma perna de cada lado dela, ficando em cima dela, com os cotovelos de cada lado dos ombros dela e seus narizes quase se encostando.
– eu não ligo.
Ela respirou fundo, abriu os olhos, encarando ele, ela colocou as mãos no rosto dele, delineando as feições dele e mordendo o próprio lábio, ela estava nervosa, mas animada. Ele desviou o olhar dos olhos dela para os lábios dela, eles pareciam tão macios, e tão familiares, de repente sentiu uma enorme saudade deles.
– a gente pode estragar tudo.
Ela disse como uma sentença final, como se fosse uma coisa que a estivesse atormentando por meses, como se fosse uma oração ou uma palavra santa para afastar o diabo. Mas Felipe permaneceu.
– eu não me importo Samanta. Eu quero você... só você, não importa os riscos. Eu. Quero. Você.
Ele suspirou.
– eu também te quero.
Ele a beijou, rápido, feroz, apaixonado.
E ela correspondeu.
Notas: desculpa esse final gente, eu não sei escrever hot e não sabia muito bem como terminar. Eu tenho um carinho muito grande pela Samanta e escrevi esse capítulo em homenagem a tudo que aconteceu na amizade deles recentemente. Fiquei muito triste, até porquê achei que a amizade deles era genuína e verdadeira, mas enfim. O Felipe tem um histórico de se afastar das amizades femininas depois que começa a namorar, não tô colocando a culpa na namorada dele, mas sla. Mesmo sendo triste eles não serem mais próximos, se alguém quiser eu posso continuar escrevendo a fic. Obrigada por todos que leram, beijo.
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𝒅𝒐𝒊𝒔 "𝒂𝒎𝒊𝒈𝒐𝒔" 𝒆 𝒖𝒎 𝒅𝒊𝒓𝒏𝒌
FanfictionFelipe convida uma de suas melhores amigas, Samanta, para tomar um drink em sua casa depois do trabalho, os dois se divertem, riem, gravam storys...mas será que acaba só nisso mesmo? tem que ler pra descobrir ;) - fanfic SAMLIPE se não gosta não lê