Uma marca de pertencimento

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— Uaauu, eu nem acredito que finalmente consegui a presença ilustre de Wang Yibo – o homem de terno virava seu segundo shot de huangjiu¹ — Fale baixo Zhu - suspiro - acho já estou me arrependendo de ter vindo – o homem enaltecido pelo velho amigo, tinha seu costumeiro rosto sério, o que fazia total sentido, além de combinar perfeitamente com sua carreira na máfia, mas não uma qualquer diga-se de passagem, e sim uma das mais temidas na ásia. 14K, o grupo mais conhecido dentro das Tríades de Hong Kong. — E você lá se importa o que pensam de você? Nem do que va – o celular que toca no bolso do amigo, interrompe suas palavras, e sua atenção é direcionada a tela do aparelho pouco antes de um resmungo lhe fugir aos labios — Aquele idiota... Então, seguinte Yibo, um amigo meu vai dar uma passada aqui, por favor se comporte, pelo menos até ele ir embora — Zhu Zanjin ainda corria seus dedos pela tela do aparelho, mas o farfalhar a sua frente lhe chamou atenção — Então é melhor que eu me vá – pegando o blazer debruçado sobre o acento do estofado ao qual ele mesmo se sentava, o mais novo entre os dois amigos deu apenas um passo pra longe da mesa, quando aquele tornado moreno invadiu o restaurante
— Eii Xi o que – mas Zhu nem concluiu sua frase antes que o espanto lhe tomasse as feições. O homem recém chegado agarra um das garrafas de porcelana sobre a mesa, e apenas a vira de uma só vez contra os lábios levemente rosados — Eii Xiao, vai com calma, ele não valhe apena – Zhu Zanjin tentava acalmar o amigo, e trazer um pouco de senso ao mais velho fragilizado. Por mais que sorrisos fossem dados, as lágrimas ainda rolavam pelo rosto do homem recém chegado — Eu sei, eu realmente sei Zhu – meio segundo foi o tempo que ele conseguiu manter aquela farsa, antes que os soluços começassem e o rosto fosse novamente molhado pelas teimosas lágrimas de dor. Zhu Zanjin se aproxima abraçando o homem que apesar da idade era quase uma criança emocionalmente — Tudo bem Xi, vai ficar tudo bem... Yibo você já pode ir, nos falamos outra hora – Zhu direcionava o homem emotivo até o estofado ao seu lado, com sua atenção focada no amigo, ele não teve tempo de perceber a breve mudança de olhar que tomou as feições de Wang Yibo — Hum, na verdade acho que posso ficar mais um pouco. Garçom mais três garrafas e uma porção de carne. Hoje é por minha conta. 


Apos muita lamuria e lágrimas, sobre um "ex- futuro namorado" o tal Xiao estava agora debruçado e semi inconsciente sobre a mesa, tal qual Zhu, que continuava discursando enrolado e consigo mesmo, como os homens eram incoerentes e perversos, sendo ele mesmo um dessa especie, poderia ser confuso entender o monólogo do amigo, mas quando o namorado chegou tudo ficou as claro — Você sab — mas a fala de Yibo foi interrompido pela mão do outro direcionado em sua direção — Eu sei, nao fale nada, já estou me odiando o suficiente – suspirando Liu bagunça os cabelos curtos, frustado com o próprio erro, imperdoável e possivelmente irreparável, o que praticamente se provou verdade quando o homem adormecido sobre a mesa se ergue de forma abrupta — Ehhh, Cheng, seu... seu folgte — a última palavra ainda que incompreensível, conseguia expressar a raiva do mais novo — Eii bebê me perdoa, vamos pra casa, conversamos melhor lá – Liu Haikuan até tentava ajudar o marido a ficar em pé, mas os tropeços de Zhu Zanjin pra longe de seu toque, dificultavam o amparo ao amante — Não, não quero, você vai me esquecer em algum lugar como... fez... com... nosso... ANIVERSÁRIO DE CASAMENTO –  o choro gritado começava a chamar atenção dos demais clientes no restaurante, e Yibo por sua vez odiava atenção – Zhu, agora me escuta. Seu marido veio te buscar a essa hora da noite, ta ouvindo seus fiascos de bêbado, e ainda quer te levar pra casa. Se você não desse tanto trabalho, ele não estaria trabalhando feito louco pra pagar todos gastos que você faz. Então agora cala a boca e vai pra casa com ele, e amanhã quando estiver sóbrio e ver o quão infantil foi, peça desculpas e lhe prepare um café da manhã  delicioso – as palavras duras foram ditas todas de um vez e em direção ao amigo embriagado, o que só intensificou o choro de Zhu Zanjin, que logo se escondeu nos braços do marido — Xichen, ele tá sendo malvado comigo – entre um choro bobo e as manhas infantis das quais o mais velho já conhecia de cor e salteado, ele apenas afaga as costas do pequeno escondido em seu peito. Sussurrado ao menor que tudo ficaria bem, ele agradece Wang Yibo com um aceno de cabeça. Yibo por sua vez já virava o ultimo gole de sua bebida e pegava o casaco jogado sobre o estofado, se pondo em pé e ajeitando a gravara, se direciona a saída, até que a voz de Liu é ouvida
— Eiii garoto acorda!! Bebe quem é ele?... Vamos Gege qual seu nome, onde você mora ? – ele se vira, tornando a encarar o amigo com seu marido pendurado em suas costas, tentando chamar atenção do homem completamente adormecido sobre o tampo da mesa. No meio de toda confusão causada por Zhu, ele até havia esquecido a presença do homem, mas agora encarando o rosto jovem, ainda que saiba de sua verdadeira idade,Wang Yibo não pode evitar os pensamentos que lhe rondavam a cabeça, depois colocaria a culpa na bebida, ou nem precisaria já que sua reputação não poderia ser mais manchada do que já era — Tudo bem, eu me encarrego desse ai!

Me Chame de MestreOnde histórias criam vida. Descubra agora