catástrofe (capítulo único)

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    A biblioteca estava deserta, o que não surpreendia considerando que não era de se esperar que alguém estivesse estudando ou lendo após o anoitecer.

Entretanto, mesmo no meio da noite, havia um rapaz ali.

Ele não estava propriamente estudando; na verdade, sequer tinha um livro em mãos. Tudo o que buscava era um lugar vazio e reservado para que pudesse refletir em paz. Nathaniel se sentia extremamente mal desde o momento em que saiu correndo daquela festa, oh, a maldita festa.

Uma sensação de aperto no peito o atormentava imensamente. Nathaniel sentia a culpa se multiplicar internamente: os olhares de reprovação, os comentários desagradáveis... Se ao menos tivesse a chance de remendar as coisas... Mas temia profundamente que Castiel não quisesse vê-lo após aquilo.

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A festa estava em pleno vapor, afinal, não era sempre que havia a oportunidade de se reunir toda a turma do colégio para uma celebração. Alguns estavam no fliperama, outros no karaokê, alguns tentando habilmente preparar drinks criativos sem nem mesmo saber as medidas exatas. Espalhados pelo local, alguns jogavam Uno, faziam apostas ingênuas ou apenas desfrutavam da diversão pelos cantos enquanto se entregavam a romances de uma noite.

O loiro não estava particularmente ansioso para ir à festa, mas Castiel insistiu que seria uma ótima oportunidade para socializar com os colegas. Assim, lá estavam eles, conversando (ou melhor, o loiro conversava enquanto o ruivo o observava com uma expressão emburrada) com outros membros da turma. Nathaniel estava contando a história de Eros e Psiquê e, aparentemente, a conversa estava tão fascinante que Castiel não era o único a prestar atenção; o loiro tinha uma pequena plateia só para ele.

Tudo estava indo bem, até que uma garota desconhecida decidiu aparecer. A garota aparentemente tinha pouco menos que 1,65 de altura, cabelos lisos em um tom de azul específico, e suas vestimentas eram um tanto incomuns para a moda atual; as alças de seu vestido eram finas o suficiente para serem consideradas belas para o olhar, mas ainda assim, não eram chamativas.

Ela chegou sorrindo, cumprimentou os rapazes de maneira geral e, em seguida, agarrou o braço esquerdo de Castiel, perguntando se poderia "roubá-lo" por alguns minutos. Os outros garotos presentes não deram muita atenção à situação, mas Nathaniel não pôde evitar desconfiar; para que exatamente ela queria "roubar" o rapaz? Castiel olhou para a mesma com uma expressão levemente incomodada e mal conseguiu balbuciar algumas palavras antes que ela o arrastasse para fora do local.

Os outros garotos seguiram normalmente com a conversa, ignorando o que havia acontecido, mas Nathaniel, apesar de tentar manter a calma, continuou observando a garota de cabelos azulados.

Os dois estavam conversando. Ela gesticulava no ar, sorria de maneira boba e enrolava uma mecha de cabelo no dedo enquanto olhava para o ruivo. Isso significava alguma coisa? Por que Nathaniel estava incomodado com aqueles gestos? Estaria sentindo uma pontada de... ciúmes?

Não, não podia ser, eles haviam acabado de se reconciliar, não fazia sentido o loiro sentir ciúmes do ruivo com uma garota... fazia? Nathaniel continuou observando os dois.

A garota continuou falando (algo que Nathaniel não conseguia ouvir devido à distância) de maneira sorridente e exagerada. Ela segurou a mão do ruivo, o que desencadeou uma intensa crise de ciúmes no observador. Ainda assim, Nathaniel tentou se manter calmo e controlado, afinal, seria extremamente deselegante de sua parte se intrometer naquela situação.

... Ou pelo menos foi isso que Nathaniel pensou, até ver a garota se inclinar para beijar o ruivo.

A partir daí, toda a elegância foi para o espaço.

Catástrofe (CASNATH)Onde histórias criam vida. Descubra agora