A ÚNICA GAROTA

Capítulo 4 - A nova garota.

   A viagem foi longa até os amigos de Jonas. Eu tentei ficar acordada o máximo de tempo que consegui mas isso me mataria mais tarde e Tory não deixou que eu ficasse acordada por muito tempo. Jonas me disse que iriamos nos encontra com uma amiga antiga dele e de lá partiriamos para o Norte. Eu não sei ao certo o motivo de irmos pro Norte sendo que, pelo que eu ouvi falar, os Vaganos ficavam ao Oeste, então porque vamos para o Norte?

— Porque vamos para o Norte se os Vaganos ficam no Oeste? — pergunto depois que escuto a conversa entre Jonas e Tory.

— Vamo nos encontrar com uma amiga antes de seguir com a viagem. — Jonas responde. — Não o que Abigail quer mas pelo tom da sua voz, parece ser algo muito importante.

— Eu acredito que ela queira nos entregar algo antes de irmos para o Oeste. — Tory diz, pensativa. Ela se vira para olhar para mim e diz: — Você não é do tipo que come muito, não é?

— Não.

— Isso deveria ser um problema... Você precisa comer algo mesmo que não queira.

— Bem que eu queria mas tem vezes que não consigo comer nada. Como se qualquer coisa que eu engula me deixe enjoada ou algo assim.

— Toma, — ela me entrega um sanduiche. — pode comer. Eu tenho mais alguns na mochila.

— Obrigada. — agradeço e começo a comer o sanduiche.

Jonas olha no vidro retrovisor e diz:

— Porque você prefere ficar sem comer, Pandora?

— A tenente Fox nunca me deixava comer quando eu chegava tarde do trabalho e na maioria das vezes ela me mandava ir trabalhar sem comer. Eu ficava da noite anterior até a noite seguinte sem comer, então isso virou hábito. — olhei para a janela e acrescentei. — E também porque eu não quero que falte comida para os outros quando não se tem muito.

— O abuso que você sofria nas mãos da tenente Fox não era saudavel pra você. — Jonas comenta. — Eu notei que voce não conseguia se manter em pé durante o trabalho e eu já vi o que ela fazia com você algumas vezes.

— Então foi por isso que voce quis que eu virasse a sua assistente?

— Foi. Aquilo não era justo com uma criança.

   Sorri pra ele como agradecimento e guardei a metade do sanduiche na mochila. Como faltava mais algumas horas para chegarmos, decidi que iria descansar um pouco e pedi que um deles me acordasse quando chegassemos e deitei no banco e dormi na mesma hora.

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   Acordo alguns minutos depois com Tory me empurrando de leve e dizendo que nós já tinhamos chegado. Ela devia ter sido mãe em algum momento da vida dela porque o jeito delicado que ela me acordou, só poderia ser jeito de mãe. Levantei do banco e olhei em volta enquanto bocejava; vesti a minha jaqueta e sai do carro. Jonas e Tory estavam parados na frente da porta de um edifício e esperando por mim. Me aproximo e sigo os dois até o andar de cima. Jonas e Tory estavam usando suas armas e ambos estavam em alerta se caso algo acontecesse. Eu peguei uma das minhas espadas e andei em silencio atrás deles. O prédio estava tão silencioso que parecia que estávamos em um filme de terrror mas isso não parecia incomodar os dois adultos a minha frente.

  Me aproximo de Tory enquanto Jonas estava mais a frente e puxo assunto sobre a forma como ela tinha me acordado.

— Você já foi mãe alguma vez? — pergunto sussurrando.

Tory me olha com um sorriso amigavél no rosto.

— Eu já quis ser mãe, mas com o mundo nesse estado, não acho que isso seria possível. Porque?