Long Terme - Sasusaku

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Capítulo baseado na música da Olivia Rodrigo.

"Tirei minha carteira de motorista semana passada
Como a gente sempre conversava
Porque você estava tão empolgado que eu
Finalmente fosse dirigir até sua casa
Mas hoje eu dirigi pelos subúrbios
Chorando porque você não estava comigo"
- Olívia Rodrigo.

Soubesse que a vida adulta se resume em trabalho, gastar todo o dinheiro pagando contas e boletos, com toda a certeza, não teria saído da casa dos meus pais, muito menos teria sonhado em crescer logo.

Preciso cozinhar, se não eu morro de fome, faço faxina para não morar na bagunça, resumindo: necessito fazer tudo.

Às vezes sinto vontade de bater no meu eu pré-adolecente, que achava demais quando me mandavam lavar a louça. Sinceramente, a fase dos 11 até os 13 foi insuportável, não sei como minha mãe conseguiu viver comigo nesse período.

Por um lado foi bom ter me tornado adulto, não devo satisfações a ninguém, moro em um apartamento só meu, tenho uma privacidade enorme, e, bem, posso comer o que eu quiser.

O Sasuke de 15 anos, o garoto de doze anos atrás, que não sabia o que queria da vida me visse agora. Estaria satisfeito ou completamente decepcionado. 
Hoje o dia foi corrido no trabalho, tive que supervisionar algumas construções junto com o engenheiro que faria o trabalho comigo.

Tive que ir na lotérica mais perto para pagar algumas contas, e, por fim, me tornei o que mais temia: o adulto que faz as compras do mês no mercado, em plena sexta-feira à noite. 

Peguei um carrinho e comecei a passear pelos longos corredores do supermercado.

— 7 reais, uma caixa de leite? — Assustei, estava sendo praticamente assaltado com o preço. — O que tem nele? Ouro?

— Provavelmente. — Uma senhora de cabelos roxos comentou. — Antes era feijão, agora tem o óleo, leite, cenoura e etc.

— Um verdadeiro absurdo. — Resmunguei infeliz, mas peguei uma caixinha e coloquei no carrinho.

A porra do meu irmão deveria me valorizar mais, estou gastando sete reais em leite, porque o bonito não bebê café, mas sim achocolatado.

Que tipo de pessoa não toma café?

— Carne… — Procurei com os olhos a sessão. Quando cheguei, me aproximei do freezer e  comecei a procurar algo que não tivesse tanta gordura.

— Estou falando, Ino, estou super animada… — Os anos podem ter passado, mas reconhecia essa voz em qualquer outro lugar.

Senti meu sangue gelar, tive que virar só para ter certeza se realmente era ela.
E era.

Nosso término tinha sido tranquilo, porém extremamente doloroso. 

Nunca deixei de pensar na Sakura. Estive esperando-a, mesmo depois de tantos anos.

Seu olhar cruzou com o meu, só consegui lembrar do quanto já amei essas orbes verdes.

Sakura era muito expressiva com o olhar.

— Ai, meu Deus… — Ela falou como um sussurro, mas foi possível ler seus lábios. — Ino, depois conversamos.

A Haruno desligou o celular.
— Sasuke! — Veio me abraçar. 

Retribui o abraço, pelo que parecia continuávamos os mesmos.

— Quando foi que você voltou? — Perguntei, logo que me soltou.

— Há alguns dias, — Deu de ombros. — Estou no Brasil de férias.

Meu mundinho em NarutoOnde histórias criam vida. Descubra agora